30 de outubro de 2017

ETIMOLOGIA

Foi o confrade Riva quem provocou esta postagem. Em recente comentário ele mencionou haver recebido de um amigo uma mensagem informando sobre a origem da palavra larápio.

A explicação é muito criativa, pitoresca, mas não passa disto, eis que não se sustenta quando analisada por dicionaristas e filólogos respeitados.

Segundo a versão trazida pelo supracitado amigo (seguidor e colaborador do blog, onde tem vários posts publicados), a palavra larápio, no sentido de gatuno, teria origem romana.

Teria havido um pretor (praetor), de nome Lucius Antonius Rufus Appius, que dava sentenças mais favoráveis a quem lhe pagava. 

Como ele costumava assinar L.A.R. Appius, acabou dando origem a palavra que tem o sentido de gatuno.

Cabe lembrar que o pretor (praetor), na Roma antiga tinha uma dupla função: chefe militar e magistrado.

A origem, deliciosamente curiosa, não encontra respaldo entre os etimologistas de maior rigor científico. A matéria no link a seguir analisa o assunto.

Outra folclórica e romântica etimologia difundida se refere ao ritmo de dança conhecido como forró.

Afirmam alguns linguistas que a palavra teve origem em Natal, capital do Rio Grande do Norte, onde os americanos do norte mantiveram uma base naval de apoio.

Eles promoviam bailes cujo ingresso era restrito aos yankees (estadunidenses). Por outra lado, vez ou outra alguns bailes eram franqueados a todos moradores das cercanias.

Nestes casos na porta do local era colocada uma placa informativa: FOR ALL. Daí, pela pronúncia da expressão inglesa, virou forró.

Esta versão também é refutada por estudiosos; leiam a matéria do link a seguir:

E a palavra gringo, como alusão a estrangeiros? Aqui no Brasil foi bastante usado chamar de gringo estrangeiros de qualquer origem, mas muito espacialmente americanos.

A explicação mais aceita apontava como origem as manifestações da população mexicana, contra tropas americanas que ocuparam o país, que empunhando cartazes nos quais se lia “Green, go home!”, queriam a retirada e retorno dos americanos, que utilizavam uniformes militares verdes, ao seu país de origem.

Deu-se o mesmo relatado em relação ao forró. Na pronúncia do enunciado  na frase  (palavras de ordem) dos cartazes, “green go” acabou por dar origem a gringo. Por extensão, com o tempo, todo estrangeiro acabou virando gringo.

Confiram em:
http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/gringo-vem-de-8216-green-go-home-8217-certo-errado/

De todas as histórias que li ou ouvi explicando origem etimológica de palavras ou nomes próprios a mais difícil de engolir é a que se refere ao nome da capital do Uruguai: Montevidéo.

Segundo explicação de um guia local, durante o indefectível tour pela cidade, o nome decorre de anotações náuticas. Dada a importância de um porto existente no local, era necessário ter referências que facilitassem sua localização.

A imaginação, o espírito criativo do autor da versão, superou todas as demais espirituosas e até românticas histórias sobre origem  de nome.

Consta que era exatamente junto ao sexto monte  (elevação) avistado por aqueles que navegavam pelo Rio da Prata, saindo do oceano, de este para oeste, que ficava o tal porto seguro.

A representação, simplificada, era mais ou menos a seguinte “Mont VI D E O” , ou seja, monte sexto de este para oeste. Como queiram, o sexto monte de este para oeste.

Esta história é difícil de engolir. O guia contou sem ficar ruborizado, acho que ele acredita nela mesmo.

É criativa e como os uruguaios são bastante receptivos, simpáticos, fingi que acreditei e até comprei a tradicional T-shirt com o nome da cidade estampado: Montevidéo.

Como dizia um aluno (Paulinho Gogó) da Escolinha do Prof. Raimundo  “quem não tem dinheiro conta história”. 


29 de outubro de 2017

Obesidade, longevidade e bengala


Ando muito de ônibus e muito a pé, no centro da cidade e em Icaraí.

O que noto é que a população está envelhecendo, na média, engordando e usando bengalas.


Está certo, estou muito próximo de precisar de quem me ampare ou de uma bengala, o que não me impede de comentar o fato, até porque não estou criticando e sim constatando.

