31 de janeiro de 2012

Fernando da Motta Carrano

Foram tempos difíceis. Lourival Fontes, um arremedo de Joseph Goebbels, ministro da propaganda do terceiro reich, seu ídolo certamente, era o Diretor do Departamento de Propaganda e Difusão Cultural.

Embora Getúlio não fosse um genocida, como o Führer - Adolf Hitler - era todavia uma ditador. De meia pataca, mas era.

Um ditador que gostava de chimarrão, vedetes e era preocupado com a classe trabalhadora. Deixou uma boa herança para os trabalhadores materializada em leis de proteção.

Em sua carta-testamento, quando do suicídio, escreveu que à sanha de seus inimigos deixava o legado de sua morte. Mas para a classe operária deixou um legado importante.

Bem, o Dr. Fontes, do DPDC, criou uma espécie de Gestapo para controlar a população e em especial os meios de comunicação.  Assim é que a atividade de jornalista só era permitida a quem tivesse registro profissional na carteira de trabalho. Sem registro não era possível exercer a profissão.


Vale lembrar que não existiam as fuculdades de comunicação social e os jornalistas eram formados dentro das redações, na prática diária, fazendo  reportagens, redigindo matérias e editoriais.

Esta foi a formação de meu pai, que tendo exercido várias funções na vida, inclusive mais tarde no serviço público, tinha uma profissão: Jornalista.


Registro profissional
Eis o registro obtido na carteira profissional, com a ocupação de redator. Mas ele ralou para alcançar seu registro profissional. Começou como linotipista e foi revisor, antes de poder redigir e assinar os primeiros textos jornalísticos. Trabalhou em vários órgãos de imprensa do antigo Distrito Federal, mas foi no Diário Trabalhista que conseguiu a primeira oportunidade como redator.


Redator no Diário Trabalhista


Quando eu nasci, em 1940, ele trabalhava de madrugada, como linotipista, no Diário Oficial da União, cujo prédio majestoso ficava na  Av. Rodrigues Alves, perto da atual Estação Rodoviária, no Rio de Janeiro.

Na área de imprensa, sua última função, foi a de diretor do Diário Oficial, mas do antigo Estado do Rio de Janeiro. Foi sob sua gestão, de 5 anos, que a sede do órgão oficial de imprensa do Estado, mudou de um barracão de madeira na Rua  Jansen de Mello, para um prédio moderno (onde ainda funciona) na Rua Marques de Olinda.

Durante algum tempo foi produtor e apresentador, com outros jornalistas, de um programa jornalistico na Radio Mauá, que enfocava, principalmente, as coisas de interesse do Estado do Rio de Janeio (antes da fusão).

As fotos abaixo são de diferentes etapas da construção do prédio do Diário Oficial (instalação da rotativa e inauguração do prédio), e revelam que as obras começaram no mandato de  um governador - Amaral Peixoto - e foram concluídas com  outro - Miguel Couto Filho.

Aparecem, em primeiro plano, Fernando Carrano, o governador  Amaral Peixoto e, a direita,  o vice-governador Robertro Silveira (pai do atual prefeito de Niterói).

Na outra foto, Fernando Carrano e o governador Amaral Peixoto (de terno mais claro e óculos), no dia da instalação da rotativa.








Finalmente, Fernando Carrano saudando o governador e agradecendo o apoio dado a iniciativa de construir novas dependências para o Diário Oficial.







Já quando da inauguração do prédio e  início de funcionamento, o governador era o Miguel Couto Filho, que aparece, ao lado da esposa, na missa celebrada no pateo interno. A menina de cara emburrada e blusa escura, é a minha irmã Sara, que tem ao lado a outra irmã, Ana Maria e, ao lado desta, minha mãe Edith.




Seguem-se fotos da visita as instalações, aparecendo em primeiro plano, o governador Miguel Couto, a autoridade eclesiástica da época, cujo nome não lembro, e Fernando Carrano.




Na foto em sequência, temos ao centro Fernando Carrano, o deputado e então secretário de governo, Raul de Oliveira Rodrigues e o governador Miguel Couto.


Por fim, o prédio que estava sendo inaugurado.

As fotos pertencem ao grande acervo que meu pai deixou de imagens e documentos da época dos governos de Amaral Peixoto e Miguel Couto Filho.


30 de janeiro de 2012

Qual foi a melhor final, afinal?

