Pela estatização da Rede Globo

Ninguém me perguntou o porquê de minha campanha contra a Rede Globo de Televisão e o jornal O Globo. Mas vou dar a explicação:

Nem sempre fui contra a TV Globo, ou as Organizações Globo como um todo. Por que mudei de opinião? Porque eles mudaram!

Esse Grupo Econômico cresceu à sombra do regime capitalista. Vivíamos numa economia de mercado, valorizando o mérito individual, incentivando a livre iniciativa, numa democracia representativa.

Esses princípios e valores sociais são característicos dos regimes democráticos e não dos socialistas com inspiração comunista.

Quando a Globo deu uma guinada na sua linha editorial e de atuação  rejeitando o apoio que deu ao movimento militar de 1964, como uma “Madalena arrependida”, na verdade deu um tiro no pé.

Explico minha tese.

Imaginemos um pequeno partido de esquerda (PSTU, PCO, PC do B, por exemplo) levantando a bandeira da estatização da Rede Globo. E porque não?

Se eles se opõem em manifestações ruidosas, quebradeiras, piquetes, e todas as outras possíveis turbações da ordem, nos atos de privatização de empresas públicas, e são peremptoriamente contra a privatização da Petrobras e do Banco do Brasil, seria perfeitamente coerente propugnar pela estatização da Globo.

Por que só os Marinho ganham dinheiro (e muito dinheiro) explorando uma concessão de serviço público? Por que criar uma Rede Brasil se a Globo está aí mesmo, prontinha, com recursos técnicos e artísticos disponíveis. Seria só mexer um pouquinho na programação.

Digo mexer um pouquinho porque de certo modo a aludida emissora já é chapa branca. Ela se vendeu oportunisticamente ao governo. Seu jornalismo está a serviço do governo.

Ora, se eles querem o socialismo que a Revolução de 1964 impediu fosse implantado no Brasil, certamente não poderão reclamar se, instalados definitivamente no poder, sem uma oposição forte e atuante, a esquerda radical pense na estatização de todos os meios de comunicação.

Eu, por exemplo, se vingar no país, o que não acredito (tenho fé), um regime socialista tipo os cubano e venezuelano, posso mudar de opinião (como fez a Globo) e pensar em me filiar a um partido da chamada esquerda mais à esquerda e iniciar, no seio deste partido, uma campanha pela ESTATIZAÇÃO DA REDE GLOBO.

Repelir, não apoiar tortura, é obrigação de ser humano. Assim como deveriam ter sido repelidos e punidos com severidade os sequestros dos terroristas da esquerda.

Fui e sou a favor do movimento militar (eu e milhares de brasileiros que foram às ruas dar seu apoio). Recuso-me a chamar de golpe militar. Golpe militar foi a Proclamação da República, quando os milicos derrubando a monarquia, alteraram o regime de governo e se instalaram no poder.

E inobstante enaltecemos e comemoramos com entusiasmo este golpe.

Se erro houve na revolução de 1964, foi o de não ter havido derramamento se sangue. Essa opinião não é minha, pelo amor de Deus, mas sim da esquerda que perdeu mesmo tendo se utilizado das greves, dos assaltos a bancos  e das guerrilhas.

Se tivéssemos tido derramamento de sangue, como fez, por exemplo, o Fidel em Cuba, com os paredões que eliminaram sumariamente milhares de oponentes, queria ver se eles estariam ai agora tentando, de novo, implantar um regime que não encontra apoio da grande maioria silenciosa. É contra nossa vocação.

A Globo, insisto, deveria ter continuado combatendo a tentativa de implantação de um regime socialista. Se por filosofia não fosse, pelo menos por interesses econômicos e de sobrevivência futura.

Acho que o Franklin Martins deveria pensar num projeto de estatização das Organizações Globos. E nem seria difícil pois parece que eles gostam dos regimes socialistas, que coíbem a liberdade de expressão, controlam os meios de produção e são contra a propriedade privada.

Nem poderiam reagir. Quando a porta estiver arrombada irão chorar na cama que é lugar quente, como diria minha avó.