21 de fevereiro de 2023

Carnaval em Wichita



Por
Elizabeth Paiva
(Beth)






Fiquei pensando na sua sugestão de escrevermos algo sob o tema-guarda-chuva "Carnaval".

Meu caro, estando aqui onde estou, Carnaval é a coisa mais remota  que você possa mencionar (lol).

Ninguém tem a menor ideia do que se trata. Nos Estados Unidos, já estive uma vez, na época do nosso Carnaval, em Houston, no Texas... Todo o lugar onde eu entrava, as pessoas (vendedores, atendentes etc) tinham no pescoço colares coloridos, que pareciam serem feitos de enfeites tipo bolas de natal... 

Confesso que, depois de verificar que todos usavam aquelas coisas, perguntei por que, e me responderam que era Mardi Gras, obvio, ora... 

Quer dizer: aquilo era o máximo de manifestação comemorativa de Mardi Gras... ou Carnaval... Parece que em New Orleans a festa de Mardi Gras é mais animada, mas nada tem a ver com o Carnaval Brazilian Style...

Agora, me imagine aqui, em Wichita... lol 

Brasileiros se derretendo de calor e nós aqui, com temperaturas tão malucas, que eu, ao acordar, a primeira coisa que eu faço é consultar o meu Weather Alert do celular. 

Aí, ainda com sono,  fico querendo entender o que me espera lá fora, já que a primeira coisa que faço ao levantar é levar Aninha "lá fora"... ah!...

Hoje, por exemplo, estava: temperatura de - 14º C  Real Feel (a nossa sensação térmica)  - 26º C ... Quer dizer, você abre o olho de manhã e se depara com esse quadro congelante que está ali fora esperando por você...

Olho pela janela, vejo os primeiros raios de sol gelado surgindo, iluminando a neve que não vai embora, (não obstante tenha 5 dias que não cai um nada de neve)...  então, a paisagem é linda lá fora:  tudo branco e o sol nascendo, um jogo de sombras e luz muito lindo. Mas, com menos 26 graus, é duro ir lá fora.

Mas como sou guerreira e nada me derruba - lol - coloco a coleira na Aninha, boto um gorro de lã que eu mesma tricotei na minha cabeça (ainda bem que é na cabeça), o robe de chambre que, feito na China, esquenta como louco, mas ainda por cima dele visto um casaco à prova de vento... E coloco, em cima da roupa tricotada de Aninha, um casaco de fleece para protegê-la do impacto do super frio da manhã.

E assim, lampeiras, enfrentamos o que eles chamam de wind chill (aquele ventinho cretino que congela a sua lágrima) para que Aninha faça seu pipi, ainda líquido, e seu pupu (que eu recolho no saco plástico para jogar mais tarde no lixo).

E assim, com perspectivas de que nos próximos três meses será essa a rotina aqui no hemisfério norte, face ao tempo da estação inverno em curso, pode crer que de Carnaval não teremos nenhuma manifestação foliona.

E, como esqueci de trazer, nem mesmo o meu colarzinho havaiano eu vou colocar para mostrar às pessoas como sou carnavalesca... lol

Já que você implorou que eu mande meus textos em word, vou copiar este e-mail e colar lá no meu docx., que é o que tenho instalado neste computador. Espero que dê certo.

Beijos da amiga congelada para os amigos, foliões ou não, que se encontram derretendo de calor. Muito embora, até o carnaval, ainda falte muito... Haja suor até lá...


Visão do quintal, através da janela, no dia 4 de janeiro


Notas do editor:
1) Aninha como devem ter deduzido, é a cadela fiel companheira da Beth.
2) Convidei alguns amigos/colaboradores, para que escrevessem sobre suas experiências de carnaval. A Beth foi muito ágil e como ela cita fatos correntes, tipo "hoje, por exemplo" ou "olho pela janela", decidi publicar antecipadamente para não perder o timing.
3) Ela escreve diretamente de Wichita, Kansas, USA.

6 comentários:

Jorge Carrano disse...

