29 de agosto de 2019

Custa-me admitir


Mas o fato é que foi justa a classificação do Flamengo. Adotou, pela visão de um mero telespectador, sem acesso a informações privilegiadas, uma estratégia bem interessante.

Já o Internacional não tinha uma estratégia. Se teve e não percebi, foi equivocada. 

O Flamengo, a meu ver, entrou com o propósito de marcar, pelo menos, um gol, e com isso aumentar o problema do Internacional, que já não era pequeno, tendo em vista a desigualdade entre os elencos.

Atribuo ao técnico do colorado a responsabilidade pela absoluta falta de chance de vencer de eliminar o rubro-negro carioca, no tempo regulamentar ou na cobrança de tiros livres da marca do pênalti. Não na forma com que seu time jogou. Jogou?

Escalou mal sua equipe, haja vista que colocou o Sobis, ex-jogador em atividade, peça absolutamente nula para jogar uma partida em que precisava de pelo menos dois gols.

E fez pior; numa decisão bizarra, indefensável, fez a substituição aos 4 minutos do segundo tempo. A equipe já deveria ter retornado, para a segunda etapa, com a substituição do supramencionado Rafael Sóbis.

O que o Odair Hellmann esperava que acontecesse naqueles 4 minutos? Tempo precioso para quem precisava fazer dois gols, no mínimo, sem tomar nenhum.

O fato é que feitas as substituições seu time melhorou, e não fosse a afobação e desorganização com que se lançou ao ataque, poderia, estou dizendo poderia, ter obtido um melhor resultado.

Sabem que defendo a tese de que burrice deveria doer.

28 de agosto de 2019

Você é idiota ou o quê ?


Por certo corro o risco de ser taxado de idiota. Afinal votei no capitão e agora critico. E não poderia, pois tenho culpa em cartório.

Acontece que sigo a lógica de que quanto menos ruim melhor. Ou do ditado popular hoje em desuso de que "o ótimo é inimigo do bom". Ou ainda, e finalmente, da opção menos gravosa.

Passei por situação semelhante quando batia panela e soprava apito em favor do impeachment de Dilma. Algumas pessoas me afrontavam: você quer o Temer no poder? É ele que assume!

Sim, eu achava que o Temer seria abominável, só que  com prazo de validade definido. Seu mandato seria, como foi, curto.

De igual sorte, à falta de alguém mais qualificado, achei que Bolsonaro poderia ganhar do PT et caterva, como ganhou. Você dirá: mas ele não terá um mandato curto. 

Volto aos ditados populares, sábios, e lembro que se você der bastante corda a um tolo ele de enforca. 

Estou juntando fichas para apostar no Doria. O capitão está esgotando seu cacife eleitoral como um perdulário, como um pródigo a merecer um processo de interdição (a se perpetrar nas urnas).

Bolsonaro passou 28 anos no Congresso sem protagonismo. E vai passar algum tempo, talvez 4 anos, na presidência, sem sequer um Oscar de coadjuvante.

Trata-se de canastrão não consegue representar o papel dele mesmo.  

26 de agosto de 2019

Dúvida e certeza, segundo ato


Se você está pensando "lá vem esse chato - de novo - falar de fé, religião, Deus e o Diabo na terra do sol (Glauber?)", está com o pressentimento certo. Se não agrada vire a página, siga navegando.

Muita agente, fora do meio familiar, acha que me chamo Jorge em homenagem ao santo guerreiro.

Ledo engano. Mas tem fundamento este engano. Afinal nasci em 21 de abril e a data comemorativa do santo é o dia 23.

E minha fé neste santo, ou entidade (Ogum), só reforça este pensamento.

Mas a história é mais comum ... e romântica.

Minha mãe, aos 11 ou 12 anos de idade circunstancialmente virou babá do primeiro filho de sua irmã mais velha. O nome deste sobrinho era Jorge.

Como ela - criança - na década de 30 do século passado,  acabou se achando mãezinha do menino, colocou na cabeça que se tivesse filho homem iria se chamar Jorge,


Então chamam-me Jorge (e não Trinity), por causa de meu primo mais velho, filho de minha tia mais velha.

