11 de fevereiro de 2020

Reflexões na caminhada


Perdi a conta de quantas caminhadas fiz no calçadão ao longo de minha vida. Isso é meramente retórico porque seria inadmissível, bizarro, alguém manter um controle numérico, um cadastro, de sua caminhadas.

O hábito começou, se me não falha a atribulada memória, na época em que residi no "Condomínio Santos Apóstolos", logo ali no início da rua Miguel de Frias, ao lado do antigo Cassino Icaraí, hoje sede da Reitoria da UFF.

Bastava atravessar a avenida que se chamava "Praia de Icaraí" - avenida "Jornalista Alberto Francisco Torres" é coisa mais recente - e me via no calçadão, ou melhor, na calçada, porque não havia, ainda, sido alargada como foi posteriormente. Agora sim calçadão.

Em geral caminhávamos à noitinha, eu e minha mulher, após o jantar. Na época fumava e era uma delícia caminhar vagarosamente, pitando meu Luiz XV (ou Minister), no que chamávamos de processo digestivo.

Quando morei na mesma rua, mas (e mais) distante da praia, lá no número 245, as caminhadas eram matinais e esporádicas, por isso não considero rotina.

Tudo acontece no calçadão e/ou na "Praia de Icaraí". Desde as passeatas por eleições "Diretas Já", pelas passeatas do "Fora Dilma", pelas passeatas de grupo LGBT - "Orgulho Gay" - comemoração do tricampeonato mundial de futebol, quando ao som de "90 milhões em ação" desfilamos de ponta a ponta na avenida que margeia a praia. Uma multidão.

Tem o show do Réveillon, a queima de fogos, as aulas de ioga, as aulas de ginástica do grupo do Gugu, e, claro, os jogos de vôlei, peteca, futevôlei, e outros. Lá, quase ao chegar ao Canto do Rio, tinha campeonato de futebol de areia. E, creiam, juntava gente na calçada para acompanhar os jogos.

Neste último domingo, dia 9 de fevereiro, o calçadão estava coalhado de amêndoas porque é esta é uma fase do ciclo que se renova a cada ano.

Não demora serão a folhas que mudarão seu colorido, deixando o verde e tomando tons avermelhados, amarelados, alaranjados, e que também se desprenderão e cobrirão o piso. 

Esta, por assim dizer, rotina, é imposta pela natureza, que tem suas lei implacáveis. Uma delas é a da inexorável mortalidade. Pelo menos cinco de meus clientes (três homens e duas mulheres) encontrava aos domingos caminhando, a ponto de eventualmente dar-lhes notícias sobre os processos de seus interesses, atualmente nenhum deles está entre nós.

Vida que segue, pois "o mundo gira e a Lusitana roda".

8 comentários:

Riva disse...

Passamos pelas amêndoas, muitas mesmo. A única coisa que falei para a MV quando vimos as amêndoas no calçadão foi :

"Isso é a morte para um motociclista !"

Sim, amêndoas e folhas de amendoeiras - é tombo na certa. Evite-as !

Quando será que virá a maldita licitação para reforma do calçadão ? Sim, porque manutenção inexiste. O lance é deixar deteriorar até a necessidade de uma nova !

Quem anda pela cidade de Niterói percebe a total falta de manutenção, de conservação. Não conheço essa Secretaria nem seus membros, mas é impressionante a sua incompetência ...

São centenas de detalhes que percebemos como usuários das vias, não é possível que a equipe da Prefeitura não veja.

Falta de grana não é, Gilberto Gil que o diga ....600 mil pra tocar na praia !!

Semana passada bombou na web os 2 cavalos e seus donos se banhando nas águas de Icaraí, em frente à Reitoria .... cavalos marinhos ....

Uma vergonha !

Jorge Carrano disse...


Não só os motociclistas correm risco, Riva. Também aqueles que correm se exercitando estão sujeitos a tombo. Eu já quase me estabaquei pisando numa amêndoa madura.

Jorge Carrano disse...


Quero de volta a água balneável do passado e o trampolim.

Riva disse...

Meu filho que é maratonista treina no calçadão, disse que ontem quase se estabacou. E além disso, do tombo, pode ter uma baita torção de tornozelo.

Mas as amêndoas não tem culpa !
Nós que procuremos outro caminho !! rsrs

PS: e hoje tem FLU x Aquele Time do Mal

Jorge Carrano disse...


Hoje, sou Fluminense desde criancinha.

Além do que prestigio Ana Maria, minha irmã, tricolor como nossa mãe que hoje aniversaria.

Jorge Carrano disse...


Temos que ser pacientes. Esta fase da urubuzada vai passar. Já vi muito dream team virar pó, entrando para a história ou lendas.

O Vasco quase caiu do Alto, com perdão pelo péssimo trocadilho.

Riva disse...

Maldita Regra do Impedimento

Maldito VAR

Jorge Carrano disse...


Pois é. O VAR é um elemento estranho, como Pilatos no Credo.