21 de dezembro de 2016

De quem é a culpa?

Eu sei. De governos corruptos e incompetentes que, somados (os governos e as duas adjetivações) resultaram no quadro que aqui temos.

Benefícios concedidos (bolsas disso e daquilo), sem fonte de custeio definida e assegurada. Programa social? Não, populismo puro.

As pessoas que, segundo estatísticas oficiais, ascenderam para à classe média, são as que mais estão sofrendo o duro golpe da falta de emprego, de crédito e dignidade.

Quando uma presidente da República reage à notícia de que uma agência de risco diminui o grau de investimento do país, dizendo não ter a menor importância, fica explicitado o quanto estávamos desgovernados.

Onde andam os investimentos estrangeiros no país? Cadê o capital externo fundamental para nosso desenvolvimento? Não me refiro ao capital especulativo que aqui aporta em busca de elevadas remunerações, de taxas de juros exorbitantes.

A política econômica arquitetada para manutenção do poder, para reeleição, represou reajustes necessários, mascarou números, concedeu benefícios e isenções fiscais para favorecer grupos. 

A renúncia fiscal, irresponsável e inconsequente, inclusive para uma entidade rica como a FIFA, deveria ser punida com cadeia. Foi criminosa. A Copa, sob todos os aspectos foi um desastre. Não gerou nem pão e nem circo.

Vejamos as consequências da política econômica, e dos desvios de conduta de autoridades e empreiteiros:

No prédio vizinho ao que moro, chamado "Edifício  Le Premier Residence Service", existem 3 lojas para alugar, fechadas há alguns meses. Das 4 existentes no edifício, apenas uma delas, um salão de cabeleireiro, está ocupada.

No prédio onde tenho escritório, são pelo menos 4 salas vazias, aguardando interessados em locação.

Não sei se já contei aqui, mas tem uma igreja evangélica devendo alugueres, em vias de ser despejada, porque segundo alegação do pastor as contribuições dos fieis reduziram cerca de 40%.

A Via Varejo, que controla as cadeias de lojas “Casas Bahia” e  “Pontofrio”, fechou 41 pontos de vendas este ano.

Estive no Cartório onde sugiro normalmente sejam lavradas escrituras de clientes. Em conversa informal com uma das escreventes, ela comentou que com a crise no setor de construção civil, por conta do envolvimento de empreiteiras em escândalos, o número de escrituras caiu bastante, tendo reduzido enormemente o movimento do Tabelionato de Notas.

Descendo o elevador com um dentista, e desejando-lhe feliz 2017, ouvi em resposta, além da clássica retribuição, que o novo ano precisa ser melhor porque houve grande queda de trabalhos no ano que se encerra. Ou seja, as pessoas não estão podendo tratar de seus dentes.

Os clientes da área de prestação de serviços, com raras exceções,  queixaram-se no curso deste ano da falta de trabalho e queda no faturamento.










Nas ruas da cidade, o que vemos são placas e cartazes anunciando não as tradicionais promoções, mas sim aluguel ou passagem do ponto.

E isto em todo o Brasil.

Rua comercial em São Paulo

Prédio em Pinheiros - São Paulo

Funcionários públicos estaduais estão recebendo seus vencimentos em doses homeopáticas, picadinho. E o 13º salário só Deus (sempre Ele) sabe quando.

Se a inadimplência de taxas condominiais e de alugueres cresce, em tese deveria aumentar o volume de serviços para os advogados. Ledo engano, as pessoas não têm recursos para pagar as custas judiciais que, cá para nós, são mesmo escorchantes.

Os bazares tradicionais de final de ano, para venda de artesanato, estão às moscas. A solução é cada um dos expositores comprar alguma coisa dos outros participantes. E eles pagam aluguel pelo espaço ocupado e têm pequenas despesas com alimentação.

Muitas pequenas empresas estão em sérias dificuldades e já atrasando o pagamento de impostos e encargos sociais, o que é o primeiro passo para o fechamento. Alias que para encerrar atividades, no Brasil, há uma enorme burocracia e despesas.

Em suma, sei de quem é a culpa pelo ano tão ruim que vivemos no terreno da economia e negócios.

Mas tem gente que é cega e surda, ou sofreu lavagem cerebral.

4 comentários:

GUSMÃO disse...

Depois de dois dias, com futebol e bunda de mulher, o blogueiro volta à política.

Prepare-se para ser linchado verbalmente (he he he he he).

Freddy disse...

Desde que mesclada a outros temas, numa diversidade saudável, a gente aceita política.

Riva disse...

O período que estamos vivenciando é uma rara oportunidade para reinventar a operação do seu negócio.

Concordo com tudo que está escrito no post, mas existe um componente impactante na queda do consumo por tudo, que é (era) o preço exorbitante de produtos e serviços. Brasilidades, comandadas por vetores federais, estaduais, municipais e "pessoais".

Eu, pessoalmente, renegociei alguns contratos de serviços lá de casa, e já poderia ter feito isso há algum tempo - mea culpa. E sem perda de qualidade.

Estou extremamente seletivo nas compras e/ou escolhas que faço - e não era tão rígido assim.

Conheço algumas pessoas - poucas por enquanto - que venderam seu carro (um dos meus filhos é um deles). Desistiram de pagar seguro, IPVA, gasolina, garage, óleo, etc. Usam transporte público e Uber ou Táxi. Custa menos, estressa menos, e a qualidade do ir e vir até melhora. Em casos especiais (vg), alugam um carro.

Centenas de pessoas no meu trajeto diário levam sua marmitinha para o seu almoço/lanche. Eu também passei a fazer, pois qualquer refeição no Centro do Rio custa de 20 para cima ! Os restaurantes estão se virando para manter a clientela, com promoções diversas.

Jornais ? Para que ? Lemos tudo na internet.
CDs ? Para que ? Temos tudo na internet.

Livros ? SIMMMMM ... não abro mão deles rsrsrs.

Temos aqui mais de 40 locatários, todos pessoas jurídicas. Esse ano já renegociei mais de 25% dos contratos, nossa receita diminuiu cerca de 13%, mas nossa operação foi otimizada com diversas ações administrativas, sem necessitar demitir ninguém.

TEM QUE se REINVENTAR. SEMPRE
#simplesassim

PS: mas os 3 poderes têm que fazer sua parte, bem feita. Fazem ?







Jorge Carrano disse...

Riva,
Vendi meu carro no início de 2011. E foi uma das melhores decisões de minha vida.