11 de abril de 2017

Alguém explica?

Freud não vale.

Tenho uma paranoia, uma ansiedade, instinto, idiossincrasia  ou que nome tenha esta minha “mania” de me antecipar  aos fatos e horários, e prevenir eventualidades que possam causar atrasos ou surpresas desagradáveis.

Já contei, sei disso, que toda noite antes de ir dormir separo toda a indumentária que usarei no dia seguinte.

Escolho o terno (ou conjunto calça e blazer). Seleciono a camisa, examinando se os botões estão bem pregados, no colarinho e nos punhos; separo a gravata, que deve, tanto quanto possível, harmonizar com o suspensório; pego as meias e as deixo próximas dos sapatos que usarei, enfim, ficam as roupas como um enxoval aguardando o dia seguinte.

Quando morrer ninguém de minha família terá que se preocupar com prazo de vencimento de contas ou faturas de minha responsabilidade, porque pago tudo com antecedência (bem antes do vencimento) ou estão em débito automático.

Podem todos ir para o velório e sepultamento sem pensar nas contas que estariam vencendo naquele dia (rsrsrs).

Nos encontros marcados ou reuniões profissionais sempre chego antes da outra parte. Minha avó Ana dizia que a “missa se espera na igreja”, mas não foi este brocardo, esse por assim dizer, aforismo, que me condicionou a chegar sempre com antecedência. Acho que é mais uma questão de concordância com outro proverbio popular: “a pontualidade é cortesia dos reis e obrigação dos educados”.


Imagem do Google
Se a reunião era em local que ainda não conhecia, procurava chegar com antecedência maior, para evitar contratempos, como a numeração da rua ser aleatória (sem obediência ao rigor sequencial), errar o caminho no trânsito caótico, em suma imprevistos.

Isso por vezes me custava chegar muito cedo e ter que ir a um bar da esquina tomar uma água mineral ou um cafezinho para “fazer hora”.

Em São Paulo aconteceu várias vezes porque lá o trânsito era muito pior e os traçados das ruas não obedecem a nenhum critério. Você pode entrar numa transversal pensando poder pegar uma paralela logo adiante, e esta transversal ir fazendo uma curva e te levar para outro bairro distante (rsrsrs).

Doença? Que nome tem? Cura sei que não tem, porque toda vez que tento me controlar para não sair muito cedo de casa ou do escritório, vai me dando uma agonia enorme, e a ansiedade vence o controle programado.

Aquela outra situação em que muita ansiedade atrapalha também já aconteceu. Mas pedi revanche e virei o placar. 

6 comentários:

Jorge Carrano disse...

Rotina?

Não! Ritual.

Ana Maria disse...

Ansiedade + compulsão por controle.
Sei pq também sofria deste transtorno.
Hoje costumo me prevenir e calcular com planos de A a k pelo menos, mas sem o estresse de antes.

Riva disse...

Olá a todos. Meio ausente, porque ainda não absorvi o falecimento do meu irmão. As lembranças são muitas e dóem demais. Tento ver as fotos dele e não consigo.Já passei por esse processo antes com meus pais e sogros, e sei que só o tempo acalma a alma.

A web e a TV não ajudam, só notícia ruim, não é ? Nada legal pra ouvir e ver. Então estou meio que voltado para o trabalho e em casa fico no meu canto, e vendo NatGeo ou History Channel. E à procura de um livro para ler. Rodo as livrarias aqui do Centro do Rio, mas não me empolguei por nenhum, por enquanto.

É isso. Vem aí feriadão, aproveitem-se mesmo,ao máximo,é o que vale a pena.



Jorge Carrano disse...

Olá, Riva.

Passei por todas estas dolorosas vivências.

Vez ou outra o coração aperta e bate enorme saudade. É a lembrança de um momento, de um acontecimento.

Muitas vezes é num momento de alegria que lamentamos a falta do convívio terreno.

Ponho-me a imaginar o orgulho de meu pai por cada conquista de um de meus filhos, seus netos que não conheceu. Teria sido um avô babão pelos meus e pelos filhos de minha irmã Sara.

Vamos seguindo em frente, com a alma mutilada mas com a crença de que nossos espíritos estarão sempre ligados e o amor não morre.

Ana Maria disse...

Plenamente justificável a ausência no blog, o atordoamento, a ansiedade e a insatisfação. Falta un pedaço da sua história, un pedaço de você.
Sei como é. Um buraco que jamais será preenchido; com o tempo aceitamos sua presença.
Atualmente tenho poucos livros mas os coloco a sua disposição. Qual seu gênero favorito no momento?

Riva disse...

Querida Ana, grato pelo carinho. Infelizmente conheço essa dor. E sei que vai passar. É uma etapa nova em minha vida, quando começamos a perder ídolos, pessoas muito próximas com a mesma idade que a gente, e por aí vai. Rola uma reflexão, uma avaliação muito profunda de tudo que nos envolve. A saudade sempre existirá.

Te agradeço imensamente a oferta dos livros, mas desculpe, sou um chato em relação a isso. Muito mesmo. Não gosto de ler livros que não são meus. O maior motivo é que leio marcando, rabiscando, anotando diversas coisas, mas não é o único motivo. Os meus eu empresto ou dou de presente (quando a pessoa não se importa com os rabiscos), ou deixo no catamarã para quem quiser. Também estão à sua disposição. A maioria está em Friburgo.

Minhas preferências são biografias, História (principalmente antiga), aviação civil, desastres da natureza (terremotos, tsunamis, etc), diários de viagem e cultura oriental.

Com os acidentes da aviação e desastres naturais aprendo muito com as investigações e com os procedimentos de antes, durante e pós eventos, que se aplicam diretamente na minha profissão - melhoria contínua.

Uma Feliz Páscoa para você !