 Por
Paulo Ricardo M B Mach



Novak Djokovic

Rafael Nadal

Ontem no Twitter rolou a discussão sobre a grande final do tênis Nadal x Djokovic. A quase totalidade dos twitteiros dizendo que foi a partida do século, a melhor partida de tênis que todos tinham visto em suas vidas.

E eu fui escrever que não !!! não foi a melhor !!! a melhor foi John McEnroe x Borg em 1981 em Wimbledon !

Fui massacrado (rsrsrs). Diga-se de passagem que dos meus 368 seguidores, acredito que uns 355 têm entre 16 e 25 anos de idade ... e todos 100% tricolores, ok ?

Não dá para se comparar um atleta da década de 80 com um de hoje. É impressionante a diferença de preparo físico, de tecnologia aplicada aos uniformes, às raquetes ... antes era um outro jogo, menos força, mais cadenciado. Idem com o futebol.

Em relação ao futebol eu sempre fui a favor de "impedirem o impedimento", e tirar 1 jogador de cada time, dando mais espaço para as jogadas. Aí sim os jogos seriam mais bacanas de se ver.

Quanto ao tênis, não tem jeito. Os caras atualmente são verdadeiras máquinas de saque-voleio, raramente saem do fundo da quadra ... ficam lá dando varadas até o outro errar, etc.

Bjorn  Borg

Fotos: Google imagens
John McEnroe
Peguem um videotape do jogo entre Borg e McEnroe, que também durou quase 5 horas, e me digam ... foi ou não foi um show de tênis variado, com jogadas lindíssimas, o jogo inteiro ?

O jogo do Nadal x Djokovic foi muito bom, sem dúvida, mas não se compara em técnica aos grandes jogos da década de 80. Do tênis feminino também.




Reflexões

Não li o artigo original, de autoria do André Lara Rezende, o filho do Oto, que segundo o Nelson Rodrigues teria dito que “o mineiro só é solidário no câncer” frase cuja autoria, de resto, sempre foi contestada pelo Oto Lara Resende. O André é filho do Oto e pai do Plano Real, ou um dos pais. Filho bem sucedido dentre tantos que foram gerados no ventre governamental, que viriam ao mundo para nos salvar, livrando-nos definitivamente do monstro chamado inflação, o Real foi responsável pela criação de condições que permitiram crescimento econômico, com criação de emprego e melhor distribuição de renda.

Foi na coluna do Caetano, que li uma alusão ao artigo do André, publicado na revista Valor Econômico. No citado artigo o conceituado economista teria escrito o seguinte trecho, que me leva a uma reflexão :
“Seremos obrigados a reconhecer o que, apesar das evidências, nos recusamos a ver: não há como viabilizar sete bilhões de pessoas, com o padrão de consumo e as aspirações do mundo contemporâneo, nos limites físicos da terra.”

Será que entendi direito? Não há como propiciar a toda  população do planeta um padrão aceitável de vida, desfrutando das benesses dos avanços científicos e tecnológicos. Impossível nivelar por cima? São inevitáveis a pobreza, a desigualdade e a ignorância para parte dos habitantes da Terra?
Vale uma reflexão. 


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Niterói é a cidade de maior renda per capita do país. Por isso está atraindo, junto com investimentos nos diferentes setores da economia, a criminalidade, o caos no trânsito, a desordem urbana. O relativo sossego que desfrutávamos, agora é coisa para guardar na lembrança. Dizem que os bandidos, ou parte deles,  que teriam perdido espaço nas favelas cariocas, depois da implantação das UPPs, teriam vindo para a cidade, assim como ambulantes da baixada e de São Gonçalo, atraídos pelo dinheiro que circula na cidade, e pela omissão das autoridades municipais.

Como estou mais para lá do que para cá, tenho saudades do tempo em que podíamos caminhar pela cidade com absoluta tranquilidade e não precisávamos morar em condomínios que mais se assemelham a presídios de segurança máxima. Inverteram a ordem natural das coisas. Os bons, em tese, ficam reclusos, os maus à solta. Mal comparando, recorro a uma imagem do Joelmir Betting segundo a qual não sendo possível baixar o leito do rio, eleve-se o nível da ponte.

Ou seja, se é impossível controlar a criminalidade, criemos mecanismos de defesa que nos dão a (por vezes falsa)  sensação de segurança: câmeras de filmagem, cercas eletrificadas, blindagem nas janelas e nos automóveis, seguranças particulares. Falta apenas fazermos fossos com jacarés famintos em torno dos nossos imóveis. O crescimento demográfico, o aumento do patrimônio, o progresso valem a pena? Torna o homem mais feliz?
Vale uma reflexão.


