12 de fevereiro de 2024

Separando o joio do trigo

 

Joio infiltrado no trigo


Não é fácil separar o joio do trigo, a intenção daquele primeiro, erva daninha, não é outra senão nos confundir.

De igual modo uma turmalina pode confundir quem não entende de pedras preciosas. Mas ela não é uma delas.

Turmalina, parece mas não é


Para que serve a digressão acima? Para afastar, desde logo, comparações entre o movimento militar de 1964, com o fracassado, natimorto, golpe articulado no governo Bolsonaro, em 2022, por militares que não devem ser confundidos com os líderes em 1964.

Em 1964 não eram moinhos quixotescos, travestidos de socialismo, que nos ameaçavam. 

Havia ações e discursos que poderiam desaguar na instalação, no país, de um socialismo moreno (para usar expressão já consagrada).

Mas no governo Bolsonaro, o que movia a tentativa de golpe com participação militar era o fisiologismo de alguns deles, minoria felizmente, como se sabe.

Em 1964, por isso aplaudi, o viés era idealista.

Esses milicos que aderiram aos delírios do Bolsonaro inventaram um risco comunista, para garantirem ganhos imorais, senão ilegais (???). 

Cumular soldos com vencimentos, quando no exercício de funções públicas, em cargos ministeriais e outros de confiança, era e é, se mantida a aberração, nojenta, vil, infame.

Ge. Mourão Filho
Por isso não se deve confundir o espírito político/fisiologista dos generais Heleno, Braga, Pazuello e outros cujos nomes não faço questão de lembrar, com os militares de idêntica patente, como Olímpio Mourão Filho e Carlos Luís Guedes (por exemplo), que deram suporte ao movimento, nascido no meio civil, destacadamente em Minas Gerais.


Num passado bem mais remoto, longínquos anos de 1955/1956, os generais seguidores da linha filosófica entendida como de “garantismo” - Henrique Teixeira Lott e  Odilio Denys (por exemplo) -  garantiriam, a posse de Juscelino Kubitschek e de João Goulart, na presidência e vice, porque legitimamente eleitos pelo voto popular.

Nada tenho contra militares – afinal sou um frustrado porque uma inesperada e ignorada discromatopsia me impediu de ingressar na Aeronáutica, mas militar não pode ter cor partidária, e muito menos interesses escusos, tem que defender nossa soberania quando ameaçada, e a lei e ordem sob o égide da Constituição Federal.

4 comentários:

Jorge Carrano disse...


Aos poucos que ainda acompanham o blog, comentando ou não, explico:

Acho o tema oportuno e relevante. Por isso volto a publicar postagens.

Jorge Carrano disse...


Espero que os fatos sejam apurados com rigor no âmbito investigativo e levados aos tribunais onde, num devido processo legal, com amplo direito de defesa, sejam julgados os culpados da frustrada tentativa de golpe contra a democracia e o Estado de Direito.

E espero punição severa, exemplar.

Jorge Carrano disse...


Outro ponto de vista:
Em 1964 os mentores do golpe (se preferem este rótulo), foram competentes no planejamento e eficazes na execução.

Já neste último os articuladores foram, perdão pelo eufemismo, pouco inteligentes.

Faltaram apenas o reconhecimento das firmas nos rascunhos de documentos e a certificação digital nos vídeos.

MEU DEUS!!! Já pensaram se tivesse dado certo?

Jorge Carrano disse...


Lembram de um general, vitorioso no movimento de 1964, que se definia, em política, como "uma vaca fardada" ?

Pois é, o ideal é que toda a tropa se veja assim, como vacas fardadas em política.

Cumpram seu papel constitucional e está ótimo.