4 de setembro de 2016

O FIO DA MINHA NAVALHA ....



Por 
RIVA





Não sei por onde começar. Provavelmente o post será escrito em etapas, dias, horas diversas, de acordo com insights em tempo real.

Lembro que numa maravilhosa viagem que fizemos em 2005 aos EUA, depois de um dia inteiro contornando o Lake Tahoe, parei para admirar a beleza, o esplendor, a imponência do que meus olhos enxergavam, e caí na real : não tem a menor importância para tudo isso, se Riva existe, se existiu um dia, se deixou de existir, ou se nunca existiu. Sou pequeno demais.

Existem momentos ou períodos em nossas vidas que questionamos o valor que damos a tantas coisas ... são tantos ao problemas e pensamentos diários que nos absorvem, que nem sei por onde começar ... contas para pagar, nossos relacionamentos íntimos, com amigos e no trabalho, a situação econômica-política-social do país, a preocupação com o que deixaremos para as próximas gerações, a gravíssima situação no Oriente e na Europa, a segurança pública, e por aí vai. E com tudo isso, não entra em nosso radar as questões com a mesma importância ou com muito mais valor.

O alarme toca, estremece, vibra intensamente, quando a ameaça do inevitável surge. Quando jovens nem pensar em desaparecer do cenário. Na verdade, eu particularmente, depois de passar por alguns eventos relevantes da vida, sempre me posicionei do tipo “estou pronto”, foi legal até aqui, cumpri com responsabilidade e dedicação tudo que se colocou à minha frente. E vamos em frente.


Mas nem sempre é assim. Rola um exercício de empatia, mesclado com amor pelo próximo, por tudo que representa, pelo que eu também represento e representei, pelo que se representa. E é foda, o termo exato é esse.  Aquele momento em que nada tem sentido ou valor a não ser continuar, seguir em frente com tudo que amamos em volta. 

Sim, tudo continua como sempre continuou, mas com uma outra ótica, muito, mas muito mesmo mais focada nos valores reais, no que realmente importa, no que realmente é viver intensamente. Até uma caneta vadiamente largada em cima de uma mesa passa a ter sentido.

Faz parte, faz parte da vida de qualquer um, pode fazer parte, mas o mais importante é passar a régua e ver que tudo vale a pena, que tudo valeu a pena, que NADA foi nem é desperdiçado, e que a vida continua, intensamente, até onde der para cada um de nós ....sem bola de cristal.


E vamos que vamos, sempre olhando para a frente, firmes, para os novos desafios, com se não existisse o amanhã (Cazuza). 







12 comentários:

Jorge Carrano disse...

Riva, devo estar duas doses atrasado. Volto mais tarde ...

GUSMÃO disse...

Que lindo domingo!!! Enjoy it!
Amanhã será outro dia.

Jorge Carrano disse...

Yoga (meditação) ajuda a atravessar estes momentos transcendentais, existenciais.

Nossos comerciais, por favor.

Riva disse...

Realmente um lindo domingo de sol.

Fizemos nosso "footing" matinal no calçadão de Icaraí, desviando dos panfleteiros e das bandeiras do PV (novo partido do prefeito de mentirinha), dos 258 cães e dos cocôs pelo caminho, bicicletas em velocidade, mas estava bacana. O calçadão é isso aí.

Depois fomos no Whiscrytório da Comendador Queirós devorar os melhores pastéis da região, capturar algumas promoções do Prezunic, conhecer a 1ª Drogaria Venâncio do bairro, inaugurada há 3 dias, e partimos para o Campo de São Bento.

Antes, uma rápida incursão na Lojas Americanas, para 1 ou 2 pendências. Campo de S Bento lotado com políticos e seus asseclas. O vice estava lá panfletando. Rock and Roll ao vivo no palco do Centro Paschoal, bandinhas de carnaval, mas fomos direto na Cláudia devorar nosso acarajé - que já está a 18 reais no pratinho. Delicioso !

Mas voltando ao post e comentários, inexistem momentos a atravessar. Essa é a questão.

O momento é um só, único, mas não percebemos isso, perdemos o foco, e transformamos o MOMENTO em MOMENTOS, muitos deles desnecessários e sem valor, em detrimento dos valiosos, esses sim, que constituem o MOMENTO ÚNICO.

Muitos enxergam a Yoga como um procedimento para vencer estresse, até para perder peso, melhorar flexibilidade, etc, etc, quando na verdade o foco é o Existir ... de cada um, individualizado. Captar e compreender a sua própria existência.