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Há alguns anos eu era diretor de um laboratório farmacêutico em São Paulo, e por sorte fiquei inteirado da utilização criminosa do nome do laboratório e do número de sua inscrição, numa licitação fraudulenta. O crime envolvia inclusive a UNICAMP (Universidade de Campinas) que era a licitante.
Estelionatários e falsários, não sei se com conivência de funcionários da universidade, entraram numa concorrência para fornecimento de um produto, pasmem, que sequer fabricávamos.

Quando soube, conversei com o presidente (e maior acionista) do laboratório e sua filha, que também exercicia uma diretoria, e ficou combinado que eu iria até Campinas conversar com a reitoria para tentar apurar os responsáveis e desmascarar o uso fraudulento de nosso nome.

Bem, a receptividade na reitoria não foi boa. Talvez por preocupação com o envolvimento da Instituição, que queriam preservar, pouco ajudaram. Deliberamos, então, dada a relevância e grau dos risco envolvidos,  contratar um bom criminalista.

O laboratório jamais havia trabalhado com este tipo de advogado e eu, com pouco tempo na cidade, não conhecia nenhum. Telefonei para um amigo, com quem já trabalhara em outra empresa, pessoa muito bem relacionada na capital paulista, tanto social quanto profissionalmente, e pedi que me indicasse um advogado da área criminal.

Vejam o que ele me respondeu, antes de indicar um nome muito conhecido por ter atuado em casos rumorosos: “Carrano, você sabe que indicar advogado criminalista é uma coisa complicada, que envolve riscos, porque na verdade ele é  um bandido que está do nosso lado”. Julgamento cruel, sem dúvida, mas que acaba encerrando uma certa verdade, senão absoluta, pelo menos relativa.
Narrei este caso para chegar aos policiais, ao destaque que a mídia dá a alguns casos de violência excessiva dos policiais, invocando violação de direitos humanos.

Mas pergunto eu. Quem de boa formação moral, ética, com família bem constituída, alguma cultura e inteligência, se disporia a subir os morros atrás de bandidos frios, sanguinários, capazes de queimar pessoas porque lhes devem dinheiro, ou porque são obstáculo aos seus negócios escusos?

Você que é pai, ou mãe, gostaria de ver seu filho tendo que enfrentar criminosos inescrupulosos, que nada têm a perder, fortemente armados e sem qualquer mecanismo interno de censura ?

Logo, por vezes, o policial tem que ser um bandido que optou por estar do lado da sociedade. Tem que ter parafuso a menos, ou a mais. Ou seja, precisamos do Dirty Harry?
Vale uma reflexão.

28 de janeiro de 2012

Etta James e Johnny Otis

Duas perdas no mundo musical, em especial nos gêneros blues e rhythm and blues.
Faleceram Etta James e Johnny Otis. Etta no dia 20 último e o Johnny três dias antes, ou seja, em 17 de janeiro.
A coincidência é que Otis foi o descobridor e incentivador da ótima cantora de blues. Etta é bem mais conhecida, penso eu, do que o cantor, além de baterista, pianista, vibrafonista, líder de banda, empresário e produtor musical, que além de lhe propiciar as oportunidades, foi o responsável por seu batismo como Etta James, no mundo artístico. Foi ele quem achou que a inversão das silabas do nome constante de sua certidão de nascimento - Jamesetta - resultaria em melhor sonoridade. E funcionou.
Etta James está longe de ser minha cantora preferida, até porque não tenho uma preferida como já expliquei reiteradas vezes.
Várias delas têm seus momentos de grades performances, de emoção e técnica vocal.
Alinho Etta entre as, digamos, 10 melhores da área do jazz e adjacências (gospel, blues, R&B). Parece pouco figurar entre as 10, mas não é, se considerarmos o enorme elenco de cantoras norte-americanas e até de outras nacionalidades que abraçaram o jazz e o blues como seus gêneros interpretativos.
Para não parecer vago demais, vá lá que seja, eu a incluiria entre as 5 que mais mexem com meus sentimentos, com minha sensibilidade, com minha emoção. As outras seriam Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Sara Vaughan e Nina Simone.
Já o Johnny Otis poderia ser colocado, em importância como arranjador, líder de banda, músico e produtor musical, no mesmo nível do Quincy Jones.
Tenho algumas gravações da Etta James, muito boas, inclusive cantando gospel, que foi como ela começou, aos 5 anos de idade, na escola Echoes of Eden da Igreja Batista de St. Paul, em Los Angeles.

