11 de julho de 2018

Allez les Bleus


Na temporada de 2015/2016, da Premier Legue, aconteceu um resultado surpreendente, absolutamente imprevisível. O pequeno Leicester conquistou o titulo inglês.

Sendo, como sou, daqueles que acompanham o futebol na terra da rainha, chamava minha atenção, naquele time que avançava superando gigantes como Manchester City, Chelsea, Arsenal, um crioulinho franzino, baixo, mas que parecia ter dois pulmões (com licença do Neto)*.

Combativo, carrapato era (e é) um marcador implacável. Toma e intercepta bola com precisão. Chama-se Kanté. Agora é o volante da seleção francesa, onde atua da mesma forma segura, eficiente e eficaz.

Joga na frente de uma zaga muito técnica e taticamente bem postada, e que joga no futebol espanhol, nas duas equipes mais qualificadas: Varane, no Real Madrid e Umtiti, no Barcelona.

Ora, o goleador, locomotiva da Bélgica não jogou. Poderia dizer que a culpa foi do Roberto Martínez, que não soube posicionar o jogador em campo, como fez na partida contra o Brasil, quando colocou o Lukako aberto pela direita, nas costas do Marcelo, obrigando ao Miranda a fazer a cobertura correndo atrás do grandalhão, mas habilidoso centroavante belga.

Quero, com esta digressão, chegar ao seguinte ponto. O gol da vitória saiu de um lance de escanteio, quando o zagueiro Umtiti se antecipou e superou na cabeçada ao mais alto jogador em campo - Fellaini - cuja missão, seja na seleção belga, seja no Manchester United, onde joga, é exatamente ganhar as bolas altas.

Ou seja, foi um lance fortuito, embora possa ter sido bem ensaiado (perdão pela contradição). E qual o ponto onde queria chegar? O resultado foi justo? Claro que foi. A França jogou de maneira pragmática, com muita aplicação, e seus talentos Pogba, Mbappé, e Griezmann, tiveram mais lampejos do que os belgas Hazard e De Bruyne.

Lamento, mas tal como a Hungria e como a Holanda, que chagaram a finais com pinta de favoritas, deixaram escapar a oportunidade que poderá não mais acontecer ou se voltar a acontecer vai demorar muito tempo. É questão de geração.



Coitada da rainha Matilde, charmosa e simpática, que brilhou na tribuna de honra.

Entre o camembert francês e o chocolate belga, ganhou o queijo. Que combina com o vinho francês, ao contrário da cerveja belga que não combina com chocolate.


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A França será campeã? Je ne sais pas!

Notas:
1) Sobre o comentário do Neto:

2) O idioma era o mesmo. Um ídolo e ex-campeão mundial francês estava na comissão técnica belga (Thierry Henry).

3) O hino francês é mais conhecido, a França é maior e tem - claro - população maior do que sua vizinha Bélgica.

6 comentários:

Paulo Bouhid disse...

Bom dia, Jorge. Por causa de uma vogal não eliminamos a Bélgica... (Umtiti...Um Tite...)

Jorge Carrano disse...

Boa, Paulo!

Jorge Carrano disse...

Ainda achando graça no trocadilho do Paulo, venho registrar que a França já teve, pelo menos, uma outra boa equipe disputando Copas.

Foi em 1958, ano em que conquistamos pela primeira vez a tão cobiçada Taça Jules Rimet.

Just Fontaine, de origem marroquina, centroavante da equipe, marcou 13 gols e 6 jogos disputados sendo, até hoje, o maior artilheiro de todos os tempos. Falo, claro, de gols marcados na mesma edição da Copa.

No Brasil X França daquele ano, todos os franceses vivos foram para a Suécia torcer pela sua seleção, exceto o Charles de Gaulle que ficou de plantão no país.

Ganhamos por 5X2, mas com Pelé e Garrincha quem venceria o Brasil?

O destaque na equipe francesa, além do citado Fontaine, foi o Kopa, que jogou no Real Madrid, num ataque que contava com Di Stéfano e Puskás.

Riv@ disse...

A França é um mistério futebolístico.

Não produz um grande time sequer - nem o PSG é um bom time, e no entanto consegue juntar bons jogadores vindos de 672 cantos do mundo, naturalizados, sei lá, oriundos de suas colônias, e monta boas seleções, principalmente em seus meios de campo.

Conseguiu até a proeza de ser campeã em 98 com um time sem ataque - não marcaram nenhum dos gols daquela Copa.

De 98 para cá já esteve/estará em 3 finais. Isso não é pouco no cenário do futebol.

Jorge Carrano disse...

A miscigenação é importante para desenvolvimento da espécie.

Na seleção francesa atual, Giroud, seu centroavante, não marcou um só gol. Mas papel de pivô é importante.

Kayla disse...

Ashuashuashua. Amei a piadinha do Paulo. Ashuashuashua.