Isto posto, é bem de ver que se minha mãe consumou o que planejara, contou com a aprovação irrestrita de meu pai - no caso por razões de crença religiosa - porque, sendo umbandista, tinha muita fé em Ogum, que no sincretismo corresponde ao santo que abateu o dragão (que simboliza a tirania).

Vai daí que desde tenra idade ouvi minha mãe recomendar "São Jorge te acompanhe e guarde", sempre que ia para a escola, ia ao armazém da esquina fazer uma compra, ou ia ao cinema Rio Branco, perto de casa.

Aos 13 anos, quando mudamos para um apartamento e passei a ter meu próprio quarto, ganhei dela uma imagem, em gesso, que tenho até hoje, agora no escritório sobre  a estante de livros jurídicos, velando por mim.

Seria um idiota se não confiasse em minha mãe, porque ninguém no mundo quer mais ao filho do que sua mãe. Se ela pedia e confiava que eu estaria protegido pelo santo, não seria eu a duvidar da intuição, fé e desejo dela.

Esta é a origem da escolha do meu nome e a explicação - irracional? -  de minha fé.

Para quem saiu ileso e imune de situações de risco, até de morte, esta fé/proteção ajuda a explicar o que muita gente chamaria de sorte.

Piadistas dirão que só quem morre de véspera é o peru de Natal. Posso até achar graça no chiste, mas compadecido  de sua ignorância, mesmo sendo um autodenominado filósofo.

23 de agosto de 2019

Sucessores do Bolsonaro: Witzel, Dória e - por que não? - Rodrigo Maia



Na lista podem incluir, de novo, o nome do Luciano Huck, que foi cogitado nas últimas eleições.



Não nos esqueçamos que Donald Trump foi apresentador de programa de TV, e que de dedo em riste demitia (you are fired) os participantes do reality "The Apprentice".


E se tivemos um sindicalista apedeuta e uma guerrilheira inculta, conseguiremos sobreviver a um apresentador de TV. Que nem é dos piores que estão no ar.

Não é declaração de intenção de voto, mas sim exame das possibilidades futuras. Clamo por um nome que tenha ficha limpa, equilíbrio emocional, responsabilidade e inteligência.

Façam suas apostas. Não sei se o PT e/ou o PSOL terão cacife. Acho difícil... e torcerei contra com toda a minha energia.

Bolsonaro, se chegar ao final do mandato, não se reelege. O nome dele etá desidratando. Trata-se de um fanfarrão, autoritário. Se as forças armadas tirarem a escada ele ficará com a brocha a mão. Dono da verdade. Muito preocupado em blindar a família.

Pedindo socorro aos psicólogos de plantão, pergunto se a necessidade dele de reafirmar autoridade, seu poder, não revelam insegurança. Vejam o que verbaliza em entrevistas: "não sou um presidente banana"; "eu é que mando"; "eu é que escolho e nomeio e não o Moro;  e outras frases de afirmação de autoridade.

Seria aquele tipo muito conhecido que entrou para o folclore: sabe com quem está falando?

Autoridade e respeito não se impõem, conquistam-se.

Os 57 milhões de votos irão se transformar em muitos milhões de desapontados, decepcionados, irritados e arrependidos. Estou no início da fila pegando minha senha. 

Sergio Moro, que tem, ainda, junto a população, mais popularidade e aceitação do que Bolsonaro, está sendo fritado, desprestigiado pelo presidente. Se o Moro pedir o boné, o capitão perderá um de seus pilares mais firmes.

Na Venezuela são os oitocentos mil generais que estão segurando a peteca do Maduro. Mas aqui duvido que mesmo os militares que estão no governo façam algum movimento de resistência se o Congresso, ou as ruas, resolverem por fim ao governo do capitão.

As regras constitucionais falarão mais alto. Assim espero e confio. Renúncia ou impeachment.

Já confessei que votei nele e sou afinado com algumas de suas ideias. Mas daí a concordar com os meios, as formas, as atitudes e as palavras vai uma enorme diferença.

Alguém tem que botar cabresto ... ou mordaça ... ou antolhos, sei lá. 


