Na área do Direito, rábula era a pessoa que, mesmo não tendo formação acadêmica, era autorizada a atuar em juízo, no primeiro grau de jurisdição.
São personagens muito presentes nas obras de Jorge Amado.
No campo da engenharia haveria uma palavra que designasse os engenheiros "de ofício", sem curso superior especializado?
Não me refiro aos "mestres de obras", como meu avô materno, em Viseu e Lamego, em Portugal, onde exercia seu ofício construindo casas basicamente com pedras, antes de migrar para o Brasil.
Bem, não importa. Na antiguidade, em priscas eras, tempos idos, imemoriais, civilizações ergueram estátuas, aquedutos, túmulos, templos, anfiteatros, muralhas e outras importantes obras de engenharia que resistiram às intempéries, ao passar do tempo e até o vandalismo humano, e aí estão nos surpreendendo, encantando, comprovando a capacidade criativa do homem.
Tive oportunidade de ver, ao vivo, no Museu Pergamon, em Berlim o Portão de Ishtar, da Babilônia, gigantesco, impressionante, que, no dizer do guia, não está ali como fruto de saque, mas sim porque foi comprado (fez questão de frisar).
Vejam abaixo a impressionante obra de engenharia:
Pude admirar, também, o Coliseu, obra romana que nos leva a refletir sobre a engenhosidade do homem para construir, quando ainda inexistiam ferramentas, guindastes, materiais de construção desenvolvidos para determinados fins, e erguer uma obra arquitetônica daquele porte ... e que resiste ao tempo.
O mesmo pode-se dizer das pirâmides, no Egito, que não visitei, destacando, neste caso, o volume e peso da pedras empregadas na construção. Só o transporte delas já nos leva a meditar na dificuldade.
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Quéops, Quéfren e Miquerinos |
E a muralha da China - que também não conheço senão por fotos - o que dizer de sua extensão, das dificuldades do solo, da topografia, do transporte de materiais?
Mas conheço o aqueduto, obra romana ainda de pé, em Segóvia, na Espanha.
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Segóvia - Espanha |
Poderia aduzir o Templo de Diana e o Colosso de Rodes (deus grego Hélios), porque suas ruínas são testemunhas da relevância da religião desde sempre na cultura dos povos.
Cabe uma explicação para a abordagem escolhida para este post.
Assistindo ao programa "Globo Rural" (um dos melhores da TV, há muito tempo), que tratava dos prejuízos no setor agropecuário no Rio Grande Sul, por conta das enchentes ocorridas naquele Estado, fiquei sabendo de uma casa do pássaro joão-de-barro, construída numa árvore que ficou submersa por vários dias, e não desmanchou, não dissolveu, ficou intacta, fiquei impressionado com a segurança, com a adequação do material empregado, tudo creditado a uma ave, que nós consideramos irracional.
Daí a associar o instinto do joão-de-barro aos estímulos racionais dos antigos arquitetos e construtores (sem formação acadêmica, penso eu) foi um feeling natural.
Associar as grandes obras do passado, que também resistem aos fenômenos da natureza e se mantêm de pé, total ou parcialmente, à casa de barro e capim da ave, foi pura associação de ideias.