Lady Day
Mas como sugestão para os não iniciados, indicaria o álbum ‘Mystery Lady”, através do qual ela prestou uma homenagem a grande “Lady Day”, como ficou conhecida Billie Holiday.

Algumas interpretações são comoventes. É preciso ouvir e deixar-se possuir. A música entra pelos poros.

27 de janeiro de 2012

Não estou só

Ainda bem que não estou sozinho na minha indignação. Bom saber que muita agente se sente humilhada, envergonhada e desrespeitada, com os escândalos do Judiciário. E que têm coragem de assumir posição, de expressar seu pensamento.
Vejam abaixo a seção de cartas dos leitores, na edição de 26 de janeiro:

Propagação do blog

Este blog não tem objetivo comercial, e nem terá. Por isso não me pejo de vez ou outra utilizar imagens que estão disponíveis na internet. Se e quando alguém que eventualmente tenha sua imagem divulgada ficar contrariado; ou se publiquei alguma foto protegida por direito autoral, basta que o constrangido ou o titular do direito se manifeste.

Imediatamente tirarei do ar a imagem (foto ou ilustração).

Mas o que quero abordar, hoje, é o fenômeno internet, que propaga idéias, imagens, músicas, levando-as aos mais distante rincões deste planeta e, quiçá, da galáxia. E as idéias e fotos, são transmitidas independentemente da importância, fidedignidade ou responsabilidade da fonte geradora.

Este blog não tem, neste universo virtual, qualquer relevância. Ele começou como repositório de minha vida, desde a infância, a fim de que os pósteros (meus descendentes), querendo , pudessem ter estas informações. Já contei isto em post anterior.

Entretanto, avaliem comigo. Sábado, 8:30h (acordo cedo para caminhar na praia antes do sol ferver os miolos), entro no blog, como habitualmente faço pelas manhãs a fim de moderar eventuais comentários.

Em seguida, fui a página de “estatísticas” e verifiquei que havia um acesso, através do blog http://www.google.es/ e a postagem visitada é uma através da qual falo de Salamanca.

Alguém, no horário de almoço na Espanha, estava pesquisando alguma coisa sobre universidades e foi encaminhado ao Generalidades Especializadas.

Naquele momento era um solitário internauta, da Espanha, acessando o blog. Mas em outros dias e momentos distintos, o blog já foi acessado por alguém na Tailândia (www.google.co.th) Neste caso não possível identificar a postagem que lhe interessou porque eram muitos os acessos naquele momento.

E coisas curiosas, aqui no Brasil, deixam-me encucado. Que diabos levaria os blogs http://www.jornalpequeno.com.br/ e http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
a acessarem este blog? Pois no entanto entraram.

Pra quem não conhece a mecânica e as ferramentas de estatísticas do blog, coloco abaixo as posições de um mês, que explicitam o que é possível identificar em matéria de visitação.

Visualização de página por pais


Brasil 
1.702
Estados Unidos
142
Portugal 
116
Alemanha 
59
Rússia
 19
França 
13
Itália 
9
Chile 
8
Reino Unido
 8
Canadá 
6



Visualização de página por pais
Visualização de página por pais


Visualizações de página por sistema operacional

Windows
1.759 (82%)
Linux
277 (13%)
Macintosh
33 (1%)
iPad
24 (1%)
iPhone
12 (<1%)
Android
8 (<1%)
Nokia
6 (<1%)
Samsung
2 (<1%)
Ubuntu
2 (<1%)
BlackBerry
1 (<1%)


Visualizações de página por navegador

Chrome
780 (36%)
Internet Explorer
649 (30%)
Firefox
600 (28%)
Safari
55 (2%)
Opera
17 (<1%)
RockMelt
14 (<1%)
GranParadiso
9 (<1%)
Mobile Safari
8 (<1%)
Jasmine
2 (<1%)
Comodo_Dragon
1 (<1%)

Tem, ainda, origem do tráfego por URL de referência, como abaixo:

4
2


Sites de referência, exemplos:
13
2
1

E por postagens, através da qual fico sabendo os posts mais visitados.