A dificuldade para ultrapassar a roleta, nos coletivos, é grande para muita gente. Em especial mulheres. Que coisa incrível o número de corpulentas, ou matronas como diziam os romanos, quando estas mulheres acima do peso ideal na relação idade e altura, já atingiam a meia idade.

O tamanho dos assentos é um caso a parte. Duas mulheres opulentas não podem ocupar o mesmo lugar no espaço, como na regra de física, simultaneamente.

Nas ruas muitos idosos. Homens, um pouco menos, e mulheres. 

Muitos destes idosos utilizam bengalas ou muletas.

Um negócio promissor, na cidade, seria uma fábrica de bengalas.

Se eu fosse carpinteiro/marceneiro, iria me especializar na produção de muletas, de diferentes tipos, com qualidade e bom preço. Porque mesmo os pobres estão vivendo mais. 
No prédio onde resido as assembleias de condôminos mais parecem reuniões sociais em asilos. 

Os elevadores têm capacidade calculada pelo número de usuários, mas limitada ao peso total. Não existem pessoas adultas com peso médio de 70 quilos.

Logo, os elevadores transportam menos pessoas, o que pode me deixar de fora, a espera da próxima passagem dele pelo oitavo andar.

Raizes agressivas
Na verdade são muitos os obstáculos para uma caminhada mais célere. Desde calçamento irregular, com buracos, peças cerâmicas e pedras portuguesas se soltando, e o concreto se quebrando e virando ressaltos em virtude das raízes da árvores.

Andar pelas calçadas está mais lento. De meu escritório até o Fórum, cerca de uma quadra e meia, pode me tomar 10 minutos. Claro que também porque hoje já não ando com tanta desenvoltura.


Muitos ambulantes, com barracas e tabuleiros, reduzem o espaço sobre a calçada, em alguns casos já estreitas. É preciso aprender a caminhar de lado, como siri, para desviar de orelhão, bancas de jornais, camelôs, distribuidores de panfletos e pedintes sentados no chão.



Meu sogro tinha uma tese. Se estiver com pressa não caminhe atrás de velho e nem de bêbado. É difícil até para ultrapassa-los pois não caminham em linha reta. Era uma piada, agora é uma realidade em minha vida.


É cediço que a opção à velhice e aos problemas dela decorrentes é pior. 

E os velhos que caminham lentamente apoiados em suas bengalas ou acompanhantes? São em número cada vez maior (estou quase lá). 

No Brasil as coisas são assim. Presídios com capacidade para manter 15 condenados em cada cela, colocam 35. Elevadores com capacidade oficial para 10 passageiros, só comportam 7.

26 de outubro de 2017

SAUDOSISMO

Niteroienses de nascimento, imigrantes, refugiados, adotados e simpatizantes.

Lembranças de bons e velhos tempos da cidade onde urubu voava de costas (sacanagem do Stanislaw Ponte Preta) e a vista mais bonita da cidade era a da cidade do Rio de Janeiro (gozação dos cariocas).

Bem-vindos às décadas de 1940/1950.

E também algumas gotas da cidade em seu estágio atual.

E nostalgia também nos comerciais que ouvíamos nas rádios e assistíamos na TV: criativos, bem-humorados, inteligentes






O Vasco tinha o "Expresso da Vitória". 


E Martha Rocha, com suas lendárias duas polegadas a maior, frustava por não ter conquistado o título, mas reafirmava o padrão da mulher brasileira.




O Liceu Nilo Peçanha era referência no ensino secundário no Estado do Rio de Janeiro, antes da fusão deste com o Estado da Guanabara.

Aqui meninas do volei, com dirigentes do Grêmio Litero-Recreativo Nilo Peçanha e professores da instituição de ensino, também da área de Educação Física.



25 de outubro de 2017

FILÓSOFOS, para que servem?

No meu caso, para objetivar este texto, e ir adiante sem muitas digressões, servem para duas coisas.

Uma delas surrealista. Uso suas teorias, análises e pensamentos como bula. Já explico.

Ao longo da vida, por alguma razão de época, li alguma coisa de filósofos clássicos: escolas de pensamento, influências exercidas e sofridas. Nem sempre entendi, ou digeri, onde queriam chegar. Abstrações ininteligíveis.

No rol, Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, Nietzsche, Schopenhauer, La Rochefoucault, Thoreau e outros menos lembrados.

Alguns deles até achei maçantes, prolixos, herméticos, difíceis de entender. Por isso, leituras as quais venho me dedicando, de renomados filósofos e professores brasileiros contemporâneos, têm pelo menos uma utilidade prática: servem como bulas.

