Linkando assuntos e personagens

Nestes últimos dias escrevi sobre fatos ocorridos em minha infância e adolescência, e citei personagens que transitaram em minha vida.

Pois muito bem, hoje promoverei o encontro de alguns destes personagens. Tudo por conta não só da aldeia global a que  aludiu McLuhan, mas também por causa da vocação da cidade de Niterói (aldeia), de unir tribos.

Mencionei o Alfredo Schnetzler, que trabalhava na Fiat Lux. Além de suas obrigações funcionais ele cuidava da parte desportiva da companhia, que tinha um Grêmio, num amplo salão para eventos (inclusive bailes de carnaval), e com uma mesa de sinuca logo na entrada; e uma boa quadra multiuso.

Alfredo treinava a equipe feminina de basquete, formada por funcionárias da empresa. Uma destas funcionárias chama-se Norma (Norminha). Cinquenta anos depois, sou informado por minha neta que a professora de tênias dela é a Norminha.

Quando Juliana (neta) começou as aulas a professora disse para ela que conheceu um Jorge Carrano, na Fiat Lux. Minha neta respondeu, pois é meu avô. Tudo por conta do nome Carrano.

Há dois meses meu filho Ricardo, casado com Erika, comentou que a Norminha mudou para o prédio onde eles moram. Ele conhece a Norma também do tênis.

Norminha casou com um engenheiro que trabalhou na Fiat Lux. Assim com o Alfredo casou com outra jogadora de basquete do time – Nancy.

A Fiat não tinha um time oficial de basquete masculino, embora no nosso grupo tivéssemos dois bons jogadores. O já citado Alfredo (muito bom) e o Péricles Sodré, que pelo porte físico fazia um bom pivô.

Este Péricles que já encontrei trabalhando na Fiat Lux, era o irmão mais velho do Homero e do Álvaro, que estudaram comigo no ginasial. E a família Sodré morou na Rua Santa Clara, perto da dona Pergentina, já citada algumas vezes no post, e bem próximo de minha família, pois morávamos na rua São Diogo.

Muito anos depois encontro o Péricles como pintor e ilustrador, professor de pintura com atelier na Vila Pereira Carneiro. Péricles de Mello Rocha Sodré, pintor respeitado.

Faço uma pausa nas interligações para contar duas passagens que mais parecem piadas. Mas é possível confirmar com o próprio.

O Alfredo, como já mencionado, jogava muito bem basquete. E integrou várias equipes. Numa determinada partida ele se destacou bastante e um jornalista esportivo de São Gonçalo, comentando a partida numa coluna de jornal escreveu: “Alfredo foi o balaústre da equipe tal”.

Em outra oportunidade grafou, com todas as letras, que Alfredinho o craque “colored” desequilibrou a partida.

O mentecapto gonçalense achava que “colored” era qualificativo (para habilidade). Assim como confundiu baluarte com balaústre. Alfredo, como o sobrenome denuncia, é de origem europeia.

O Paulo Bouhid, que frequenta o Country, poderá confirmar estas duas passagens com o próprio personagem, pois o Alfredo também frequenta o Country, tendo sido, inclusive, presidente.

Na Fiat Lux, sacaneamos muito o Alfredo chamando-o de colored algum tempo.

Umas duas ou três vezes o Alfredo nos convidou para formar um time para treinar as meninas. Éramos mais fortes fisicamente, mas não jogávamos bem. O Alfredo pretendia treinar marcação forte e disputa de rebotes.

Jogávamos o Fernando Palma (cujo irmão, Aristóteles, anos mais tarde presidiu a Cia. Fiat Lux.), o Álvaro Cardoso de Oliveira, o Péricles Sodré, o Antonio Carlos Bonnar Dias e o escriba.

Para encerrar, por hoje, meu mico: num lance livre a nosso favor, arremessei no estilo que ara chamado de “lavadeira”, pegando a bola por baixo e lançando.

Felizmente ela entrou, porque senão já imaginaram a Norminha dizendo para minha neta que eu fizera papel ridículo diante das meninas do basquete?