Ler:
https://www.valor.com.br/politica/6402519/bolsonaro-quem-escolhe-o-diretor-geral-da-pf-sou-eu-e-nao-o-moro

22 de agosto de 2019

Palavrões


Inconstitucionalissimamente, é um palavão, mas não é deste gênero que vou tratar aqui hoje.

Desde sempre, e falta pouco para inteirar dez anos, este blog manteve a norma rígida de não publicar palavrões, palavras ou expressões de baixo calão, ou obscenas.



Remando contra a maré, claro. Meninos e meninas de 13 ou 14 anos falam clara a abertamente que um determinado tênis é foda ou que a nova música da Anita é do caralho.

Para mim, aos 80 anos, heterossexual convicto, não fica bem andar por ai com caralho na boca. Mas a palavra anda solta no sentido de adjetivo qualificativo.

Deixei de publicar comentários de amigos,  e internautas eventuais leitores, que continham uma ou outra palavra mais pesada, que pudesse ferir as mais pudicas de minhas leitoras.

Até mesmo a presidência da República incorporou ao vocabulário oficial a palavra chula, inapropriada para assuntos oficiais de governo. Segundo o Lauro Jardim, em sua coluna dominical, Bolsonaro recomendou urgência ao Secretário de Desestatização (Salim Mattar), à guiza de acelerar os processos de privatização, nos seguintes termos: "Ô Salim, tá muito devagar isso daí, Quero uma fodinha por semana, tá OK?"

Agora estou capitulando. Folheando, noutro dia, uma revista no consultório do cardiologista, deparei-me com uma crônica, assinada por Martha Medeiros, sob o título “Artista é tudo porra-louca”.

Lendo o texto, logo no primeiro frase ela menciona porrada e esporro. Para quem criado sob severo controle do palavreado não podia falar sacanagem, e refiro-me a própria palavra sacanagem julgada chula, é chocante ouvir das crianças este vocabulário.

Quando muito, era aceitável a gente falar safadeza, mas jamais sacanagem. Isto diante de mais velhos, pais, tios, professores e vizinhas.

Basta passar diante dos colégios nos horários de saída e constatar se o que digo não é verdade. Bem, a TV está aí mesmo, com humoristas e apresentadores abusando do direito de proferir palavrões.




E eu aqui, um Quixote enfrentado não moinhos, mas os usos e costumes correntes.

No dizer de um de meus filhos eu já nasci velho. 😂😂😂 

Imagens: via Google.

20 de agosto de 2019

Chapeiro com inglês elementar e português capenga




Se você é chapeiro, sabe fazer hamburger, e está descontente com o que ganha no Bob's, no McDonald's ou no Burger King, sugiro fazer o curso básico de inglês, no IBEU, e se candidatar para exercer a função de embaixador nos USA.


Terá casa, comida e roupa lavada, e ainda, de quebra, a companhia dos filhos do Donald, não o  personagem da Disney, tio do Huguinho, etc., mas dos filhos do presidente americano. O do topete.

Você não cairá, como outros, na pecha de nepotismo, posto que seu pai não é presidente da República. 

Tem um indicado aí que entrevistado pela Andréia Sadi, na GloboNews, indagado sobre  o que faria, quando embaixador, se algum brasileiro com situação não regularizada no país estivesse amaçado de deportação, respondeu que se a medida fosse muito energética ele interferiria.

O porteiro do prédio onde moro, pelo interfone, me perguntou: "Dr. desculpe incomodá-lo mas ele não queria dizer enérgica, dura, severa demais para o caso?

Sim, José, acho que era isso mesmo, mas não se pode exigir muito de alguém que já tem tantas credenciais. Releva, vai.

18 de agosto de 2019

Dúvida e certeza



Quando entrevistados antes de uma partida de futebol, os dois técnicos terminam dizendo que “se Deus quiser” faremos uma boa partida e sairemos com o resultado.

Se o jogo termina empatado, tudo bem; Deus ficou em cima do muro e preferiu não favorecer nem a um e nem ao outro.

Mas e se o jogo termina com vitória de um dos oponentes? Deus privilegiou um deles, dando uma forcinha, por que razão?

Um rezou mais, rezou com mais fé, foi a cor da camisa, foi o grito da torcida?