Com efeito, os filósofos mais badalados são referidos à exaustão nas obras e palestras do Leandro Karnal, do Luiz Felipe Pondé e do Mário Sergio Cortella, para citar apenas aqueles que estou conseguindo ler no momento. Eles estão em várias mídias vocês já devem conhecer.

Difícil era interpretar a filosofia, ou as lições, as reflexões de Nietzsche, nem sempre bem traduzidas (no original seria impossível para mim). Karnal as mastiga, porque ele interpreta o pensamento do filólogo, poeta, e filósofo prussiano. E  nos transmite de forma mais clara, mais direta e objetiva. Em gotas ou bolinhas homeopáticas.

Nesse particular eu seria um filhote de chupim. A diferença é que ele não está me alimentado ingenuamente, mas de forma deliberada ... e remunerada.

Os três brasileiros citados, Karnal, Pondé e Cortella, como não poderia deixar de ser, valem-se dos que os antecederam, no ramo da filosofia, independentemente de origem, idioma ou credo, para reformar, reafirmar suas definições. Quem define limita?

Até sobre Lacan, que ouvira falar muito rápida e superficialmente, agora já sei mais um pouco: foi um importante psicanalista, interprete de Freud e deu a luz uma corrente psicanalista: o lacanismo.

Se perguntarem o que mais aprendi sobre Lacan, para ser sincero teria que responde que apenas o seu nome completo: Jean-Marie Émile Lacan. Sim, e que era parisiense.

O outro ganho que tenho lendo alguma coisas sobre filosofia, é o de reforçar positivamente algumas crenças e comportamentos que alguns deles execram, ridicularizam e reduzem a bobagens eternas.

Ou seja, seus princípios e definições, contestando o que faço, acabam tendo efeito contrário. Vou conceder-lhes (a eles) o benefício da dúvida  admitindo que o propósito de um filósofo pode ser exatamente obrigar que seus leitores e ouvintes pensem.

Não pretendem impor coisa alguma. Devemos aprender a pensar, com a própria cabeça. Como citado por um dos três em algum dos livros que li: “o caminho do saber é o saber”.

Ora, por mais ingênuo, tolo ou primitivo que possa parecer, eu gosto de ter por perto, em meus ambientes, as plantas espada de  São Jorge, arruda e guiné.

Já fui tentado até a achar que se uma delas murchou foi porque alguém de olho gordo ou olho grande estaria me prejudicando.

E não, como analisado pelo filósofo, tratar-se apenas de uma questão regulada pela natureza. Plantas diferentes têm sistemas de regas e de exposição ao sol diferentes. Se a pessoa água as plantas na mesma ocasião, em quantidades idênticas, certamente irá prejudicar ou afetar uma delas.

É, pode ser. Mas o que perco em acreditar que a planta ficou afetada absorvendo algum mal que poderia me atingir?

Invoco e me apoio na sabedoria da teoria da dúvida de Pascal, por similitude em relação à crença na existência de Deus.

24 de outubro de 2017

FILÓSOFOS

Eles são filósofos, professores universitários, escritores, palestrantes, brasileiros e bem-humorados.

Pondé
Karnal
Cortella




                    





Devem ser lidos e ouvidos (YouTube), porque são cultos, inteligentes e podem nos ajudar a refletir sobre religião, política, moral e ética, entre outras coisas.

Os três têm (bons) livros publicados.

Se não os conhece, comece por vê-los e ouvi-los em vídeos disponíveis na rede. Colocarei aqui alguns para facilitar.

O primeiro é do Leandro Karnal, aqui neste vídeo sendo entrevistado pelo Jô Soares, por ocasião do lançamento de seu livro "Pecar e Perdoar", que li, gostei e recomendo.



                            


Este a seguir é do Mário Sergio Cortella.



                         


O próximo é do Luiz Felipe Pondé.




                      



No vídeo a seguir, os três estão num mesmo programa, debatendo. Avalie.







Encerro com um fato real, ocorrido em São Paulo (capital), na década de 1970 (72/79), quando para lá mudei pela primeira vez. Reincidente específico, passados alguns poucos anos voltei a trabalhar e morar na capital paulista (87/95).

Vou omitir nomes para não constranger os que podem estar ainda vivos. Um deles sei que não está mais entre nós.