Beth foi eleita, por maioria, a dona das pernas mais bonitas do escritório central da Cia. Fiat Lux, com meu voto computado. Isto na década de 1970 do século passado.

Quando iria contar isto para ela, através de comentário aqui no blog deu-se a melódia*.

Precisando voltar para os Usa, onde fora casada com um engenheiro da NASA, teve que desapegar de muitas coisas, inclusive coleções de rock.

Oferecidos (free) os discos, Riva ofereceu-os a um amigo dele. Este ao ir pega-los em Araruama, ferindo protocolo de visita, provocou um imbróglio que me custou a amizade de anos, e ao Riva uma guitarra que estava prometida.

Paguei o pato, quando na verdade nem conhecia a pessoa.



* Segundo o Aulete:
melódia
A A A A
(me.ló.di.a)
sf.
1. Bras. Pop. Acontecimento indesejável, inoportuno: Exatamente naquela hora, deu-se a melódia que nos pegou desprevenidos. [Us. na loc.: Dar-se a melódia.]
[F.: Alt. de melodia. Hom./Par.: melodia (sf.).]


Jorge Carrano disse...


Em 1970 Beth era secretária do diretor jurídico da Fiat Lux e eu um jovem advogado (30 anos) em desenvolvimento profissional.

Portanto trabalhávamos sob a mesma direção. Apesar do departamento legal ter uma chefia, quem mandava, mesmo, era o diretor, claro.

Uma inconfidência que agora relatada não prejudica ninguém.

Fui a primeira pessoa a saber que Caio Assis de Aragão (o citado diretor jurídico), iria deixar a Fiat Lux, para assumir a Superintendência da Xerox que estava chegando ao Brasil.

Jorge Carrano disse...


Henrique Sergio Gregori era o presidente da Xerox, e ligou para o hotel, em São Paulo, para combinar o jantar no qual faria o convite oficial ao Caio.

Caio Aragão não estava no hotel, no momento, a me passaram a ligação (também estava hospedado). Daí que Sergio Gregori me pediu que avisasse ao Caio que ele ligou e aguardava o retorno da ligação.

A história é longa e chata, vou explicar apenas porque estávamos em São Paulo e hospedados no mesmo hotel. No dia seguinte iríamos viajar para Jundiaí, em visita a uma eletroquímica (fazia eletrólise) que pertencia a Fiat Lux.

RIVA friburgando disse...

Na verdade parece não ter havido imbroglio. Meu amigo, fanático por Elvis Presley, foi a Araruama pegar os discos que Beth estava se desfazendo, e também, a tal guitarra, que seria entregue a mim.

Em lá chegando, na casa da Beth, a esposa do meu amigo não quis sair do carro, tendo em vista os 10 cachorros (aproximadamente) que Beth tinha .... a esposa do meu amigo tem pavor de cachorros.

Então, o meu amigo Euclides pegou os discos com a Beth, e perguntou pela guitarra. E "do nada" (essa a versão do Euclides), a Beth falou : sua mulher não quer vir aqui por causa dos meus cachorros, então não vou dar guitarra nenhuma também.

Pano rápido, e ficamos aguardando que Beth esteja pelo menos lendo o GE, para esclarecer essa situação. Eu fico nas perguntas :

- pra quem foi essa guitarra ? quem foi o felizardo ?
- o que houve com os cães ? foram para os EUA com ela ?

PS : um jogo histórico assistimos hoje : Liverpool 2x5 Real Madrid. Realmente, Aquele Time do Mal escapou de um vexame , não indo para a final do Mundial de Clubes kkkkkkkkkkkkkkk.

Jorge Carrano disse...


Seguramente os cães não foram com ela, exceto uma cadela de estimação.

Sei porque ela ficou agastada comigo, dizendo que não me empenhei para que alguém assumisse a guarda deles.

Sim foi um bom jogo. O Real Madrid merece uma postagem, e não é agora. Desde a época em que tinha Di Stefano, Puskas, Didi e outros.

E teve Figo, Zidane e Ronaldo (fenômeno).

Não por outra razão é o maior campeão da Champions.

riva disse...

BETH, cadê você ????????