Fico me perguntando o que alguém na Tailandia, ou em Singapura pode encontrar de interesse neste blog. Vejam algumas das pesquisas via Google, mundo a fora, que conduziram o internauta até este espaço:

http://www.google.it/
http://www.google.fr/
http://www.google.de/
http://www.google.pt/
http://www.google.co.uk/
http://www.google.co.th/
http://www.google.com.do/
http://www.google.sg/
http://www.google.au/

25 de janeiro de 2012

Mazelas do crescimento imobiliário - II

  Por
  Carlos Frederico M B March


Tendo em vista que meu recente post sobre Mazelas do Crescimento Imobiliário rendeu acirrado debate sobre assuntos mais importantes que o abordado, vi-me compelido a fazer um texto complementar.

Em primeiro lugar, tenho uma mente light. Sei que hoje em dia tem gente que só levanta questões políticas e sociais, tornam-se arautos da moralidade pública, fazem abaixo assinados e na Internet só postam mensagens de crítica a governo e costumes. Que assim permaneçam, mas nunca foi meu forte. Alheio a política, conheço a frase "quem não gosta de política é governado por quem gosta", mas nem me lixo.

Por conta desse meu modo de ser, inocentemente fiz o tal post sobre fotografia que, para azar meu, fez menção a questões mais sérias até por conta do título, segundo avaliação, inadequado. Pois bem, hoje eu tentarei abordar algumas mazelas reais.

Uma das mais trágicas e conhecidas é a localização do Aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Pipocas! Quando o aeroporto foi ali instalado em 1936, nada havia em torno, dizem que sua localização era boa porque evitava cheias do Rio Tietê, mazela da época no Campo de Marte.

Meus caros leitores: não é culpa do aeroporto se a especulação imobiliária foi ocupando os terrenos cada vez mais próximos, a ponto de hoje termos uma selva de pedra com um aeroporto nela incrustado!
Aeroporto de Congonhas, São Paulo*

O que acho inadmissível é quererem desativá-lo! Vai contra meu espírito de justiça. A população que ali comprou seu imóvel sabia que tinha um aeroporto, portanto, que se danem! Coloquem janelas duplas para filtrar ruído, rezem para que nenhum avião lhe caia na cabeça, ora! É o preço a pagar por terem comprado errado.

OK, vamos em frente. Caso de menos importância. Trajeto Niterói - Friburgo. Passava pelo centro de Cachoeiras de Macacu, uma avenida interna de paralelepípedo que ganhou quebra-molas para refrear o entusiasmo do tráfego intermunicipal. Construíram uma via paralela de 4 pistas com o objetivo de ser o segmento da rodovia que serviria ao tráfego de quem subia a serra. Mas era muito legal! Asfaltada, larga, bonita, canteiro no meio. Hoje tem dezenas de casas comerciais e um tráfego urbano enorme. Resultado? Quebra-molas!

O mesmo acontecerá com a Avenida do Contorno, a Niterói-Manilha. Hoje privatizada e pedagiada, não demora a população vai ocupar os terrenos lindeiros e mais um pouco à frente vai exigir quebra-molas e pardais, como na estrada antiga que passa por Alcântara. E a prefeitura vai atender, em vez de cuidar da ordem pública - que seria proibir a construção desordenada nas margens da mesma.

Vou baixar a bola mais ainda e chegar ao bairro onde resido atualmente: Jardim Icaraí. Tomado pela especulação imobiliária, cada casa se tornará um prédio! Sem que a prefeitura faça nada em termos de adequação de infra-estrutura. Em época de escassez de água, os prédios que não têm a proibida bomba de sucção simplesmente ficam à mercê das pipas pagas, dado que as gratuitas da prefeitura nem passam perto.


Projeto: salas comerciais
para profissionais da saúde
No momento, para me limitar aos quarteirões da esquina de Rua Nóbrega com Rua Domingues de Sá, temos a derrubada de uma casa para construção de um prédio de salas comerciais para profissionais da área de saúde. A 100 metros, abaixo na Domingues de Sá derrubaram várias casas e uma boate para fazer um mega empreendimento de mais de 100 apartamentos de 3 e 4 quartos super luxuosos. Também a 100 metros, mas na Rua Nóbrega, a mesma construtora fará um prédio para apartamentos de 2 e 3 em frente a um já em término de construção.



Terreno: Ópera de Milano, 3 e 4 quartos,
mais de 100 aptos


Segundo contam, a grande maioria das casas antigas do bairro já se encontram cooptadas para venda e construção de prédios (plantas já autorizadas), só aguardando o momento correto.