Eramos quatro e tomávamos cerveja. Dois publicitários, um professor e um executivo em ascensão. Todos jovens, com menos de quarenta anos de idade.

A conversa enveredou por um assunto polêmico, na época. As opiniões se dividiam. E as posições, controversas, foram se radicalizando.

Às folhas tantas um dos participantes da conversa decretou: - eu estou com Aristóteles, a virtude está no meio, portanto eu nem sou contra e nem a favor.

O mais questionador de nós, e já com uns três copos de cerveja evaporados enevoando o pensamento, atalhou  no ato: - e desde quando você entende de filosofia?

Ao que o adepto do princípio aristotélico sobre virtude explicou, calmamente: - conheço muito mais do que você imagina, estou à frente deles porque eu li Sócrates, Platão, Aristóteles e outros. E eles não leram nada de minha autoria, sobre meu pensamento.

Apresso-me a informar que ele não estava pilheriando.

A tese dele era que se nós, alguns de nós, que já lemos os pensamentos, métodos e princípios de grandes filósofos, em tese sabemos mais do que eles sobre filosofia.

Sabemos um pouco sobre Friedrich Nietzsche, Immanuel Kant, Blaise Pascal e outros respeitados e reverenciados pensadores.

Eles nada souberam sobre nós, nunca leram uma frase nossa, um aforismo, um conceito nosso. Isto nos torna superiores a eles? 

Só na filosofia do nosso conviva.Filosofia?

Pedi a conta para pagar minha parte no rateio. Atingi meu limite, inclusive da bebida.  Eles continuaram filosofando.

Amanhã abrirei o coração para voltar à filosofia e aos filósofos. Não chegarei ao limite já alcançado por alguém que decretou que a filosofia é uma chave que abre muitas portas, atrás das quais não se encontra nada.

Mas vou tangenciar.


Nota do autor: já escrevi sobre alguns dos filósofos do t em:
https://jorgecarrano.blogspot.com.br/2016/10/minha-estante.html

23 de outubro de 2017

Leituras fundamentais

É preciso ler. Ler o que soma, o que enriquece, o que faz crescer, o que informa e o que forma, o que eleva o espírito, o que alegra o coração, o que nos ajuda a amadurecer. A leitura, como a luz solar, é essencial para a vida.

Borges, o celebrado escritor argentino Jorge Luiz Borges, autor de vasta e importante obra literária, já deixou consignado que se jactava muito mais do que lera, do que escrevera.

Não tenho coisa alguma a acrescentar sobre a relevância de se ler.

Pela minha estante já passaram obras que reputo fundamentais, como por exemplo algumas destas abaixo. Seus autores devassaram a alma humana, deixando-nos  nus. 

Escreveram em diferentes períodos históricos, em diferentes países, em línguas diversas (exceto Saramago e Nelson), estilos diferentes, mas todos mestres no ofício de observar e analisar o comportamento humano.

Dostoiévski


Shakespeare                                  


Nelson Rodrigues                                   


José Saramago                                  


Escritores que espargem filosofia através da boca de seus personagens.

A mesquinhez, a torpeza, a vilania, o egoismo, a maldade, a traição e outras deturpações humanas reveladas de maneira subliminar, ou cifradas ou simbolizadas. 

O primeiro livro que li e me levou à reflexão foi "O Pequeno Príncipe". Alguns ensinamentos transmitidos nos diálogos entre personagens são definitivos.

Foi um pecado o livro ficar tisnado como sendo o preferido de misses. Isto porque, malgrado a beleza física,  proporção e equilíbrio das medidas de busto e quadris e de peso e altura, a maioria não primava pela cultura geral.

Assim como um determinado carro fabricado pela Volkswagen, no passado, com várias qualidades, ficou estigmatizado como carro de praça - táxi.

Uma pena, nos dois casos, do livro e do automóvel.

Aprendi, com Saint-Exupéry, a não pedir e a não alimentar expectativas de que seria atendido pedindo o inexequível, o absurdo, como lecionou o rei que não determinava o por do sol antes do final da tarde e tampouco que seus generais voassem de flor em flor como borboletas.

Ele era o soberano e tudo podia, menos exigir o absurdo. Deveria preservar sua autoridade e não cair em descrédito e ser desrespeitado com ordens inexequíveis.

Isto vale para, por extensão, não esperar de algumas pessoas mais do que elas são capazes de dar.

