25 de outubro de 2017

FILÓSOFOS, para que servem?

No meu caso, para objetivar este texto, e ir adiante sem muitas digressões, servem para duas coisas.

Uma delas surrealista. Uso suas teorias, análises e pensamentos como bula. Já explico.

Ao longo da vida, por alguma razão de época, li alguma coisa de filósofos clássicos: escolas de pensamento, influências exercidas e sofridas. Nem sempre entendi, ou digeri, onde queriam chegar. Abstrações ininteligíveis.

No rol, Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, Nietzsche, Schopenhauer, La Rochefoucault, Thoreau e outros menos lembrados.

Alguns deles até achei maçantes, prolixos, herméticos, difíceis de entender. Por isso, leituras as quais venho me dedicando, de renomados filósofos e professores brasileiros contemporâneos, têm pelo menos uma utilidade prática: servem como bulas.

Com efeito, os filósofos mais badalados são referidos à exaustão nas obras e palestras do Leandro Karnal, do Luiz Felipe Pondé e do Mário Sergio Cortella, para citar apenas aqueles que estou conseguindo ler no momento. Eles estão em várias mídias vocês já devem conhecer.

Difícil era interpretar a filosofia, ou as lições, as reflexões de Nietzsche, nem sempre bem traduzidas (no original seria impossível para mim). Karnal as mastiga, porque ele interpreta o pensamento do filólogo, poeta, e filósofo prussiano. E  nos transmite de forma mais clara, mais direta e objetiva. Em gotas ou bolinhas homeopáticas.

Nesse particular eu seria um filhote de chupim. A diferença é que ele não está me alimentado ingenuamente, mas de forma deliberada ... e remunerada.

Os três brasileiros citados, Karnal, Pondé e Cortella, como não poderia deixar de ser, valem-se dos que os antecederam, no ramo da filosofia, independentemente de origem, idioma ou credo, para reformar, reafirmar suas definições. Quem define limita?

Até sobre Lacan, que ouvira falar muito rápida e superficialmente, agora já sei mais um pouco: foi um importante psicanalista, interprete de Freud e deu a luz uma corrente psicanalista: o lacanismo.

Se perguntarem o que mais aprendi sobre Lacan, para ser sincero teria que responde que apenas o seu nome completo: Jean-Marie Émile Lacan. Sim, e que era parisiense.

O outro ganho que tenho lendo alguma coisas sobre filosofia, é o de reforçar positivamente algumas crenças e comportamentos que alguns deles execram, ridicularizam e reduzem a bobagens eternas.

Ou seja, seus princípios e definições, contestando o que faço, acabam tendo efeito contrário. Vou conceder-lhes (a eles) o benefício da dúvida  admitindo que o propósito de um filósofo pode ser exatamente obrigar que seus leitores e ouvintes pensem.

Não pretendem impor coisa alguma. Devemos aprender a pensar, com a própria cabeça. Como citado por um dos três em algum dos livros que li: “o caminho do saber é o saber”.

Ora, por mais ingênuo, tolo ou primitivo que possa parecer, eu gosto de ter por perto, em meus ambientes, as plantas espada de  São Jorge, arruda e guiné.

Já fui tentado até a achar que se uma delas murchou foi porque alguém de olho gordo ou olho grande estaria me prejudicando.

E não, como analisado pelo filósofo, tratar-se apenas de uma questão regulada pela natureza. Plantas diferentes têm sistemas de regas e de exposição ao sol diferentes. Se a pessoa água as plantas na mesma ocasião, em quantidades idênticas, certamente irá prejudicar ou afetar uma delas.

É, pode ser. Mas o que perco em acreditar que a planta ficou afetada absorvendo algum mal que poderia me atingir?

Invoco e me apoio na sabedoria da teoria da dúvida de Pascal, por similitude em relação à crença na existência de Deus.

17 comentários:

Jorge Carrano disse...

Os xiitas me incomodam. Sejam os defensores da natureza, que não querem nem que cortemos a grama dos jardins.

E os defensores de direitos humanos, que se manifestam em defesa de marginais mas esquecem que policiais também são humanos e deveriam ter seus direitos igualmente respeitados.

Também não concordo que um caminho para acabar com o tráfico de drogas seja a liberação geral de consumo.

E tenho sérias dúvidas se os direitos individuais devem ser colocados acima do coletivo.

Sugestão para hoje, no horário do FlaXFlu. Em 90 minutos dá para digerir alguma coisa. Selecione o link e cole na barra do navegador.

https://books.google.com.br/books?id=Wzr92GH3yBkC&pg=PA200&lpg=PA200&dq=teoria+hominis&source=bl&ots=G_DNezqiz6&sig=4gye_-fCK9p-qyBDEow_lRZIZDQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwikx6rGuYvXAhWFH5AKHSSsDwUQ6AEIQjAI#v=onepage&q=teoria%20hominis&f=false

Jorge Carrano disse...

Não sei como me acharam. Mas recebi um link. E fui lá espiar.

www.ordemdosgregarios.com.br

Hugo disse...

Tenho lido bastante Sêneca e Baltasar Grácian.

Jorge Carrano disse...

Caro Hugo,
O personagem da lenda urbana, na área metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, conhecido como Gentileza, que carregava o apodo de profeta, seria também filósofo?

Se fosse seria o primeiro com o qual tive contato, eis que na infância, juntamente com outros meninos e meninas, no bairro Ponta D'Areia em Niterói, fui perseguido por ele gritando impropérios e palavras de baixo calão.