Num desastre automobilístico, morrem o pai, a mãe e uma criança de dois anos. A babá sobrevive e agradece a Deus por ter se salvado. Por que razão Deus preservaria a vida da babá? Você dirá que os patrões eram injustos, autoritários, e outros depreciativos, e a babá uma pobre doméstica.  E a criança de dois anos? Que pecados teria cometido?

Há uma cena inesquecível, num filme nacional. Um pai sai de casa, uma choupana de pau a pique (taipa de sopapo), pequena, com uma criança inerte no colo. Olha e verifica que pouco adiante tem um pregador,  com alguns fieis a sua volta.



O pai, com o filho no colo, caminha em direção ao beato - como eram chamados estes pregadores – e indaga: seu Deus mata criancinhas?

Eu me arrepio, você não?

E o que me resta? Aceitar que “Deus escreve direito por linhas tortas”?

Ou que “os designos de Deus são vedados à compreensão humana”, como cansei de ouvir ao tempo de coroinha, na igreja dos Sagrados Corações, na Vila Pereira Carneiro?

É justo, “graças a Deus”, você estar empregado, e milhões de outros brasileiros não terem emprego fixo? Você está pensando com seus botões que Deus nada tem a ver com isso - e tem razão – mas muitos destes desempregados, quando conseguirem uma ocupação rentável, com carteira assinada, agradecerão apregoando que “graças a Deus arranjei um emprego.”

São pessoas inocentes, crédulas, de muita fé? Então porque amargaram o sofrimento do desemprego?


Existe um Deus que criou tudo e a todos julgará?

Vou parar com este meu ceticismo, meu agnosticismo - porque não admitir - minha dúvida sobre a existência de um Deus, afirmando de cabeça em pé, pés no chão e mente arejada – sem álcool ou fumaça – tenho uma enorme fé em São Jorge. Em sua existência.

Ele não me dará - nem poderia - a imortalidade, a falta de sofrimento, nem me livrará de inseguranças e angústias, mas ao fim  ao cabo saberei que ele fez o que era possível e eu merecia.

16 de agosto de 2019

Mentira e burrice




Duas coisas intoleráveis.

Um amigo, italiano, com o qual trabalhei em São Paulo, certa feita comentou sobre uma “mentira piedosa”, que ele aceitava e até praticava.

Entendi o sentido de sua compreensão e passei a admitir a hipótese, quando ocorre.

Burrice eu acho que deveria doer. Só assim o bucéfalo procuraria um remédio para sua dor, o que no caso seria instruir-se. Se não se cuidasse sofreria sempre com muita dor. Viveria gemendo e poderíamos aponta-lo: ali vai um burro, um apedeuta.

E quando junta burrice e mentira? Aí é insuportável. Vocês conhecem algum mentiroso que além de tudo é burro? Claro que conhecem, está na mídia diariamente.

Seus partidários dirão que, primeiro, ele não é burro é mal informado; segundo que mente involuntariamente porque está mal assessorado. Será?

Claro que os europeus derrubaram suas florestas, o que se mantém de pé, ali e acolá, num ou noutro pais do Velho Continente, não passa de bosque. Nada comparável à Amazônia, claro.

Essa preocupação deles com a preservação da floresta, alegando ser o pulmão do mundo, fundamental para o regime de sustentação hídrica, habitat para centenas de espécies de animais e vegetais que são ricos em princípios ativos necessários para fins terapêuticos e medicinais, e mais uma série de outras razões, nas quais se incluem as reservas indígenas seriam, segundo interpretação que circula na rede, meras fumaças que ocultariam a verdadeira razão: as reservas do subsolo, rico em minerais.

Imagens não mentem, ou seria fotomontagem?
Segundo o texto que recebi por mensagem eletrônica, o “Fundo Amazônia”, do qual a Noruega é o maior contribuinte, com 93,8% (acaba de suspender a contribuição), a mesma Noruega que é a controladora da maior empresa mineradora, a Hydro, que atua na região e é responsável por desmatamento ilegal e ré em mais de dois mil processos por crimes ambientais, devendo  mais de 14 milhões em multas ao governo brasileiro.

