28 de julho de 2023

Os goleiros

 

Não tínhamos  goleiros, e as razões históricas são óbvias e estão na memória de quem, como eu, jogou peladas em algumas ruas e terrenos baldios da cidade nas décadas de 1940 e 1950.

Jogar no gol era para quem não tinha qualquer intimidade com a bola. Até mesmo alguns "donos de bola", que tinham lugar  cativo, se eram muito ruins mesmo, tinham que se conformar com a alternativa: jogar no gol.

O clubes importavam goleiros até do Paraguai. Hoje seriam piadas inevitavelmente, por causa dos mochileiros e o contrabando de produtos falsificados.

Garcia jogou no Flamengo

Bem, está aí o Gatito, no Botafogo, uma exceção. É considerado bom, mas acabou barrado por uma das revelações, que me levaram a escrever sobre o tema desta postagem: o boom de arqueiros (na linguagem antiga) brasileiros com destaque até no exterior.

Deixamos de importar paraguaios, como Garcia e Victor Gonzáles, para exportar, por exemplo Alisson e Ederson.


E surgiram revelações, que estão se destacando no campeonato nacional, como Lucas Perri, no Botafogo e Gabriel Grando, do Grêmio.

Boa estatura, reflexo e posicionamento.



Segundo Dadá Maravilha, em entrevista há anos sentenciou: no futebol existem nove posições e duas profissões: centroavante e goleiro.

A posição de goleiro, atualmente, é profissão mesmo. Treinamentos específicos são necessários.


Notas:

1. Era difícil ter bola para as peladas. Improvisava-se até feitas com meias de nylon, de mulheres. Usávamos  as bolas de borracha, mais baratas.

2. Alguns meninos ("filhos de papai"), ganhavam bolas no Natal e no aniversário, mas não jogavam bem; então eram escolhidos para ficar no gol. Tinham vaga nas peladas porque eram os donos da bola.

3. A estatura era um fator pouco valorizado. Goleiros como Castilho (1,81 m) e Barbosa (1,74 m), por exemplo, não  eram altos.

4. Hoje é conveniente ter habilidade para jogar com os pés, nas saídas de bola.

5. Alguns goleiros brasileiros, antes dos citados, tiveram chances na Europa: Dida, Neto e Gomes, por exemplo. Mas sem brilho especial.

6. O Ivan, reserva no Vasco, com seus 1,94 m é mais alo do que o Léo Jardim que mede 1,88 m.

3 comentários:

RIVA disse...

E tem também aqueles goleiros classificados como bons ou muito bons, mas que na verdade têm ou tiveram uma grande linha de zagueiros à sua frente.

E quando a bola entrava era porque foi "indefensável" .... rsrsrsrs

O mais famoso deles desse tipo era o enganador Zetti.

Já escrevi sobre, mas os que mais me impressionaram até os dias de hoje e que realmente vi atuar foram CASTILHO (meu único ídolo em Futebol) e Sepp Maier da Alemanha.

Posso citar uns 15 bons goleiros, mas esses realmente são meus TOP.

RIVA disse...

Comentários adicionais :

Donos da bola jogavam em qualquer posição, desde que jogassem.

Na minha tchurma de rua fazíamos vaquinha para comporar bolas vagabundas num armarinho do Largo do Marrão.
Ou furavam naturalmente nas peladas, ou eram trucidadas por uma velhinha que tinha numa casa "invasora do nosso campo de futebol", que as cortava com uma tesoura dando gargalhadas pra gente do muro dela !! kkkkkkkkkkkk

Aliás como era broxante quando a bola furava !! Nunca tínhamos reserva.
O mesmo com as bolinhas de ping-pong massacradas com as violentas cortadas durante as partidas. Acabava com o jogo até arranjarmos outras ...

Jorge Carrano disse...


Castilho era o dono da "leiteria". Goleiro mesmo, elástico, firme, era o reserva Veludo, no Fluminense.

Aliás, em 1954, os dois foram convocados para a seleção brasileira, algo inédito.