Nelson e Shakespeare, dramaturgos, escreveram peças nas quais nos enxergamos, ou aos nossos filhos, pais, amigos e inimigos. Chefes, empregados, canalhas, todos desnudados, radiografados.


NOTAS:
1) os livros citados são meros exemplos que não esgotam a obra, vasta e importante de todos eles. Saramago foi minha última realmente boa descoberta. Depois de Eça de Queiroz e Machado de Assis.
2) https://jorgecarrano.blogspot.com.br/2013/11/bibliotecas-publicas-e-privadas.html

21 de outubro de 2017

Há 52 anos

Há exatos 52 anos, no 21 de outubro de 1965, eu contava 25 anos de idade e nascia o meu primogênito, que, por consequência, hoje completa 52 anos de idade.

Ele não foi um fruto de descuido, contagem errada da tabelinha que se usava para controle da natalidade, ou de defeito do preservativo. Ele já estava planejo desde o noivado.

Também como planejado, se fosse menino teria o meu nome. Não havia recurso de exame de imagem para sabermos com antecedência o sexo do nascituro. Era loteria. Parteiras muito experientes arriscavam prever o sexo da criança pela conformação da barriga da gestante, e outros indícios que já não lembro. Tinham boa margem de acertos.

É a tal história, não creio em bruxas, mas que elas existem, existem.

E não era só exame de imagem que não havia ou não tínhamos. Não tinha telefone celular (aliás o convencional, fixo, era privilégio de poucos), não havia notebook, tablets e menos ainda smartphones.

Não havia a ponte Rio-Niterói ligando duas margens da baia da Guanabara (havia somente projeto engavetado), eu não tinha imóvel próprio, nem automóvel. Até aí nada de excepcional ou anormal. Mas não tinha geladeira e nem televisão (nem com imagem em preto e branco que era a já chegada ao Brasil).

E ganhava muito pouco. O nível gerencial, na empresa, só alcancei 5 anos depois, em 1970.

Niterói era a capital do Estado do Rio de Janeiro, eis que a fusão deste com o Estado da Guanabara só ocorreu 10 anos depois. E o Estado da Guanabara só tinha 5 anos de criado, posto que tal ocorreu quando da inauguração de Brasília, em 1960.

Ainda era estudante de Direito, sendo certo que só concluí o bacharelado dois anos após o nascimento do filho homônimo. Sim, claro, além de primogênito ele é homônimo, com acréscimo do indefectível Junior, que preferi ao usual Filho.

Já perceberem? Era estudante, sem casa, sem automóvel, sem televisão e geladeira, salário baixo, casado com uma mulher de outra cidade e outro estado, sem amigos ou outros parentes aqui em Niterói. E aí? Estão me julgando um irresponsável? Sem juízo? É justo o veredito.

Mas aqueles que conhecem o desfecho da história e principalmente os que acompanharam o desenrolar da história, sabem que deu certo. Um enredo tão surrealista tinha tudo para terminar em tragédia grega, ou shakespeareana ou, para não ir muito longe, um drama Rodriguiano (Nelson Rodrigues).

Sou um pai como muitos, mas tenho filhos como poucos. Tanto o aniversariante desta data, quanto o caçula, deram-me muitas alegrias e muito orgulho.

Ricardo
Jorge
À guisa de nota do autor, ou nota explicativa, informo ter sido necessário mencionar no aniversário de um a existência de outro filho, Ricardo, porque o aniversário do Jorge foi só um pretexto para reafirmar aos dois o quanto são amados.

Por mim e pela mãe. 


Verba volant scripta manente.

19 de outubro de 2017

KBrO3 e SO2

O bromato de potássio e o sulfito (ou dióxido de enxofre) são nocivos a saúde?

Pode ser, não discuto com cientistas, acadêmicos e petistas.

Hein!? Por que incluí os petistas num nicho seleto? Por causa do Lobão (cantor e compositor) que os definiu de forma bem-humorada, mas mordaz, ferina:

"Discutir com petista é como jogar xadrez com pombo. Ele vai derrubar as peças, cagar no tabuleiro e sair de peito estufado cantando vitória".

Ele nem acrescentou que os pombos são ratos com asas, transmissores de doenças. E que emporcalham monumentos públicos, para dizer o mínimo.