NORSK HYDRO DO BRASIL
Pergunto: por que os inúmeros assessores, ministros, filhos, órgãos de informação, as forças armadas responsáveis pela defesa territorial do país, a advocacia da União e os palpiteiros de plantão, como os Olavos, não alertam o presidente de que ele mente quando afirma não haver desmatamento.

Ele deveria, bem assessorado, admitir que existem normas legais que disciplinam a utilização do solo na região amazônica e que as normas são bem restritivas, fixando em 80% a preservação da mata nativa nas propriedades, ao contrário do que ocorre nas regiões Sul e Sudeste, onde este índice é de apenas 20%.

Preparação para utilização agrícola
Ou seja, se está sendo fiscalizado o respeito às leis (tenho dúvidas), pode ser que o desmatamento, tomado individualmente, por propriedade, esteja dentro do limite legal, para exploração agrícola.
Imagens tomadas por satélite aquelas que mostram o geral, o todo, podem ser enganadoras. Será?

Será que a Noruega, se tivesse interesse limitado a preservação de árvores, com os recursos enviados para o “Fundo Amazônia”, não teria reflorestado toda a região da Escandinávia?

Escandinávia

Não tenho resposta, mas aposentado, morador de Niterói, que não conhece a região amazônica, senão a cidade de Belém e arredores (até Icoaraci), não tenho a obrigação de saber. Bem, aprendi (decorei) os afluentes do Amazonas nas duas margens, nos bancos escolares do ensino fundamental.

Bolsonaro deveria, mesmo tropeçando nas palavras, como de praxe, dizer a verdade, ou seja, desmatamos sim, limitados às rígidas normas internas, em face de nossa soberania, para atender nossas necessidades e conveniências.

Notas:
1. Autor da matéria referida na postagem, em:

2. NORSK Hydro Brasil :

3. Website da Hydro: https://www.hydro.com/pt-BR


14 de agosto de 2019

Rir é um bom remédio?



Na revista mensal Seleções do Reader's Digest, que meu pai lia na década de 1940, havia uma sessão muito interessante chamada "Rir é o melhor remédio".

Rir é mesmo um bom remédio? Sim, deve ser, porque nós brasileiros rimos até de nossas desventuras, e tal riso tem o gosto amargo das coisas que curam.

Remédio ou não, piadas boas que nos fazem rir, como esta a seguir, aliviam o mau humor.

Na missa das 18:00 hs.  do domingo, o padre Eusébio perguntou aos fiéis, ao final da homilia:

- Quantos de vocês já conseguiram perdoar seus inimigos????

A maioria levantou a mão, menos uma "velhinha" que estava na segunda fileira.

- Dona Mariazinha? A senhora não está disposta a perdoar seus inimigos? Perguntou o padre.

- Eu não tenho inimigos - respondeu ela, docemente.

- Isso é muito raro!!! - disse o sacerdote. Quantos anos a senhora tem?

- Tenho 108 anos.

A comunidade que assistia a Missa levantou e aplaudiu por longo tempo a senhorinha.

- Venha nos contar como se vive 108 anos e não se tem inimigos, pediu o padre.

A velhinha se levanta com dificuldade, dirige-se até o altar,  com as mãos trêmulas segura o microfone e, olhando para assembleia, todos emocionados, ela diz:

- Já morreram todos, aqueles filhos da puta!

😅😅😅

13 de agosto de 2019

Jogos Pan-Americanos 2019 - Lima - Peru


Batemos o recorde de medalhas no cômputo geral e também o recorde de medalhas de ouro.

Festa de encerramento, abaixo:


Quadro de medalhas:


Podemos melhorar os resultados olímpicos em Tóquio, no próximo ano.

11 de agosto de 2019

SER PAI




Ser pai

Por: Artur da Távola

De todas as minhas modestas dimensões humanas, a que mais me realiza é a de ser pai.
Ser pai é, acima de tudo, não esperar recompensas. Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.
Ser pai é aprender, errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois. Mas jamais falar no momento preciso. É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte. É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.
Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. É esperar. É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo. Portanto, é aguentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos.
Ser pai é: saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir. Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar. É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói.
Ser pai é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão.
Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar. É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão. Mas ir às lágrimas quando chegam.
Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição. É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho. É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.
Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.
Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio. O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver. É quem se anula na obra que realizou e  sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.



