6 de maio de 2024

Ironias do destino, trapaças da sorte, conluio dos astros

Inferno astral ou karma, ou qualquer outra palavra ou expressão que designe a perda do controle de seus passos e seu norte.

É disso que pretendo tratar aqui e agora.

Alguns escritores, inclusive laureados com prêmios "Camões", Jabuti" ou "Oscar", em depoimentos e entrevistas afirmam que a partir de determinado ponto da obra literária, os personagens ganham vida própria e determinam suas trajetórias, seus destinos.

Lamento que comigo, enquanto personagem, tal não ocorra. O roteirista de minha vida é possessivo e não me dá espaço para o livre arbítrio.

Agora mesmo está a me submeter a desafios e experiencias que já não me tocam o coração, a alma ou ao bolso.

E tudo misturado, ao mesmo tempo. É uma ajuda irrecusável, uma solidariedade indispensável, um socorro material ou um ombro amigo para pessoas estimadas.

Se a idade provecta, a disposição física, a paz espiritual ou o recurso financeiro inelástico não estão em bom momento, o cansaço, o desânimo, a angústia nos atropelam. E lá vem a frustração, a dor difícil de diagnosticar e tratar.

Estou vivendo um mal momento. Por que? Pelo sentimento de impotência diante de alguns obstáculos, de falta de coragem para enfrenta-los.

Por orgulho  e vaidade exacerbados, resolvo assumir e enfrentar, preocupado também com a imagem, ao invés de seguir o conselho do poeta popular  e deixar a vida me levar ...

Aí dá no que deu. 

Mas peraí, algumas coisas podem ser feitas. Muitas reputadas como primitivas, mas se funcionarem por que não? 

Limpar meu corpo com banho de descarrego; abrir e ativar meu chakra; purificar minha aura. Pedir ao anjo da guarda, usar pé de coelho, ferradura atrás da porta, vaso com comigo-ninguém-pode e espada de São Jorge, amuleto, guia no pescoço e outras crenças têm que ser tentadas antes de procurar um analista.

Se não  perdi a fé em mim mesmo e as crenças ancestrais funcionam pelo menos no psicológico, há que lançar mão delas.

Por que tentar tudo antes do psicólogo, do psicanalista, do analista?

Conta-se que um sujeito se urinava ao menor sentimento de insegurança. Recomendado foi fazer análise. Indagado sobre o resultado, após semanas: e aí ficou bom, curado? Respondeu: não, mas ficar urinado já não me abala, aceito tranquilo, fico na boa.

Melhor se benzer nos capuchinhos. Fica mais barato. Com o dinheiro que sobrar compra e aproveita um bom vinho, brindando com Baco.

3 comentários:

Jorge Carrano disse...


Juro que a janta, ontem, não foi pesado, não bebi em excesso, e drogas passam longe de meus prazeres.

Logo, estava lúcido, consciente.

O resultado desastroso, é meramente redacional.

Preciso aprender a expressar sentimentos de forma escrita, clara, suscinta, objetivamente.

Perdão, já passou.

RIVA disse...

Já li 2x seu post ...... triste e muito bonito, claro, me lembra até a qualidade da escrita da Alessandra, sumida ....

Não conseguiria me expressar assim em escrita, como vc conseguiu.

Apesar de uma década mais "novo" que vc, também passo por momentos assim. Meus indicadores de felicidade e paz de espírito são se toco violão ou piano, se consigo ler livros, se ouço música, se tenho saco de caminhar no calçadão, etc.

Tudo começou com a emendada da pandemia ao desemprego e a enfrentar o etarismo, pois com um ótimo currículo, já o enviei a 77 oportunidades e.....nenhuma entrevista. Já se passaram 15 meses.

E os boletos não param...... mas só existe um caminho : ir em frente.

Abração amigo.

Jorge Carrano disse...


Não podemos perder a confiança em nós mesmos.

Olha como meu humor já mudou. Já me arvoro em aconselhar/filosofar.

Como dizem "vida que segue ..."