7 de agosto de 2017

VOLTEI .....




Por
RIVA







Eu voltei, voltei ao Maracanã depois de 19 anos.

A última vez tinha sido em 1998 num Brasil x Argentina, levando minhas sobrinhas Renata e Flávia (filhas do meu irmão Freddy) ao Maraca pela 1ª vez em suas vidas.

O Brasil fazia seu último jogo em Terra Brasilis, antes de ir para a França dar um suspeito vexame na final contra um time cujos atacantes terminaram a Copa do Mundo sem fazer um gol sequer.

Mesmo assim, foi uma noite inesquecível para elas e para todos nós no Maracanã verdadeiro (antes da reforma europeizada), perdemos de 1x0, e CAFU foi homenageado por 100.000 pessoas com um belíssimo coro ...Cafu, VTNC !! (Dilma também já foi homenageada assim, na Copa de 2014 ).

Então, voltei ontem, não pelo meu FLUMINENSE, mas por solidariedade ao ABELÃO, para compartilhar com ele e com mais 27.000 pessoas a dor da perda de um filho, um abraço de amigo.


Pessoal, não conseguirei aqui descrever a emoção que foi aquilo tudo ontem no Maracanã. Distribuição de bolas brancas, que foram estouradas propositalmente ao final da homenagem ao João Pedro, filho do Abel. O minuto de silêncio foi incrível ..... um silêncio ensurdecedor. E eu e Freddy juntos ali, com certeza, naquela mega comunhão.

Well, de volta ao futebol, queria dividir com vocês do PUB DA BERÊ algumas impressões de um fanático torcedor e frequentador de arquibancadas, que não ia há 19 anos a um jogo de futebol.

Primeiro a surpresa com o fato do jogo transcorrer o tempo todo com transmissão direta ao vivo nos 4  enormes telões, mostrando o tempo de jogo. A FIFA proibia que os jogadores soubessem quanto tempo de jogo faltava para acabar. Alguns jogadores perguntavam ao juiz, mas a maioria não dizia. Eu não sabia que hoje em dia está liberado assim. E aí lembro, vendo jogo pela TV em casa, os jogadores sempre olhando para cima durante os jogos .... estão vendo as jogadas como chegam para todos via TV.

Meus caros, a torcida do FLU é especial, sem exagero. Impressionante a quantidade de famílias inteiras assistindo ao jogo ...pais com filhos, avós, netos. Fui com amigos do Instituto ABEL (Colégio de Nikity), que tendo em vista a coincidência dos nomes, criamos provisoriamente no WhatsApp o grupo TRICOLORES COM ABEL. Mas o grupo se chama TRICOLORES DO ABEL.


Revivi meus tempos de Maracanã, mas fiquei muito impressionado com  o atual comportamento da nossa torcida do FLU. Canta o jogo inteiro, sem parar, independente do placar do jogo. As crianças cantam junto, pulam, sorriem, uma torcida super alegre e apaixonada pelo clube.

Usufruí da gratuidade (65 anos pra cima), setor Leste privilegiado (no meio do campo), uma visão do campo espetacular. E os telões ajudam em qualquer dúvida de algum lance. Claro aquele Maracanã da minha memória não existe mais – sentar em qualquer lugar, os geraldinos, as grandes bandeiras dos clubes, agora proibidas, fogos nem pensar, arremesso de copos de mijo sobre os geraldinos, os banheiros fétidos ... não, esqueçam, é um teatro europeu, limo e organizado, seguro, mas uma forma diferente de torcer. Os palavrões continuam, em alto e bom som, para desespero dos pais e avós (rsrsrsrs).

Estou colocando algumas poucas fotos e filmes de ontem; a emoção de tudo que vivenciei está carimbada em meu coração tricolor.














Na saída do estádio, incrível, reencontrei um amigo (Mazinho com sua esposa) que não via há uns 20 anos, e também o Toni Platão, tricolor fanático, ex-crooner da banda Hojerizah, década de 80 na MALDITA FM, onde rolava o melhor rock and roll do Brasil.


That´s all, folks, registros de bons momentos, para compartilhar com vocês.