NOTAS: 
1) Este texto já foi publicado várias vezes, ao longo dos anos, em vários veículos de comunicação. Tal fato  se explica por ser uma síntese, perfeita e acabada, do que é ser pai. Existem versões na rede.
2) Artur da Távola é o pseudônimo adotado por Paulo Alberto  Moretzsohn Monteiro de Barros. 

9 de agosto de 2019

Pratique Yoga


Iôga ou Ióga? Escreve-se com "Y" ou com "I"? O som da letra "o" é aberto ou fechado? Pouco importa!


Você acha que é necessária a reforma da Previdência Social, para tirar o país da rota do abismo, da insolvência, da inadimplência, em futuro próximo.

Entretanto seu filho, ou irmã, sobrinha ou afilhada que trabalha no serviço público poderá ser prejudicada com as novas regras que deverão ser implantadas.

Ou se é você próprio que estando em vias de adquirir o direito de se aposentar, teme que as novas regras que estão por vir, possam de uma maneira ou outra afetar seu direito quase adquirido.

Tudo isso pode causar estresse, ansiedade.

A solução, barata e eficaz, é praticar Ioga ou Yoga, como queira.

E o espaço recomendado para tal fim, é o Dharma Bhumi. Faça contato e agende uma visita com uma aula grátis.


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7 de agosto de 2019

OSSOS (e espinhos) DO OFÍCIO


Reforçando e aparteando  comentário do amigo Carlos Lopes, que poderá ser consultado através do link a seguir, aludindo ao período em que gerente administrativo da Siderúrgica Hime, no bairro de Neves em São Gonçalo, acabei por provocar a interrupção do campeonato da liga de futebol do município.



Já que toquei no assunto, chegando em casa recorri aos meus arquivos implacáveis, meus alfarrábios e lá localizei os recortes  a seguir.

Durante três semanas, como um Judas que recebia mais do que trinta dinheiros porque constava da folha de pagamento da empresa, em função executiva, fui malhado diariamente, depois da Páscoa, mais precisamente no mês de agosto do ano de 1980.

Esta, publicada em "O Fluminense" (edição de 30 de agosto de 1980, página 13), é apenas uma das muitas matérias que me colocaram na berlinda e me açoitaram.

Ossos do ofício, ou dever de ofício, colocaram-me como sendo o responsável  porque era eu quem agia na linha de frente. Mas a decisão fora tomada em dia, hora e local muito distantes.







Minhas "desculpas foram cretinas e esfarrapadas, e a  arrogância com que falei que o campo era da Siderúrgica e não do clube Metalúrgico e tampouco da Liga Gonçalense", devem ser creditadas à impotência do presidente, que não conseguiu reverter a decisão.

E o repórter do veículo  aproveitou para dramatizar ainda mais a situação.

Mais equilibrado e menos passional o jornalista de "O São Gonçalo", em sua edição de 6 de setembro de 1980, citou que foi enviado ofício à LGD, noticiando que seriam realizadas obras no local onde existia o campo de futebol e consequentemente não poderia mais ser cedido para partidas do campeonato local.



O mundo gira e  a Lusitana roda. Isto aconteceu há 39 anos. A siderúrgica foi vendida para a Mannesmann, fui demitido quando desta venda e me mudei para São Paulo, de mala e cuia, na flor de meus 40 anos de idade.

5 de agosto de 2019

Acesso aleatório


Aqui, hoje, não há um tema sequencial, com principio , meio e fim. O sistema é randômico, você pode escolher aleatoriamente, ou pode entrar em qualquer fase, sem perda de conteúdo ou encadeamento.

BOTAFOGO Futebol e Regatas

O glorioso, clube da estrela solitária, tem uma torcida com todos os integrantes tendo os dentes tratados, ao contrário de um outro, da mulambada,  que tem o urubu como símbolo.

Uma plêiade de jornalistas, em especial no terreno esportivo, torce ou torcia pelo Botafogo. Sem demérito para os não citados, menciono Armando Nogueira,  João Saldanha e Sandro Moreyra.

