8 de dezembro de 2016

Li bastante, não o suficiente

Não tive uma boa iniciação nas letras, nem lembro qual foi o meu primeiro livro, só estou seguro de que não  foi  nenhuma obra de Monteiro Lobato, o que deve ter sido meu primeiro pecado, a julgar pela importância dada a este autor por  críticos literários, educadores e intelectuais.

Tampouco os livros didáticos fizeram parte  de minhas leituras.

Cinema era a minha diversão.

Revistinhas infantis, se e quando conseguia emprestadas  gostava de ler. Com mais regularidade lia as histórias em quadrinhos publicadas em “O Globo”, que chegava em casa com meu pai, no início da noite.

Eram várias tirinhas e eu lia quase todas, acompanhando as histórias. As que ficaram em minha memória foram: Família Buscapé (Ferdinando e Violeta); Vida apertada  (Pafúncio e Marocas),  o Fantasma (com sua namorada Diana Palmer e o cachorro/lobo Capeto), e  os detetives Nick Holmes, Dick Tracy e o celebrizado (por várias razões) Mandrake, com seu fiel escudeiro Lothar.

Ferdinando Buscapé

Casamento do Fantasma com Diana





Mandrake e Lothar


Cheguei ao curso científico, parte do que hoje é chamado de ensino médio, e ao Liceu Nilo Peçanha. Lá a maioria dos alunos era mais intelectualizada e seus gostos mais sofisticados. No cinema os nomes de Orson Welles e Alfred Hitchcock eram endeusados. E mais os cultuados Luchino Visconti, Jean-Luc Godard, Federico Fellinni e Vincente Minnelli





Na literatura os nomes mais falados eram de escritores russos e franceses. Alias que houve um grupo (principalmente formado por alunas) que criou um “Clube de Francês”, tal era a importância da língua de Molière, Voltaire, Flaubert, Victor Hugo e outros, como os Dumas (pai e filho), naquela época.





Para minha sorte e comodidade, era só atravessar a Praça da República e chegava à Biblioteca Pública Estadual, onde não só era possível ler as obras disponíveis na sala de leitura da própria biblioteca, como tomar emprestado, por 15 adias, o livro de nosso interesse.


Foi desta maneira que conheci, pegando e levando para casa, alguns clássicos da literatura mundial.



Fico por aqui, hoje, ainda no Liceu, citando o inoxidável “O Pequeno Príncipe”, antes de ser “descoberto” e citado pelas  misses e sobre o qual corria a lenda de que eram necessárias, pelo menos, duas leitura para que se pudesse captar o contido nas entrelinhas.



Li o livro e amei. Dei para meus filhos (assim como Fernão Capelo Gaivota), e não faz muito tempo peguei emprestado o exemplar de minha neta porque queria repassar  o contexto de “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Imagens: Google

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