Notas do editor/blogueiro:
Explicações para quem está chegando agora.

11)    Como este é um espaço virtual onde amigos se encontram para debater, para trocar ideias e informar, imaginamos um cenário de conversa de botequim.
Dado, entretanto, o nível cultural e de sofisticação dos frequentadores, substituímos o “boteco” por um Pub, no estilo londrino.
O nome Berê, é uma homenagem à mulher imaginária, fruto da criação intelectual do blogueiro, a qual batizou de Berenice, com o  objetivo causar ciúmes na sua mulher.

22)    Freddy, como era carinhosamente chamado por parentes e amigos mais chegados, recentemente falecido, era figurinha carimbada neste blog, onde publicou alguns posts e participava comentando com assiduidade. Procurem por Carlos Frederico March, seu nome quase completo. Completo, ainda teria um Marques e um Barroso.

33)    O Instituto Abel é uma tradicional instituição de ensino de excelência, situada em Icaraí, Niterói, dirigida por Irmãos  Lassalistas.

44)    Idosos, acima de 65 anos de idade, são isentos de pagamento de tarifas em transporte coletivo.

55)    Na Copa do Mundo de Futebol, edição de 1998, antes da partida contra a França, o jogador Ronaldo (chamado Fenômeno), teve um “piripaque” até hoje não muito bem explicado.  O Brasil perdeu.


66)   Quem vai hoje ao Maracanã, não faz ideia de que ele já foi palco de partidas com 180.000 torcedores. Quem viu, viu, quem não viu perdeu uma dos maiores espetáculos proporcionados pelo público, com bandeiras agitadas, gritos de guerra, a bandinha (charanga) do time da urubusada , toques com talo de mamoeiro do Ramalho, a nuvem de pó-de-arroz da torcida tricolor. Uma festa! Alegria  para os olhos e ouvidos.

12 comentários:

Jorge Carrano disse...

Estou há mais tempo sem ir ao Maracanã.

Não sei se um dia voltarei lá.

Dependeria de um apelo muito forte. Coisa irresistível, como teve no passado show de Sinatra.

Pelo futebol nunca mais.

Marcello Sena disse...

Faço parte do grupo "Tricolores do (com) Abel" assim como Paulinho que escreveu esse belíssimo texto acima. Esse grupo tem vários amigos em comum conquistados no futebol dos pais do Abel. Há muito tempo estamos catequizando o Paulinho para a ida ao Maracanã. Uma alegria imensa trouxe ao grupo a sua presença no Maraca. Não foi uma final ou um jogo decisivo, e sim a comoção de um cara diferente. Guardadas as devidas proporções, um novo Castilho (maior ídolo de Paulinho). Este retirou um dedo pelo Fluminense, o outro perdeu uma parte do coração e da alma, mas não abandonou o Flu. Os mortos se levantaram para aplaudir o Abel. A Flu sofá perdeu seu integrante Paulinho. Ele presenciou. O Fluminense já entrou ganhando o jogo quando o estádio ficou um minuto em absoluto silêncio, ouvindo somente o som das lágrimas derramadas. Os Deuses reunidos já tinham estabelecido o vencedor. As crianças e adolescentes fotografados são todos falsos, Paulinho. Seu auto retrato é de um menino. Acredite. Ao cruzar o portão de saída e tirar outra foto, verás que todos aqueles são velhos, arrastam os pés e reclamam de tudo. Ir ao Maracanã rejuvenesce. Remete a adolescência de cada um. A paixão, as lembranças, as emoções, os amigos. O Fluminense vale sempre a pena. A torcida vale sempre a pena. O time se for bom, melhor ainda, mas não é o fundamental. O que move é a paixão. Já tivemos muitos "timinhos" e para desespero dos outros ainda levávamos a taça. Volte sempre Paulinho!

Jorge Carrano disse...

Pô, Riva, depois deste canto de louvor ao tricolor e apelo feito a você, não há hipótese de não acompanhar (e torcer pelo)o Fluminense em todas as jornadas, seja no Maracanã, seja em Edson Passos, seja no sofá de sua casa.