Sandro
Armando


Saldanha


Numa certa fase o clube alvinegro foi comandado por banqueiros, mas do jogo do bicho, atividade ilícita. O dinheiro destes dirigentes e/ou patronos, ajudou muito o clube para honrar suas dívidas e contratar grandes jogadores.

Agora novos banqueiros, que exercem ou exerceram atividades lícitas, mas censuráveis sob o ponto de vista da moralidade, se oferecem para salvar o clube de seu estágio de penúria financeira, apresentando um projeto inovador: os irmãos Moreira Salles.

Não os vejo como mecenas, mas empresários com visão comercial. Torço para que dê certo, pois a mim me parece ser este o futuro do futebol, que já é considerado um produto e os clubes seriam marcas, mais ou menos famosas.

Não me arrependo da opção que fiz, há setenta anos, pelo Vasco da Gama, entretanto se não fosse vascaíno provavelmente seria botafoguense.


DIA dos PAIS

Meu pai faleceu em 1963. Não tenho nenhuma lembrança sobre comemoração dos Dia dos Pais enquanto ele viveu. Nem um mísero almoço especial, em casa mesmo.

Através de pesquisa hoje realizada, fiquei sabendo que, no Brasil, a data é comemorada desde 1953. Eu tinha, portanto, 13 nos de idade.

Foi escolhido o dia de São Joaquim, 16 de agosto, pelo fato dele ser o pai de Maria, portanto avô de Jesus. Seria uma espécie de patriarca da família. Bem pensado, não é mesmo?

Com o tempo a comemoração foi fixada no segundo domingo do mês de agosto. Por praticidade, comodidade.

Nos Estados Unidos, onde passou a ser comemorado muitos anos antes, a data não tinha a conotação comercial que tem aqui no Brasil.

Uma filha resolveu homenagear o pai que, tendo ficado viúvo, criou os filhos num duplo papel. Logo, a origem é bem louvável.

Pergunto-me porque não comemoramos lá em casa. Ou comemorávamos com um almocinho mais caprichado e já não lembro? Acho que não. A verdade é que eram tempos difíceis. Só meu pai trabalhava e a renda familiar estava limitada a seu salário.

Não sei se o comércio fazia tanto alarde, se havia tanta propaganda como hoje. 

Rechaçando qualquer pensamento sobre não ser amado pelos filhos, registro que também minha mãe nunca foi levada por mim a um restaurante no dia comemorativo, ou ganhou qualquer mimo especial. Lembro que ela repercutia um pensamento mais ou mensos em voga no passado: mãe é todo dia.

PENA de MORTE

Uma criança de seis anos, lamentavelmente, não poderá abraçar e beijar seu pai no próximo domingo: o pai a matou.

Este animal, este verme, estava com a guarda da filha para economizar o pagamento de uma pensão de R$ 200,00 por mês.

O que está acontecendo com o ser humano?


FRANCIS HIME

A imprensa está dando destaque a um reencontro, em estúdio de gravação, do compositor Francis Hime com Chico Buarque.

Lembro deles, como lembro de Edu Lobo e Carlos Lyra. E dos irmãos Paulo Sérgio e Marcos Valle.

Êta geração boa. Tiveram a felicidade de viver na época de Tom e Vinicius, o que certamente facilitou a vida deles.

Mas o que me leva a comentar agora o Francis, é seu nome de família, Hime, trás-me algumas recordações dos anos 1970.

Uma delas me remete a um cavalheiro, diretor de uma firma associada a Cia. Fiat Lux, que era distribuidora e representante da fabricante de fósforos.

Este cavalheiro chamava-se Victor George Hime e lembro dele até hoje, entre outras razões poque tenho ainda em meu escritório um abridor de correspondência que tem no cabo, de um lado a imagem de um foguete espacial e de outro gravado "Kennedy Space Center" - Flórida.

O Sr. Victor, como o tratava, teve a gentileza de me presentear com a peça quando de seu retorno de uma viagem de férias aos EEUU.

Na mesma década, quando do boom da bolsa de valores, qualquer papel lançado no mercado era rapidamente absorvido. 

As chamadas blue chips tinham seus preços muito inflacionados e as empresas de menor porte conquistavam investidores (mais especuladores do que propriamente investidores).

