Essas três nulidades, bizarrices, incongruências, inutilidades, invencionices me irritam, me deixam cada vez nais longe do futebol.
Bem, há de ter uma palavra mais adequada para definir o que pretendo explicitar, mas não me ocorre. Vamos assim mesmo.
Como se não bastasse o desempenho pífio de meus times favoritos, no Brasil e na Inglaterra, ainda tenho que conviver com VAR, mais burro do que o videotape, certamente decretaria Nelson Rodrigues.
Noutro dia, assistindo a Manchester United e Chelsea, acompanhei estarrecido uma das maires injustiças cometidas pelo tal do VAR. Não o equipamento, claro, mas o idiota que o monitorava.
Deu-se que na cobrança de um escanteio a favor do Chelsea um jogador cabeceou e fez um bonito gol. Protestos porque um dos zagueiro do United teria sido empurrado.
Verdade, foi mesmo. Só que o retardado que estava no vídeo não verificou que o jogador que empurrou o zagueiro, por sua vez tinha sido muito empurrado por outro zagueiro da equipe que se defendia, o que provocou um efeito dominó.
Uma coisa absurda. Cristalina, bastava ter voltado dois frames e teria ficado óbvio que o empurrão não foi intencional. Foi provocado por outro empurrão de jogador da equipe beneficiada com a anulação.
Nem simpatizo com o Chelsea, antes pelo contrário, mas que o time foi prejudicado foi. Que justiça nos resultados, tão apregoada é essa?
O VAR tira a espontaneidade na comemoração, atrasa o andamento da partida ... e erra muito.
Então qual a vantagem? O futebol viveu e cresceu muito sem VAR. É uma paixão mundial, seja, no planeta.
E o scout? Qual a sua utilidade para nós, torcedores ou espectadores diante da telinha da TV? Para os treinadores há de ter algum valor. A análise do desempenho de seus jogadores pode sinalizar seu melhor aproveitamento.
O técnico pode robotizar seus jogadores, definindo como no teatro os locais onde devem estar em cada cena (chama-se marcação).
Qualquer perna-de-pau, se é obediente taticamente, joga futebol. O improviso, a inspiração, o raciocínio rápido, a habilidade no domínio da bola, deram lugar ao rigor tático, a disciplina.
Mas que faço eu com a informação que o jogador Alfa numa certa partida, no segundo tempo, tocou na bola três vezes, ficando com ela em seu poder por 23 segundos?
Se meu time perde vou me consolar com o fato dele ter tido 73% de posse de bola? Ora, se ele perdeu para um time que teve penas 27% de posse, é porque é muito incompetente. Não é objetivo.
Hoje, durante uma partida, o narrador mencionou que o jogador Beta, este ano atuou apenas em 3 partidas tendo ficado em campo por 67 minutos.
Enquanto ele comentava esta bobagem, esta inutilidade, quase saiu um gol e ele não narrou quem deu o passe e nem quem concluiu jogada.
Se você não conhece bem os jogadores, o modo dele correr, cor da chuteira, corte de cabelo, fica boiando porque o narrador está preocupado em passar para nós o scout, o histórico, a estatística.
Depois troca ideias com o comentarista que vai dar um pitaco tolo e igualmente inútil.
Tudo isto é uma tolice só. Messi, o maior do mundo (ainda) ficou quatro partidas sem marcar um gol; hoje (dia 22.02.20), contra o Eibar, marcou quatro gols.
O que isso prova?
No jogo de ontem, dia 23, entre Arsenal e Everton, disouraxdo no Emirates, antes do início o comentarista da ESPN deu uma informação preciosa: o jogador Aubameyang, jogando aos domingos, fez 30 gols em 37 jogas; já nos outros dias da semana fez apenas 17 em 30 jogos.
Não satisfeita, a emissora colocou na tela esta fundamental informação, junto com outras tantas essenciais para o futebol.
Ao longo da partida ficamos sabendo que o Everton é o maior freguês do Arsenal em jogos realizados no estadio deste último; que a equipe de Liverpool nunca venceu os gunners jogando em seu estádio atual, o Emirates.
E mais esta preciosidade, que torna o futebol apaixonante: o jogador Aubameyang, tem tudo para alcançar a marca de 50 gols no menor número de jogos pelo Arsenal. A marca pertence a Thierry Henry que fez os 50 gols em 78 jogos.
Duvido que você, doravante, deixe de assistir aos jogos do Arsenal😂😂😂.
Saio de uma invencionice, volto a frisar, para nós torcedores, para falar de uma lei criada para defender os jogadores do jugo dos clubes de futebol. Agora eles são dominados pelos empresários.
A alteração na chamada lei do passe foi comemorada pela crítica, pelos jogadores e pelos empresários. Estes em especial.
Claro, os jogadores deixaram de ter vínculo permanente com os clubes (passe preso), dependerem deles para liberação, e passaram a ficar presos a empresários.
A grande maioria dos empresários, verdadeiros parasitas, faz leilão de seus agenciados colocando-os onde podem ganhar um pouco mais e eles - empresários - morderem uma boa comissão.
Os jogadores eram "escravizados" pelo clubes, agora são marionetes de empresários.
A negociação do passe, antes uma das mais importantes fontes de renda dos clubes, agora fica por conta dos empresários. E se estes são parentes - pai ou irmão - aí o ganho é absoluto.
Fazer corpo mole para trocar de clube (e até pedir) ficou uma coisa rotineira. Basta alguém sinalizar interesse na contratação, pronto!
Peguemos o jogador Philippe Coutinho, por exemplo. Saiu do Vasco em 2009, vendido para a Internazionale, de Milão, na Itália; depois foi para a Espanha, emprestado para o Espanyol, de Barcelona; de lá foi para a Inglaterra defender o Liverpool; deixou a Inglaterra para voltar à cidade de Barcelona agora para jogar no clube de mesmo nome; saiu emprestado para a Alemanha, onde se integrou ao Bayern, em Munique, emprestado pelo Barcelona.
Em 10 anos, Brasil, Itália, Espanha, Inglaterra, Espanha, de novo e Alemanha.