E, cá para nós, os petistas, como os pombos, transmitiram corrupção, fraudes, falcatruas, apropriações indébitas e outros malfeitos (valeu, Dilma), contaminando todo o organismo político que já vinha combalido.

Quanto a não discutir com cientistas, é porque eles nos colocam dúvidas, caraminholas na cabeça, e depois saem se desdizendo, tornando não dito o que foi dito, com firma reconhecida e várias testemunhas.

Ou esquecerem que o ovo poderá ser responsável por suas elevadas taxas de colesterol? Sim, esquecerem porque agora não mais: a ciência comprovou que não é bem assim.

A cafeína, a sacarose, a lactose fazem mal? Não sei hoje. Preciso da ajuda dos universitários.  Ou então, se não estou num programa de prêmios (quiz) vou à wikipédia.

Discutir o bromato de potássio no pão, quando até mesmo o trigo do qual basicamente é feito está no banco dos réus?

Você não sabe? Pelo excesso de glúten na farinha, o consumo de pão não é recomendado: causa inflamação no intestino.

E nós ainda agradecemos na oração "o pão nosso de cada dia..."

Voltando ao bromato, não por outra razão o pão argentino é melhor do que o nosso, assim como o Messi é melhor do que o Neymar. Lá o uso do bromato é permitido de forma controlada.

Tenho saudades de um pão que comprava em São Paulo quando lá morei nos anos 1970. Leve, massa aerada, parecia um biscoito. Sim, com bromato.

Agora é proibido.

Alguns puristas querem chegar ao nível zero de utilização de aditivos na fabricação de vinhos. A última fronteira do uso de elementos químicos parece ser o sulfito.

Ora o sulfito possui atividades antibacteriana e antioxidante, ou seja, previne o desenvolvimento de bactérias que podem modificar o vinho comprometendo sua qualidade. Em outras palavras podem estragar o seu vinho.

Essa nova febre de consumo orgânico, não sei não ... e a qualidade da água com que é feita a irrigação?  E a chuva ácida?

Dos meus tempos de Liceu, assistindo com um mínimo de interesse as aulas do prof. Humberto Kopke, lembro da lei de Proust, não o Marcel, autor de "Em busca do tempo perdido", mas o químico francês Joseph Louis Proust, que enunciou a Lei das Proporções Constantes.

Segundo sua lei uma determinada substância composta é formada por substâncias mais simples, unidas sempre  na mesma proporção.

Como em minha memória: quando duas ou mais substâncias simples se combinam para dar formação a uma composta, só o fazem em proporções definidas e invariáveis.

Você está pensando que "colei" o enunciado do Proust - químico francês - pois fiquem sabendo que várias fórmulas matemáticas e leis físicas e químicas estão gravadas em meus chips cerebrais e posso surpreende-lo com citações em meio a conversas descompromissadas.

Querem outro exemplo? A fórmula da equação do segundo grau: menos "b", mais ou menos raiz quadrada  de "b² " menos 4ac, sobre 2a. Veja abaixo o valor de x.


Que pretendo então dizer sobre o uso de bromato nos pães e dióxido de enxofre nos vinhos?

Quem pariu Mateus que o embale. Os puristas querem vinho sem aditivos? Inventem, mas mantenham o frescor, o sabor e o aroma que lhes dão vida e alma.

Se pode usar farinha, com glúten, então deveria ser possível usar bromato, de forma controlada, para que o pãozinho francês nosso de cada dia (lembram da média com pão e manteiga?) fique fofinho, leve, com casca como de biscoito.

Meu saudoso e estimadíssimo amigo Mario Castelar estava com níveis altos de colesterol. Foi ao médico pois afinal seu irmão Francisco (Chicão), não menos estimado por mim, acabara de fazer um infarto.

O médico recomendou que ele tomasse Crestor. Alguns poucos meses depois, voltou à consulta e já com os resultados de novo exame de sangue em mãos. Olhando o resultado disse o médico: seu nível de colestrol caiu muito. Precisamos rever isto.

Se bem entendi, e o Castelar também, é preciso ter algum colesterol. É isso? 

Sim, é isso mesmo. Embora associado a doenças cardiovasculares, como infarto, e acidente vascular cerebral, o colesterol é uma gordura importante no organismo. Precisa apenas ser controlado.

Durma-se com um barulho deste.

Em resumo, mas sem qualquer relação com o ponderado acima: "Tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda", decretou o poeta popular.



