Duas coisas intoleráveis.
Um amigo, italiano, com o qual trabalhei em São Paulo, certa
feita comentou sobre uma “mentira piedosa”, que ele aceitava e até praticava.
Entendi o sentido de sua compreensão e passei a admitir a
hipótese, quando ocorre.
Burrice eu acho que deveria doer. Só assim o bucéfalo procuraria
um remédio para sua dor, o que no caso seria instruir-se. Se não se cuidasse
sofreria sempre com muita dor. Viveria gemendo e poderíamos aponta-lo: ali vai
um burro, um apedeuta.
E quando junta burrice e mentira? Aí é insuportável. Vocês
conhecem algum mentiroso que além de tudo é burro? Claro que conhecem, está na
mídia diariamente.
Seus partidários dirão que, primeiro, ele não é burro é mal
informado; segundo que mente involuntariamente porque está mal assessorado.
Será?
Claro que os europeus derrubaram suas florestas, o que se
mantém de pé, ali e acolá, num ou noutro pais do Velho Continente, não passa de
bosque. Nada comparável à Amazônia, claro.
Essa preocupação deles com a preservação da floresta,
alegando ser o pulmão do mundo, fundamental para o regime de sustentação
hídrica, habitat para centenas de
espécies de animais e vegetais que são ricos em princípios ativos necessários
para fins terapêuticos e medicinais, e mais uma série de outras razões, nas
quais se incluem as reservas indígenas seriam, segundo interpretação que
circula na rede, meras fumaças que ocultariam a verdadeira razão: as reservas
do subsolo, rico em minerais.
|
Imagens não mentem, ou seria fotomontagem? |
Segundo o texto que recebi por mensagem eletrônica, o “Fundo
Amazônia”, do qual a Noruega é o maior contribuinte, com 93,8% (acaba de
suspender a contribuição), a mesma Noruega que é a controladora da maior
empresa mineradora, a Hydro, que atua na região e é responsável por
desmatamento ilegal e ré em mais de dois mil processos por crimes ambientais, devendo
mais de 14 milhões em multas ao governo
brasileiro.
|
NORSK HYDRO DO BRASIL |
Pergunto: por que os inúmeros assessores, ministros, filhos,
órgãos de informação, as forças armadas responsáveis pela defesa territorial do
país, a advocacia da União e os palpiteiros de plantão, como os Olavos, não
alertam o presidente de que ele mente quando afirma não haver desmatamento.
Ele deveria, bem assessorado, admitir que existem normas
legais que disciplinam a utilização do solo na região amazônica e que as normas
são bem restritivas, fixando em 80% a preservação da mata nativa nas propriedades,
ao contrário do que ocorre nas regiões Sul e Sudeste, onde este índice é de apenas
20%.
|
Preparação para utilização agrícola |
Ou seja, se está sendo fiscalizado o respeito às leis (tenho
dúvidas), pode ser que o desmatamento, tomado individualmente, por propriedade,
esteja dentro do limite legal, para exploração agrícola.
Imagens tomadas por satélite aquelas que mostram o geral, o
todo, podem ser enganadoras. Será?
Será que a Noruega, se tivesse interesse limitado a
preservação de árvores, com os recursos enviados para o “Fundo Amazônia”, não
teria reflorestado toda a região da Escandinávia?
|
Escandinávia |
Não tenho resposta, mas aposentado, morador de Niterói, que
não conhece a região amazônica, senão a cidade de Belém e arredores (até Icoaraci),
não tenho a obrigação de saber. Bem, aprendi (decorei) os afluentes do Amazonas
nas duas margens, nos bancos escolares do ensino fundamental.
Bolsonaro deveria, mesmo tropeçando nas palavras, como de praxe,
dizer a verdade, ou seja, desmatamos sim, limitados às rígidas normas internas,
em face de nossa soberania, para atender nossas necessidades e conveniências.
Notas:
1. Autor da matéria referida na postagem, em:
2. NORSK Hydro Brasil :