Lembro de uma visita à Umuarama, corretora onde eu realizava minhas operações de compra e venda, onde ouvi um comentário no mínimo depreciativo sobre a Siderúrgica Hime, localizada no bairro de Neves, em São Gonçalo.

Falavam sobre as ações da referida empresa como uma opção de investimento, quando outro participante da conversa mencionou: "aquilo lá é um telheiro com uma fundição, sem nenhuma chance de progresso, não ponho meu dinheiro nesse papel".

Alguns pouco anos depois fui contratado como gerente administrativo da aludida empresa sobre a qual jamais ouvira falar antes do tal episódio na Umuarama. Mas a esta altura do campeonato ela pertencia ao Grupo Bozano, Simonsen, que tinha o banqueiro Julio Bozano como controlador.

Já não era apenas uma fundição em instalações precárias. Havia se preparado para atender a demanda prevista quando do propalado programa nacional de expansão ferroviária. Que nunca aconteceu.

Assim consegui ligar - pelo nome - o compositor Francis Hime, a Victor George Hime, diretor da Fiat Lux (uma subsidiária) e à Siderúrgica Hime.


Notas:
1. Acho censurável, embora dentro da lei, a atividade dos banqueiros no Brasil. Na verdade são agiotas com CNPJ.

2. Os mais antigos lembrarão da Grande Resenha Facit, integrada por ilustres botafoguenses.

3. Links:

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/08/03/policia-do-rj-prende-pai-e-madrasta-por-tortura-e-morte-de-menina-de-6-anos.ghtml

2 de agosto de 2019

INSPIRAÇÃO



A lua inspirou poetas  e trovadores. Os mais apaixonados falavam em, podendo, depositá-la aos aos pés da amada.

Quando da visita do Armstrong, em julho de 1969, a fantasia foi desfeita, aquela imagem linda quando cheia, pousada de São Jorge, se revelou um solo árido, hostil, cá para nós muito feio.


Lennon, dizem, ficou fascinado pela Yoko, que se transformou em sua musa. Musa? Canecão rejeitaria.

Achei na interenet

Agora imaginem se ele tivesse outra inspiradora, conforme nos sugere a imagem acima.

Poetas populares encontram razões para enaltecer Mangueira, estação ferroviária e morro no Rio de Janeiro. Muitos deles lá encontram suas raízes.

"Em Mangueira na hora da minha despedida todo mundo chorou, todo mundo chorou ...       "

Lembram deste samba acima? E deste outro abaixo?

"Mangueira, onde é que estão, onde é que estão os  tamborins ó nêga, não ouço mais ..."

Mas vamos combinar que o local não é bonito, é pobre e feio. Mas é autêntico, é charmoso em sua simplicidade.


O que diriam os mesmos poetas populares se tivessem nascido em Capri?


Talvez nada dissessem porque o luxo, a riqueza, não inspiram poesia, levam, isto sim, a busca por mais luxo, mais conforto, mais ostentação. Estimulam a ambição desmedida, a ganância.

Alguns publicitários são gênios na criação de peças comerciais, de onde vem a inspiração?

Da observação da vida ao redor. Análise do comportamento humano. Em certos casos, da inveja, do "puxassaquismo". Querem um bom exemplo, que se tornou um clássico da propaganda?

Na mesa de reuniões o chefe comenta elogiando: "bonita camisa Fernandinho." Lembram da sequência do anúncio? Cliquem no meio da imagem abaixo e assistam:



E não ganhei coisa alguma da Alpargatas, nem mesmo uma camisa Us Top.

Dois compositores, para o mesmo anunciante, inspirados na liberdade, que era bandeira dos jovens nos anos 1970, criaram um jingle que define a liberdade como sendo "uma calça velha, azul e desbotada", falavam da calça jeans U.S. Top.



Atenção Alpargatas: se pretendem me recompensar prefiro minha parte em dinheiro. Solicitem por e-mail e enviarei nome do banco agência e conta. 😊😊😊

Notas:
Os compositores do jingle são Sergio Mineiro e Beto Ruschel. O fabricante das calças U.S. Top é a São Paulo Alpargatas.