Carlos Frederico M B March
Tenho uma índole muito sonhadora, daí ter grande interesse nos ambientes fantásticos. Isso inclui romances e filmes de ficção científica, exploração espacial, cenários alienígenas. No entanto, o mundo real aqui de baixo na Terra fornece amplas oportunidades para quem gosta de explorar ambientes inusitados. Alguns deles difíceis de serem alcançados como a vida no fundo do mar, que para um desavisado transcende até as mais absurdas histórias de ficção. Alguém poderia imaginar de sã consciência peixes que carregam uma lanterna na testa? Polvos e medusas imensas, cavalos marinhos, baleias monumentais, corais multicoloridos...
Não apenas o mar nos proporciona experiências "do outro mundo". Na superfície a troca de cores de répteis, ou a capacidade de alguns deles de recompor membros inteiros perdidos em acidentes ou lutas, extrapolam nosso cotidiano de reles seres humanos. Como também a capacidade inata de aves migratórias em achar seus pontos de desova a milhares de quilômetros, ou uma mera formiga carregando nas costas várias vezes o seu peso / tamanho.
O autor em ação em Nova Friburgo / RJ |
Eu, o Carlos plural de post anterior, sou entre outras coisas fotógrafo. Seguindo essa linha de apreciar aspectos inusitados da Natureza, venho aos poucos me afeiçoando a um ramo da fotografia chamado de macrofoto. Alguns autores definem outro ramo especializado, a microfotografia, que seria o exercício da macrofotografia levado a limites extremos.
Além de conhecimentos de teoria de captação de imagens, para um resultado satisfatório tanto a macro como a microfotografia carecem de equipamento específico, o que pode significar investimentos altos em lentes e em iluminação (flashes circulares).
Ainda estou evoluindo na arte, de sorte que apresentarei apenas algumas de minhas toscas experiências. Um dos assuntos mais fáceis para um iniciante é a fotografia de flores. Tecnicamente, focalizar uma flor por inteiro ainda não seria macro e sim o chamado close-up. Apesar de ser um assunto considerado pelos profissionais como corriqueiro, banal, lugar comum, assim como os indefectíveis ocasos e auroras, fotos de flores sempre atraem o olhar de admiração dos leigos.
Brinco de Princesa |
Chegando mais perto, a gente começa a penetrar no mundo do inusitado. É quando fotografamos detalhes das flores numa perspectiva diferente do olhar cotidiano. E aí a macrofotografia começa a gerar interesse. O interior das pétalas ou a penugem somente revelada através da iluminação artificial por flash causam efeitos muito interessantes.
Petúnia |
Columeia Baton |
Além de flores, insetos são um campo de trabalho realmente fantástico para quem aprecia macrofoto. Olhar bem de perto uma cigarra, uma abelha ou uma aranha, revela a nós um universo de texturas e cores totalmente novo. Sim, decerto muitas pessoas desenvolverão asco ao observar os pelos da pata de uma aranha bem de perto, mas peço perdão a elas: meu foco é mostrar detalhes desse mundo minúsculo que nos cerca.
Joaninha na trepadeira de arco |
Abelha se aproximando para sugar pólen |
Cigarra na Pousada do Rio Quente |
"Genoveva" em seu disfarce amplificador |
Acima captei um truque que a aranha que apelidei de Genoveva usou para tentar espantar predadores em nosso jardim de Friburgo. Como estava em local muito exposto na trepadeira de arco, ela criou extensões de suas patas na intenção de se mostrar muito maior do que era. Infelizmente, semanas depois descobri que ela havia se ido... ou entrou na cadeia alimentar...
Pode-se chegar muito mais perto, como nesses detalhes do corpo e da pata da Filomena, outra das aranhas que habitam meu jardim em Nova Friburgo.
Filomena - corpo |
Filomena - pata |
Fechando: close-up, macro e microfotografia nos apresentam a um mundo fantástico de cores e texturas. As aranhas acima mostradas, ao vivo são inexpressivos espécimens em tamanho e cores, perdidas em teias no meio do denso verde. As flores são belas de per si, mas chegar bem perto ou iluminá-las de uma maneira pouco usual realça nuances despercebidas no cotidiano. Captar uma abelha em pleno voo é uma arte, tão difícil quanto pegar de jeito uma joaninha, pois as bichinhas não param, andam sem cessar, e captar uma imagem em foco é um feito que depende de equipamento adequado mas também de sorte. Confesso que ainda não foi dessa vez...
Fotos do autor do post. Direitos reservados.
7 comentários:
Prezado Carlos Frederico,
Não mencionei em nossa troca de mails, porque queria faze-lo no blog para tornar pública minha opinião.Visualmente, este é um dos mais bonitos posts que já foram publicados neste espaço.
Os outros seriam os dos links abaixo:
http://jorgecarrano.blogspot.com/search?q=jardim+de+monet
http://jorgecarrano.blogspot.com/2011/07/visita-ao-vale-dos-vinhedos-parte-i.html
Parabéns pois suas fotos têm qualidade melhor do que as demais, como por exemplo as dos jardins de Monet.
Obrigado e um abraço
A joaninha precisava ser preta e vermelha?
Pela cor, prefiro o besouro (rsrsrs)
As fotos têm boa resolução mesmo.
Gusmão
P.S: amanhã voto na musa. Estou pesquisando.
O Carlos entende pouco de mulher (prefere as magras e angelicais), tem um gosto musical no mínimo duvidoso, mas, reconheçamos, é um bom fotógrafo, não é Gusmão?
Abraços
Agradeço os elogios, só me farão perseverar. E agradeço também a você, Carrano, pela paciência (descomunal) em editar as fotos nos posts.
Abraço
Carlos
Belíssimas fotos .... negrito para o comentário do Gusmão sobre as cores que a natureza deu à joaninha mulamba .... rsrsrrs
Não sei porque, esse post me fez lembrar da maldita Dízima Periódica ! Acho que vou escrever sobre ela ...
Abrs
PS : Patrícia Poeta 10.000 x 0 no resto !!!
A joaninha não é rubro-negra. Na minha casa em Friburgo é muito difícil aparecerem joaninhas vermelhas - que aliás são as mais belas. Essa é cor de abóbora com pintas pretas, sendo que volta e meia também aparece uma versão da mesma cor sem pintas.
<:o) Carlos
Caro Gusmão,
Posso testemunhar o que afirma o Carlos no comentário acima. A joaninha não é rubro-negra. Através de foto (corte da publicada)que me mandou por mensagem eletrônica, fica destacado que ela é cor de abóbora.
Ainda bem, porque não ficaria bem para um vascaino como o Carlos, valorizar as cores do adversário.
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