Polo Gastronômico de Jardim Icaraí.
 Um pouco além, na mesma Rua Nóbrega na direção leste e ruas adjacentes, situa-se o Polo Gastronômico de Jardim Icaraí. É onde os moradores  reclamam do barulho, pois fica literalmente apinhado de gente à noite, principalmente mas não apenas nos fins de semana.
Na área iluminada da Rua Nóbrega mostrada na foto temos os bares e restaurantes Nossa Casa, Torninha Ristorante (o melhor bistrô da cidade), Gendai (japa), Boteco Confraria, Spicy, Salve Simpatia, Miksi e Queen Jardim. Próximos nas ruas adjacentes temos o Bar Predileto, Creperia Brasil, Bar Nóbrega, Da Carmine Ristorante, Torna Pub (recém inaugurado, fantástico), Bar Lendários (rock dos anos 70) e outros mais.
Uma loucura!

Eu estou dividido... A explosão imobiliária me afeta tanto negativa como positivamente (não esqueçamos que meu apê também valorizou), mas com certeza morar no Polo Gastronômico é conveniente, ainda mais no atual cenário da Lei Seca!


Espumante ao por-do-sol
12/07/2011

*A foto do aeroporto de Congonhas foi obtida na Wikipedia, as demais são do autor texto.


Para terminar, enquanto eu ainda posso curti-lo até que um arranha-céu bloqueie meu horizonte definitivamente, mais um por do sol com um brinde a esse estimulante debate! Saúde!

24 de janeiro de 2012

Hábitos, costumes, tradições e suas origens

Por
Rodney Gusmão Cavalcanti


Regimento Arariboia  (3º RI)
Quando prestei serviço militar, que ara obrigatório e era difícil escapar, a menos que você fosse reprovado nos exames médicos/físicos, sendo portador de miopia profunda (usando óculos de fundo de garrafa), tivesse pés chatos, a ponto dos joelhos se tocarem ao caminhar, ou fosse extremamente raquítico, com cerca de metro e meio de altura e pesando 50 quilos, fiquei sabendo de um costume que se consolidou e quase se perpetuou, a partir de um fato pontual.

Mas antes de falar do fato, quero acrescentar que as outras hipóteses de escapar do sérviço militar eram: ser arrimo de família (ou seja estar trabalhando e o sustento da família depender do salário do jovem a ser incorporado),  ou ser apadrinhado (parente de algum oficial graduado, por exemplo). Bem, ser apadrinhado, em qualquer lugar do mundo e no Brasil em todos os setores, ajuda muito.

Mas vamos ao caso ocorrido no extinto 3º Regimento de Infantaria, que ocupava uma grande área no bairro de Neves, em São Gonçalo.
Havia postos fixos de guarda – óbvios – como na Portaria do quartel, e no morro atrás das dependências, onde eram mantidos os porcos (enormes).
Mas havia um posto, criado circunstancialmente, quase no meio do pátio interno em local que não fazia o menor sentido. Até que alguém se deu conta do fato, foi investigar o porquê e um sargento mais antigo explicou que o banco existente no local havia sido pintado e porque a tinta estava fresca colocaram um soldado para tomar conta e alertar. Você acredita nisso?

Outro, bem interessante, que não presenciei mas foi relatado por meu cunhado, ocorreu na companhia fabricante de fósforos, na famosa marca olho, que também funcionava numa enorme planta no mesmo bairro de Neves, mais próximo da divisa entre Niterói e São Gonçalo.

As caixinhas de fósforos eram todas fabricadas em madeira. E eram revestidas de um papel azul, colado na madeira com cola feita de polvilho. Obviamente precisavam secar, por causa da umidade da cola (água e polvilho).
Assim as embalagens saiam das máquinas e eram expostas ao ar no pátio, para secar.

Pardal-doméstico
Só que havia árvores plantadas ao redor deste pátio e nestas árvores, muitos pássaros (em especial pardais). Logo, defecavam sobre as caixinhas e as estragavam.
Uma das alternativas era manter um empregado munido de um enorme bambu, que ele levantava verticalmente e agitava, para espantar os pássaros. Foi crido o cargo de espantador de pardais. Muito depois, segundo relato do cunhado, construiram enormes secadores, a vapor, que secavam as embalagens.

Eu pretendia falar de tradições e costumes conhecidos de todos, mas pesquisas na internet nos dão a conhecer a origem deles, com mais consistência  do que eu poderia dar.

Se alguém quiser pode, nos comentários, acrescentar algum hábito consagrado ou costume inusitado que conheça e possa ser interessante.