Ao contrário da imagem defendida por muitos ele era agressivo e mal-educado. Claro que estar permanentemente perseguido por um bando de crianças atazanando o vida não deve ser muito agradável. Mas a violência dele era desproporcional e nada lembraria um "profeta" ou um filósofo. Seu mantra era: gentileza gera gentileza. Daí o apelido.

Riva disse...

Carrano e demais,

Assim como "analisam" o Gentileza, eu pergunto ..... o que teria sido Jesus em sua época, naquele "pequeno" mundo ?

E como a Bíblia foi escrita ? Baseada em que, no que, com que índice de confiabilidade, veracidade ?

Aguardo respostas sinceras ....

Jorge Carrano disse...

Riva,

Vou me manter calado. Receba meu silêncio como uma homenagem.

Gosto muito de você.

Riva disse...

Vc foi sincero ....

Jorge Carrano disse...

Rsrsrsrs

Aposte suas fichas tranquilamente e dirija-se ao guichê.

Riva disse...

Estamos perdendo a guerra .... comandante de batalhão da PM assassinado à luz do dia.
E ainda tem gente que é a favor do desarmamento .....quem vai te proteger e à sua família ?

Jorge Carrano disse...

Sou inteiramente favorável ao desarmamento ... da bandidagem.

Maior controle nas fronteiras. E nas polícias e no judiciário; medidas concretas e exequíveis para controle de armas apreendidas.

Acho que, como regra geral, elas são recicladas e voltam as mãos da criminalidade.

A decisão sobre o destino delas teria que ser mais célere (incineração/destruição ou utilização pelas polícias com registro).

Elas ficam muito tempo em armários, sem controle, e são uma tentação para que sejam vendidas aos criminosos. Vocês duvidam ? Eu não!

O mesmo penso em relação as drogas apreendidas.

Armas nas mãos de policiais ou guardas municipais, como querem em Niterói, despreparados, desajustados socialmente, são um perigo muito grande.

Deixa-los sair atirando por aí seria um desastre.

O que defendo, há anos, abertamente, sem hipocrisia e sem vergonha de minha posição, é a pena de morte para delitos inafiançáveis, que devem ser definidos em lei com clareza, depois de estudos de notáveis no trato da matéria.

Tem muito bandido irrecuperável, que não merece sequer o ar que respira, sendo colocado em liberdade por desembargadores e juízes, diria, para não ofender inocentes, magnânimo$, corrupto$.

Policiais sérios e competentes estão desanimados com o ter de enxugar gelo.

Anônimo disse...

Não seria para crimes hediondos?

Jorge Carrano disse...

Assiste razão ao Anônimo. Foi lapso do blogueiro. Falta de concentração no que escrevia.

São claras as distinções entre uns e outros.

Riva disse...

Eu tb defendo a pena de morte para crimes hediondos. Mas vejo dois pontos preocupantes num processo desses :

1) O que é crime hediondo
2) A justiça no julgamento do réu

A recente discussão pública entre peças do STF joga o Brasil na escuridão .... e vão ali ficar até os seus 75 anos de idade .... só Papai do Céu mesmo para dar jeito nessa situação !

Aproveito o contexto e o espaço para colocar um Whapp que recebi hoje, e confesso não conhecia o assunto .... a origem da apalavra LARÁPIO ...

Nome de um pretor (juiz) romano corrupto que, ao invés de julgar as sentenças de um modo isento, preferia vendê-las a quem melhor pudesse pagá-las. Seu nome era LUCIUS ANTONIUS RUFUS APPIUS, e como costumava assinar suas sentenças como L.A.R.Appius, o povo logo começou a usar a palavra LARAPPIUS como sinônimo de pessoas desonestas, como ladrões e gatunos.

(pano rápido)



Jorge Carrano disse...

Riva,
Non è vero.

Leia em:
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/l-a-r-appius-foi-ou-nao-foi-o-primeiro-larapio/

Riva disse...

O 1º larápio com certeza não foi. Essa o Brasil perdeu, porque ainda não existia.
Mas e a palavra LARÁPIO e seu uso ? Procede a origem ?

Jorge Carrano disse...

Alcméon de Crotona

http://biografiaecuriosidade.blogspot.com.br/2016/01/biografia-de-alcmeon-de-crotona.html

Eternidade da alma


"- Por um lado, afirma-se que a alma é imortal e que possui a qualidade, do mesmo modo que os corpos celestes, de estar sempre em movimento circular.
- Por outro lado, afirma-se que os homens são mortais porque são incapazes de juntar o princípio com o fim. Isto é, neles existiria um alma que permite realizar o movimento do corpo, mas não realizar um movimento circular contínuo.

Em resumo, enquanto os corpos celestes são imortais e eternos, já que têm a propriedade de realizar um movimento circular contínuo; no caso do homem, este seria mortal já que não teria a capacidade de unir o princípio com o fim, isto é, realizar um movimento de tipo circular contínuo. Esta curiosa doutrina nos lembra Heráclito quando afirma que num círculo o início e o fim são o mesmo. Também Platão, no Timeu (diálogo), fala sobre os círculos giratórios da alma, dando a impressão de ter certa relação com esta teoria."

Riva disse...

Hmmmmm ... há controvérsias.

A questão é : temos consciência de fazermos um movimento circular contínuo ?
Com a palavra : os que se foram

Essa teoria é utilizada por muitos como prova do infinito, algo que para mim é simplesmente ... incompreensível, por enquanto. Muito difícil para mim compreender o infinito.