PS: tem um animal (irracional, óbvio) com uma Makita desde ontem trabalhando aqui perto. Ontem parou depois das 22h ... hoje ainda não sei. Desrespeito total, uma esculhambação generalizada. Nenhuma Yoga dá jeito nisso. Só uma ação brutal !





GUSMÃO disse...

Se o momento fosse um só eu viveria eternamente feliz - ou eternamente triste - porque já experimentei alegria extrema e dor profunda. Nascimento de um filho e morte do meu pai.

Riva disse...

Gusmão tocou no ponto sem perceber, que é exatamente o que expus .... não percebemos que tudo é ÚNICO.

Também experienciei nascimentos e mortes de entes queridos - meus pais, meus sogros e amigos, meus cães. Momentos de alegria e dor extremas. Mas ainda não encontrei a linha mestra, aquela que não flutua, que não varia, que é ÚNICA, que é simplesmente existir.

Quem dera eu a encontrasse ainda em vida. Por isso o post, o título do post. Infelizmente não captaram, e ainda me sacanearam ....rsrsrs ..... não me incomodo.

Nos Anos 60 - saudosos - tive meus "insights" de lucidez forçada - Lucy in the sky with diamonds. Eu vi o ÚNICO. Quem não viu, não viu.

PS: assisti Bota 2x1 Grêmio, e o sentimento é simples : medo.

Jorge Carrano disse...

O comentário, jocoso, que fiz, aparentemente tinha conotação de tirada de sarro. De zoação, como preferem os paulistas que me honram com sua leitura.

O pior é que era essa mesmo a intenção (rsrsrs). Como, entretanto, o Riva assimilou numa boa e até afirmou que não se incomodou, perdeu a graça.

Quando o sacaneado não acusa o golpe então foi em falso, só mesmo o juiz de vídeo pode confirmar se houve ou não o toque.

Como no blog não existe o recurso do "chalenge" melhor deletar o comentário (no volei, na dúvida, volta o ponto).

Guardei em arquivo, se insistirem republico (rsrsrs). O comentário tinha como destinatário o Gusmão, mas era para atingir o Riva de tabela (rsrsrs).

Riva disse...

Putz, Carrano, republica.
Super válido e engraçado ... o lance do chefe da tribo bêbado ! kkkkkkkkkkkkkk

Por favor, faço questão, para todos, e para minhas memórias. Afinal, estou colecionando vasto material do blog, com meus posts.

Abrs

PS: Botafogo jogou muito bem, mas infelizmente perdeu um ótimo jogador com uma fratura horrorosa - lembrou exatamente a do Nelsinho, também lateral do São Paulo nos anos 80.

Jorge Carrano disse...

Atendendo pedido do Riva, eis o comentário deletado:
Gusmão,
Li Schopenhauer, Confúcio, Sócrates, Platão, Aristóteles, Nietzsche, Rousseau, e outros mais ou menos votados, e não encontrei uma só linha a respeito do momento único. Encontrei sobre o momento da iluminação, mas nenhum tinha experiência própria sobre o milagre. Freud fui até a página 12 e o Dalai Lama está na pilha, para ler depois de “Os Louros de César” aventura de Asterix e Obelix que vou reler pela safadeza do chefe Abracourcix que deixou seus dois guerreiros na pior. Chefe de tribo por vezes se excede na bebida e danem-se seus liderados. Foi o caso nesta história fascinante. KKKKKKKKKK

Jorge Carrano disse...

Riva,
Passei os anos (saudosos) da década de 1960 sem "ouvir" Lucy in the sky with diamonds. Neste período só fiz "good trip". Alás já tinha dois filhos pequenos para criar.

Convivi com viajantes. Um deles trabalhava na Norton Publicidade (uma das maiores agências da época). Ele se vestia com uma bata ranca, usava cavanhaque e longo bigode, mas jurava que não era Jesus (rsrsrs).

GUSMÃO disse...

Por que entrei nesta história? Estava só esperando meu troco. (he he he )

Ana Maria disse...

Excelente texto, Riva. Filosofia pura. Interessante vindo de um profissional das ciências exatas . Razão sentindo.
Parabéns.
Por outro lado, Jorge, representante das ciências humanas, sente dificuldade em expressar sensaçoēs e interpretá-las emocionalmente. Pelo menos foi o que pareceu.
Excelente assunto para papo na mesa do Pub.