Foram tempos difíceis. Lourival Fontes, um arremedo de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do terceiro reich, seu ídolo certamente, era o Diretor do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural.
Embora Getúlio não fosse um genocida, como o Führer - Adolf Hitler - era todavia uma ditador. De meia pataca, mas era.
Um ditador que gostava de chimarrão, vedetes e era preocupado com a classe trabalhadora. Deixou uma boa herança para os trabalhadores materializada em leis de proteção.
Em sua carta-testamento, quando do suicídio, escreveu que à sanha de seus inimigos deixava o legado de sua morte. Mas para a classe operária deixou um legado importante.
Bem, o Dr. Fontes, do DPDC, criou uma espécie de Gestapo para controlar a população e em especial os meios de comunicação. Assim é que a atividade de jornalista só era permitida a quem tivesse registro profissional na carteira de trabalho. Sem registro não era possível exercer a profissão.
Vale lembrar que não existiam as fuculdades de comunicação social e os jornalistas eram formados dentro das redações, na prática diária, fazendo reportagens, redigindo matérias e editoriais.
Esta foi a formação de meu pai, que tendo exercido várias funções na vida, inclusive mais tarde no serviço público, tinha uma profissão: Jornalista.
Registro profissional |
Eis o registro obtido na carteira profissional, com a ocupação de redator. Mas ele ralou para alcançar seu registro profissional. Começou como linotipista e foi revisor, antes de poder redigir e assinar os primeiros textos jornalísticos. Trabalhou em vários órgãos de imprensa do antigo Distrito Federal, mas foi no Diário Trabalhista que conseguiu a primeira oportunidade como redator.
Redator no Diário Trabalhista |
Quando eu nasci, em 1940, ele trabalhava de madrugada, como linotipista, no Diário Oficial da União, cujo prédio majestoso ficava na Av. Rodrigues Alves, perto da atual Estação Rodoviária, no Rio de Janeiro.
Na área de imprensa, sua última função, foi a de diretor do Diário Oficial, mas do antigo Estado do Rio de Janeiro. Foi sob sua gestão, de 5 anos, que a sede do órgão oficial de imprensa do Estado, mudou de um barracão de madeira na Rua Jansen de Mello, para um prédio moderno (onde ainda funciona) na Rua Marques de Olinda.
Durante algum tempo foi produtor e apresentador, com outros jornalistas, de um programa jornalistico na Radio Mauá, que enfocava, principalmente, as coisas de interesse do Estado do Rio de Janeio (antes da fusão).
As fotos abaixo são de diferentes etapas da construção do prédio do Diário Oficial (instalação da rotativa e inauguração do prédio), e revelam que as obras começaram no mandato de um governador - Amaral Peixoto - e foram concluídas com outro - Miguel Couto Filho.
Aparecem, em primeiro plano, Fernando Carrano, o governador Amaral Peixoto e, a direita, o vice-governador Robertro Silveira (pai do atual prefeito de Niterói).
Na outra foto, Fernando Carrano e o governador Amaral Peixoto (de terno mais claro e óculos), no dia da instalação da rotativa.
Finalmente, Fernando Carrano saudando o governador e agradecendo o apoio dado a iniciativa de construir novas dependências para o Diário Oficial.
Já quando da inauguração do prédio e início de funcionamento, o governador era o Miguel Couto Filho, que aparece, ao lado da esposa, na missa celebrada no pateo interno. A menina de cara emburrada e blusa escura, é a minha irmã Sara, que tem ao lado a outra irmã, Ana Maria e, ao lado desta, minha mãe Edith.
Seguem-se fotos da visita as instalações, aparecendo em primeiro plano, o governador Miguel Couto, a autoridade eclesiástica da época, cujo nome não lembro, e Fernando Carrano.
Na foto em sequência, temos ao centro Fernando Carrano, o deputado e então secretário de governo, Raul de Oliveira Rodrigues e o governador Miguel Couto.
Por fim, o prédio que estava sendo inaugurado.
As fotos pertencem ao grande acervo que meu pai deixou de imagens e documentos da época dos governos de Amaral Peixoto e Miguel Couto Filho.