Não me conformo com alguns locutores noticiaristas e apresentadores que insistem em se referir ao Chico Anysio como humorista. É muito pouco para o gênio criativo, criador de muita arte.
No mínimo ele deve ser referenciado e reverenciado como artista. Multimídia, multifacetado. Roteirista, ator, diretor, pintor, compositor, escritor, dublador, comentarista esportivo, ufa!!! E humorista.
Concebeu e interpretou 209 tipos característicos na TV, alguns dos quais ficarão imortalizados.
Guardada uma certa relatividade, foi o nosso Charles Chaplin.
No mundo recente, para mim, eram ele e o Woody Allen (roteirista, ator, diretor, músico ... e humorista). Gênio artístico de mesmo quilate, no Brasil, somente Tom Jobim.
Aprendi a admirá-lo quando, ainda na radio Mayrink Veiga, participava de alguns dos humorísticos da emissora. A "Escolinha do Prof. Raymundo" nasceu lá. E tinha a "Miss Campeonato". Que era a Rose Rondelli, depois sua esposa. Precisa ser septuagenário para lembrar.
Antes de virar moda, como atualmente, já fazia seus shows em teatro no formato stand up comedy.
Trocou de mulher e de clube algumas vezes. Foram seis casamentos e três clubes. Mas o do coração mesmo, no Rio, foi o Vasco, para o qual deixou de torcer mas voltou apaixonadamente para sempre até a morte.
Há anos apresentou quatro* shows no Rio de Janeiro, sendo que o primeiro deles tinha o título de “Chico Anysio Show”(que levou para a TV mais tarde), e foi apresentado no Teatro da Lagoa.
A única novidade neste post, considerando que tudo aqui relatado foi divulgado por todos os meios e formas de comunicação, como imprensa, rádio, TV e internet, é que fui, acho eu, personagem de uma piada, de improviso (na época, depois virou piada pronta).
Deu-se que fomos, eu, Wanda e um casal de amigos, assistir ao primeiro dos shows supramencionados no Teatro da Lagoa, no qual contava pequenas histórias hilariantes, como a do primeiro foguete interplanatério brasileiro.
Pois bem, eu ria muito, como de resto toda a platéia. Mas a horas quantas dei fortes e incontroláveis gargalhadas.
Foi o quanto bastou para o Chico interromper o que falava e mandar: “na plateia tem um sujeito que está se divertindo muito, a julgar pelas risadas. Acho que ele deveria sair, ir até a bilheteria, comprar novo ingresso, e voltar.
Botei a carapuça.
RIP Chico.
* Não lembro o nome do terceiro, mas os outros dois foram: 2º) "Gostei mais do outro" e 4º) "Com Chico Anysio no quarto".
Foto: Google
5 comentários:
Pq a omissão dos debatedores habituais?
Tô aqui pra aplaudir de pé.
Se o Carrano me permite responder ao Anônimo, diria que se trata de um silêncio de homenagem, como o minuto que fazemos nos estádios e cerimônias públicas.
Bom domingo.
RIP, Chico.
Se o Céu existir mesmo, deve estar bem mais divertido.
DEP, Francisco.
Carlos
Postar um comentário