19 de março de 2012

Reencontros

Temos falado muito de reencontros aqui no blog.



Esta foto documenta um reencontro, ocorrido em 1998, na sede campestre do Clube Libano Fluminense, e foi publicada em um hebdomadário que saiu de circulação, mas repercutiu em outros veículos como, por exemplo, na coluna da Tetê Bittencourt (ela namorava um dos fotografados, cuja identidade preservarei porque precisaria da autorização de ambos para divulgar).

Boa parte dos personagens participou de movimentos estudantis no final dos anos 1950 e início dos 1960, e fizeram parte da Federação dos Estudantes Secundários de Niterói. Alguns na diretoria executiva, outros como parlamentares representantes de seus colégios.

Acreditem. Havia reunião do parlamento estudantil, com regimento interno e tudo. Não se fazem mais estudantes como antigamente.

A FESN chegou a adquirir sede própria, na Rua XV de Novembro, no centro de Niterói, sem subsídios. Com recursos provenientes de mensalidades, comissões na venda de “passes” para transporte coletivo e emissão de carteirinhas de estudante. Naquela época os cinemas exigiam a apresentação da carteirinha de estudante emitida pela entidade estudantil. Em nível secundarista era a FESN e no nível universitário a UFE (União Fluminense do Estudantes ).

O golpe militar, ou revolução como preferem outros, em 31 de março de 1964, acabou com tudo. Confiscou, prendeu dirigentes e sepultou, por muitos anos, a possibilidade de movimentos estudantis em Niterói.

Quando veio a abertura os estudantes é que haviam mudado, sem interesse e consciência política.

Nesta foto, assim de memória, estariam faltando: Emetério Rodrigues Leitão, João Luiz Faria Neto, Silvio Romero Lessa, Jorge Rigó, Fernando Autran, Vantelfo Garcia, Emmanoel Sader (último dos presidentes da FENS), e muitos outros que me fogem neste momento.

Existia uma Confederação dos Estudantes Secundários que congregava as diferentes Federações Municipais. Tinha por sigla COFES e era presidida, na época (1959/1961) por Pedro Teóphilo de Mello Simão.

Na UFE, que como mencionei representava os interesses dos universitários, pontificavam Claudio Moacyr de Azevedo, João Kiffer Neto, Roulien Pinto Camilo e outros.


Foto: vejo, com alegria, que envelheci pouco desde 1998 a esta parte. Estou agachado, no lado direito.


19 comentários:

Jorge Carrano disse...

ERRATA:
Ao contrário do que mencionei, Emmanoel Sader aparece na foto. Está agachado, ao centro, de blusa xadrez.

Ricardo dos Anjos disse...

Então quer dizer que, até segunda ordem, o nome do namorado da Tetê não se deve revelar? Ah, entendo: preservação hermética!

Saudações botafoguenses
em homenagem a Tetê.

Jorge Carrano disse...

Estou falando de 1998, Ricardo.
Acho que romperam faz tempo. Mas vá lá que seja, dou algumas pistas.
Como falei está na foto, não era eu, aliás é mais velho do que eu e está em pé.
Ela era separada (portanto livre e desempedida) e morava numa casa no Vital Brasil, com os filhos.
Abraço

Gusmão disse...

Não precisa ser Sherlock Holmes, se as pistas que peguei são consistentes.
Está de pé e é mais velho do que você. Aparentemente é o cara de blusa clara, quarto a partir da esquerda.
Se a legenda está na mesma ordem, da esquerda para direita, trata-se de Hermes Santos.
Se acertei quero meu prêmio. (rs)

Ricardo dos Anjos disse...

Vamos dividir o prêmio, Gusmão. O trocadilho hermético alusivo eu expressei antes de Vc que foi mais explícito e talvez na minha onda. rsrs
E olha, Carrano, não se policie eticamente tanto em seu próprio blog. Sabemos que Vc é um gentleman, um "Sir" à moda de Buckingham, sobretudo nos conspirativos bastidores reais. rsrs

Jorge Carrano disse...

Será, Ricardo, que o Gusmão foi tão perspicaz a ponto de atentar para o trocadilho? Sem menosprezo à inteligência dele, acho difícil.
Até porque, que eu saiba, ele não conhece o Hermes.
Mas vá lá, conferirei dois premios. Um para cada um.
E o premio é uma assinatura anual do blog Generalidades Espacializadas, que voces poderão acessar sem custo durante o período, a contar ade amanhã. Gostaram?
Quanto a minha discrição e ética, fico me policiando para que não sugiram a troca do nome do blog para "Mexericos da Candinha". Como este título é registrado teria que ser "mexericos do carraninho"
Abraços para os dois.

Gusmão disse...

O Hermes que eu conheço, de ouvir falar, é o "carteiro" dos deuses gregos. Não se entendia com Mercurio, mensageiro dos deuses romanos,e um dia perguntou: "será que estou falando grego?"
O Hermes da foto não conheço.
O premio é mixuruca, pode dar para o Ricardo.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Na linha sugerida pelo Ricardo, vou entregar o Hermes. O nome dele, na verdade é Florihermes. Foi uma homenagem dos pais aos marechais Floriano Peixoto e Hermes da Fonseca.
É tricolor roxo, como o Riva52 e o Ricardo dos Anjos.
Era muito fã do Samarone, nome que deu ao seu melhor botão. Ele jogava bem futebol de botão.
Abraços indiscretos.

Anônimo disse...

A postagem propriamente dita não me despertou maior interesse. Mas os comentários estão bem divertidos.

Jorge Carrano disse...

Olá Ricardo,
Quando você ingressou no Liceu o diretor ainda era o pai da Tetê, ou já era o Nilo Neves?

A Elzita não é assídua leitora do blog, mas provavelmente já deu uma passadinha, porque ela é amiga da Lenir Soares, que vem a ser a sogra de meu filho seu xará.E a Lenir deve ter falado do blog quando escrevi sobre o Liceu.
Abraço

Riva52 disse...

Está realmente hilário ....rsrs
Florihermes é sensacional !

Quanto ao Samarone, que saudade daquele timaço que chegava ao gol da seguinte maneira :
Félix para Samarone
Esticão na esquerda para Lula
Cruzamento certeiro (raridade hoje em dia)
Flávio de cabeça ...GOL !!!

Sds TRIcolores

Ricardo dos Anjos disse...

Daso Coimbra (ex-deputado), Dr.Sílvio Picanço, Jayme Bittencourt (ex-deputado amaralista), Benjamin Carias,o professor Carias,sempre de terno branco,fumante inveterado e famoso pelo abrir de asas sobre as alunas (lógico, as mais belas e insinuantes)... Esses os diretores do Liceu da minha época. Não necessariamente nessa ordem, são os que mais lembro. Carias lecionava matemática (matéria traumática) e era voz corrente que só dava nota 10 pra Deus.
Bem, paro por aqui. Quando a fumacinha de meus miolos se desvanecer,farei mais um esforço memorial.

Jorge Carrano disse...

Caria foi meu professor. Episódio que jamais esqueci deu-se numa prova.
A matéria incluáa formas geométricas e volumes, além de trigonometria, cálculo etc, estas coisas que fazem a festa dos engenheiros e são estorvo para advogados e poetas.
A aluna entes de mim, recebeu dele (Carias) uma folha de papel e ouviu a pergunta: o que é isto?
Hesitação natural, a resposta não poderia ser "uma folha de caderno", porque seria óbvia demais. Vacilou e fez cara ade quem não estava entendendo. Ele repetiu a pergunta: o que você tem nas mãos?
Bem, vou abreviar a coisa para não abusar da paciência de vocês.
A resposta que ele queria e que certamente nem e menina e nenhum outro de nós daria: é um paralelepípedo sem espessura.Se fosse uma comédia ou teatro de revista, era momento de "pano rápido".
Realmente nenhum aluno, de minha turma, jamais tirou nota 10 com ele.
O tempora o mores!

Freddy disse...

Diretores que eu me lembre (não me importava com essas coisas) foram Landim e Kopke. Professores como Carias não tive, uns e outros muito rigorosos mas nenhum recalcado (ele só podia ser recalcado para agir dessa maneira).
Mas houve fatos marcantes/hilários, talvez faça um pequeno texto com uns 3 ou 4 que valha a pena recordar.
Abraço
Carlos

Ricardo dos Anjos disse...

Mais umas lembranças: Kopke foi meu professor de Física e Saleme, de Química. Sávio,de Matemática. E bem lá pra trás no tempo, Madame Olga, de Francês, Pereira Pinto, de Latim. E o Mestre Ismael Coutinho, de Português (com ele a gente aprendia de verdade!). Arezina, de Geografia. Lecy, tb Geografia. Maria do Amparo, de História. Luiz Carlos Lessa, Português. Ceres, de Matemática. Nélia Pequeno, de Música. Ophélia Pochachevsky, Inglês. Etc., etc., etc.... E a figura do "Foguinho" ?

Chega! Agora chega! Do contrário a gente não passa de ano nunca.

Jorge Carrano disse...

Tem razão Ricardo. Colocamos um ponto final no corpo docente do Liceu, mas não sem antes eu registrar que o Kopke foi meu professor de química e que a turma era da pá virada, como se dizia então.
Ele não conseguia controlar a disciplina e se limitava a dizer: no "final do ano haverá lágrimas e ranger de dentes".
Não reprovou ninguém porque todos compravam o livro que ele editou e colávamos desbragadamente.

Ricardo dos Anjos disse...

E a mão do Kopke segurando o apagador e o giz? A turma reparava no dedinho dele e fazia insinuações malévolas quanto ao andar, ao gestual do grandalhão e branquelo professor de Química (ou Física?)
Prometo, Carrano; foi a última intervenção minha nesse assunto Liceu. Depois, só em edição extra num futuro comentário, num outro espaço.

Guaracy Almeida disse...

Dos diversos comentários sobre o professor de matemática Sr. Carias, vejo que nenhum vem com agradecimento pelo brilhante professor que ele foi. Difícil ser breve ao se falar dele. Me lembro que num dia de 1981 e reunido com a família e após ser perguntado sobre meu rendimento no colégio, respondi comentando sobre a pessoa dele e seus métodos de ensino. Um dos meus tios, que era advogado, comentou que foi seu aluno no Colégio Plinio Leite na década de 40, e que ele já tinha determinada reputação naquela época. Do meu ponto de vista, Sr. Carias era uma excelente pessoa sendo ele professor e eu aluno. Posso dizer que foi um revolucionário incompreendido porque em certo momento e após uma avaliação surpresa, ele constatou que o rendimento da turma 103/noite estava aquém da sua expectativa e foi dai que ele elaborou um plano imediato. Sabe-se que dentre as coisas que o ser humano mais gosta, aprecia e precisa, está o dinheiro. Agora se este vier de forma não laborativa, é melhor ainda. Nem sempre o que motiva corrompe. Ele entrou na sala e quando conseguiu a atenção de todos, não era difícil, fez a seguinte proposta após tirar sua da carteira do bolso e dela retirar uma nota de Cr$ 50,00/cinquenta cruzeiros, ele determinou que a partir daquela data, se concordássemos, "todos" contribuiriam de Cr$ 0,50 até Cr$ 1,00 p/aula até o fim do 3º bimestre. Acrescentou ainda que estariam suspensas as provas de avaliação surpresa para que pudéssemos rever a matéria, formando grupos de estudo. Alguém seria nomeado o "coletor de impostos" e este, seria o representante da turma e nesse caso, eu, anotando o nome e valor que cada um contribuiu. O montante e a relação lhe seriam entregues no final de cada aula para formar o fundo de incentivo, que seria rateado em 50%, 30% e 20% para a pontuação 9 a 10, 7 a 8 e 6, respectivamente, por ocasião da correção da prova que seria a prova do ano. Para resumir a história, numa turma com 58 alunos, somente 3 foram para recuperação e ainda foram aprovados na matéria dele. 100% de provação em matemática. A disputa foi acirrada. Do rateio restaria pouco. Foi então que todos concordaram em reverter o prêmio em bebida e fomos para o antigo bar Brahma na Av. Amaral Peixoto. Com tão poucos de recuperação e tão adiantados que estávamos, ele começou e nos ensinar matéria do 2º ano como base preparatória. No final de tudo, isso quase lhe custou sua matrícula de professor após denúncia feita por um medíocre, frustrado e limitado. Ele era comerciante numa vidraçaria na esquina das Ruas Lemos Cunha com Joaquim Távora em Icaraí, e sempre que eu podia, fazia uma visita para fumar um cigarro e rir dos casos. Que figura!

Jorge Carrano disse...

Antes de tudo, obrigado Guaracy, pela visita virtual e pelo comentário.

Realmente não tive palavras de agradecimento. E fazendo uma reflexão me dou conta de que nunca agradeci o suficiente a alguns competentes, abnegados e reponsáveis professores que tive.

Fui aluno do prof. Carias por apenas um ano e não era, definitivamente o que podemos chamara de bom aluno.Antes pelo contrário.

Eu vinha de uma frustração por não ter sido admitido na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, por ser daltônico (discromatopsia). E meu primeiro ano foi de repetência. Uma certa falta de norte aliada ao meu envolvimento com o Grêmio do Liceu.

Bem, desconhecia esta faceta do Prof. Carias, revelada em seu comentário. Outros amigos e contemporâneos liceístas que frequentam este espaço talvez venham em meu socorro.

Quanto aos profissionais de ensino, tenho por todos (menos a Marilena Chaui) o maior respeito e admiração.

Rendi minhas homenagens, de forma modesta e parcimoniosa, reconheço, no post encontrável no endereço abaixo (que precisa ser selecionado e colado na barra do navegador).
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2015/03/professores-profissionais-injusticados.html

Tenho um filho professor universitário, concursado, que leciona na UFF.