Quantos almoços você pagou para o Marcello? (rsrsrs)

Depois do "belíssimo texto", ainda teve mais: "Uma alegria imensa trouxe ao grupo a sua presença no Maraca."

Cacilda! Isso é que é ser estimado.

Riva disse...

Carrano e amigos do blog, o Sena faz parte de um grupo raro de "atletas" do Instituto Abel de Nikity. Eu pisei aquele campo por 21 anos, um grupo anual de 180 "atletas" mais a Boca Maldita eterna das arquibancadas.

Muitos amigos, muitas histórias para filhos e netos sobre nossos embates no MAIOR DE NITERÓI. Amizades eternas !

Essa mesma paixão pelo nosso clube do coração é carreada para as 4 linhas do ABEL. Boleiros ! E o Maracanã simboliza tudo isso para nós. #simplesassim

Eu vou levar comigo para sempre no coração a emoção que vivenciei no dia 5 de agosto de 2017, o nosso abraço ao ABEL. E devo isso aos meus amigos desse grupo, que me "arrancaram" do sofá.

Flávia March disse...

Adorei o texto! Lembro muito dessa ida ao Maraca no Brasil e Argentina, o hino nacional cantado a plenos pulmões por sei lá qts mil pessoas, nunca vou esquecer.

A sua paixão pelo Flu é muito inspiradora. Eu já fui vascaína (digo fui, pq hj não vejo nenhum jogo e nem sei o nome dos jogadores), mas sempre tive uma "queda" pelo Fluminense. Gosto da torcida.

O que nos move nesse mundo é a paixão. É por isso que viver vale a pena.

Adorei as notas do editor blogueiro! E sinto muita saudade do Abel (o colégio). Ali passei 11 anos muito felizes da minha vida!

Imagino que deva ter sido um dia memorável. Fico feliz!

Jorge Carrano disse...

Que bom, Flávia, vê-la transitando por aqui.

E muito grato pela generosidade de suas palavras sobre as notas.

Riva disse...

Para quem ainda não conhece, minha querida sobrinha Flávia escreve maravilhosamente bem, consegue transformar paisagens em texto como ninguém.

Vejam no seu blog, focado em viagens.

http://apaixonadosporhoteis.com.br/author/flavia/

Exato, Flavinha, o que nos move nessa vida é paixão. Bjs, Love U.

Jorge Carrano disse...

Recomendo, em especial, o post que está no link abaixo. Selecione o endereço e cole na barra de seu navegador:

http://apaixonadosporhoteis.com.br/1-mes-sem-voce/

Unknown disse...

Realmente tenho que dar o braço a torcer, ir ao ao Maraca só na torcida do Flu

Ana Maria disse...

Eu nunca fui ao Maracanã. Minha frequência a arquibancadas restrigiram-se a idas ao Caio Martins para assistir exibições escolares de dança.
Fui algumas vezes acompanhar partidas de voley e basquete em estádios próprios.
Apesar disso aprecio o futebol e torço pelo tricolor carioca, por influência da minha mãe.
Digo isso apenas para entrar no clima e comentar a qualidade do texto e comentários. O grupo do Abel não é formado somente por atletas como vimos.
Quanto à Flávia, já li alguns de seus textos e sei que a genética é boa.
Parabéns a todos.

Riva disse...

Grato pelo comentário, Ana Maria.

Como falei, aquele nosso Maracanã não existe mais. Hoje é um grande teatro europeu, sem grandes bandeiras, sem geraldinos ( classe sem poder aquisitivo ), sem fogos, sem charangas, etc.

De qualquer maneira é torcida, e é muito emocionante quando milhares de pessoas cantam e gritam a mesma coisa. A torcida do nosso FLU é especialmente bonita - sinto muito pelas outras (rsrsrs).

PS : a Flávia escreve muito bem mesmo. Adoro seus textos.

Flávia March disse...

Obrigada pelos comentários sobre os meus textos. Vocês são muito gentis. :)
O layout do blog está sendo totalmente reformulado e estou inspirada e animada para começar uma nova fase com ele.
O texto "1 mês sem você..." que fiz para o meu pai, curiosamente, é o mais lido desde que postei...
Beijos e abraços.