NOTAS:

SO2 = anidrido sulfuroso

KBrO3 = bromato de potássio

Ler a respeito em:
http://www.artwine.com.br/artigos-e-reportagens/416/sulfitos-nos-vinhos-amigos-ou-inimigos

http://centralsul.org/2008/promotoria-investiga-uso-de-bromato-em-pao/

http://www.euromedic.com.br/detalhe-materia/porque-devemos-evitar-o-pao-nosso-de-cada-dia

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/oxidos-chuva-acida.htm

https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/vida/noticia/2017/08/taxas-desejaveis-de-colesterol-ficam-mais-rigidas-com-novas-diretrizes-9869672.html

17 de outubro de 2017

Da caixa de entrada de meu correio eletrônico

Os carrascos constroem as armas. Os detentores de poder de veto no Conselho de Segurança, na ONU, são os maiores fabricantes de armas letais, lideres da indústria bélica.

As armas que produzem visam lhes garantir respeito para exigir a paz, ou são um mero negócio, puro business?


E os defensores da plena liberdade para manifestações de arte? Eles estão imbuídos de que propósitos? E o conceito de arte, é universal?



Ideologia de gênero? Cura gay? 

Luiz Felipe Pondé, respeitado filósofo, fala da cura gay e da Globo.



Este parlamentar alemão ironiza.


Até o Alexandre Garcia pode ter razão em algum momento.



A Rede Bandeirantes, ao contrário da Rede Globo, tem opinião ... as vezes. E eu aprovo, as vezes.



Não sei quem fez a montagem, fez a edição, mas uma coisa é certa ... não é tricolor.



Ainda na linha do humor, divirtam-se.





Nota de agradecimento: agradeço a todos os parentes e amigos que me enviam vídeos de diferentes origens, temas e apelos. Continuem enviando.

Certamente os remetentes reconhecerão os que me enviaram, embora ocorra, com alguma frequência , receber o mesmo vídeo de fontes amigas diferentes.

Como este que recebi de três diferentes remetentes:



Sobre Luiz Felipe Pondé, ler em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luiz_Felipe_Pond%C3%A9

16 de outubro de 2017

Comemorações

As garrafas de espumantes, envoltas em papel acetinado, são para comemorar a prisão do molusco. Todas para mim. Quem vier confraternizar comigo terá que trazer sua própria bebida.

Já encomendei algumas para celebrar a permanência do Vasco na primeira divisão.



Já já irão para a adega climatizada.

15 de outubro de 2017

DESAPEGO

Dando continuidade ao processo de desapego iniciado há alguns meses, chegou a vez de algumas revistas.

Vou oferece-las aos sebos existentes na Rua Almirante Tefé. Free. 0800. Se quiserem terão que vir pegar.

Se alguém se interessar é só ligar, passar e pegar. A única pessoa que receberá em casa, em tendo interesse, é a Ana Maria.

Diferentemente do que ocorreu com as caixinhas de fósforos e os lápis com propaganda, nada quero em troca.







Os lápis e as caixinhas de fósforos foram adquiridas por gaúchos, de Gravataí e Novo Hamburgo, respectivamente. Cliquem no link abaixo.







As revistas são sobre vinhos e livros. Da clássica EntreLivros tenho poucas edições. Foi numa adelas que consegui, finalmente, conhecer "Ulisses", de Joyce.













Já havia feito duas tentativas para ler, na tradução do Antônio Houaiss, única disponível. Não passei da página 20.

Até que, em 2005 foi lançada a tradução da professora Bernardina Pinheiro e a revista EntreLivros publicou uma ótima resenha, palatável. 

Conclusão: continuo sem ter lido o livro (rsrsrs), mas agora conheço a história, graças a bem articulada resenha feita sobre e versão da prof. Bernardina.

Já as revistas sobre vinhos, nas duas diferentes edições, versam sobre todas as mais importantes regiões produtoras do planeta, como França, Itália, Espanha e Alemanha; e, ainda, os emergentes Nova Zelândia, Austrália e Estados Unidos; e também  Chile, Argentina e Uruguai aqui em nosso continente.

Abordam, também as castas mais difundidas e cultivadas. E tratam dos vinhos  espumantes, dos tranquilos, dos fortificados e dos adocicados (sobremesa).

Para iniciantes são um bom ponto de partida, por isso meu primogênito, parceiro no curso da ABS, comprava todas as edições das duas coleções.



Notas: