Comunismo chinês, aspectos positivos

Quando no final do ano passado assumiu a secretaria-geral do Partido Comunista  chinês, Xi Jinping alardeou que daria início a um combate sem tréguas à corrupção no país.

Quem apostou contra, como certamente fariam as pessoas que se iludiram com as promessas e ameaças feitas aqui pelo PT, antes de se aboletar no poder, "quebrou  a cara".

E se quebrasse só a cara, deveria dar-se por feliz, porque Gu Kailai, mulher de Bo Xilai foi condenada a morte. Ela não levou a sério a promessa do dirigente empossado.

Para os que não fazem da leitura um hábito, rememoro o que foi fartamente noticiado na imprensa – jornais e revistas – e nos noticiários televisivos, no final de 2012.

Xi Jinping eleito secretário-geral do Partido Comunista, assumiu a presidência da China. Desde de seu discurso inicial colocou como uma das prioridades de seu governo o fim da corrupção que se instalou no poder.

Seis meses depois suas palavras já foram traduzidas em ação e resultados práticos.

Aquele Bo Xilai, supracitado, governava Chongqing, província do país. Envolvido, junto com a mulher, a supramencionada Gu Kailai, e ainda o chefe de polícia Wang Lijun, em crime de morte e corrupção, está em vias de conhecer sua sentença.

A da mulher já saiu. Foi condenada à morte, com sursis (espécie de benefício penal), mas não escapou da prisão perpétua.

O chefe de polícia pegou 15 anos de cadeia, por abuso de poder, corrupção  e manipulação da a lei.

Bo Xilai, que era um político em ascensão,  lascou-se. Não sei qual foi a sentença dele, mas o caso como um todo, que envolveu assassinato, corrupção e manipulação da lei me lembrou o caso Celso Daniel, aqui em São Paulo. Não sei o porquê.

Mais espantosa é a sabedoria, visão de futuro e conhecimento histórico do presidente Jinping.

Segundo li, em português, na imprensa d’aqui (Estadão), um professor de ciências políticas da Universidade de Chicago, fez a seguinte análise dos fatos:

“Para muitos chineses a frustração vem crescendo não só em função da corrupção, mas porque a população vê que a desigualdade, em parte, é resultado da corrupção daqueles com acesso ao poder”.

Outra vez, por associação de ideias, lembro um caso brasileiro, ainda em discussão, envolvendo mensaleiros. Que acham?

A diferença é que o chinês, presidente Jinping, teme que a corrupção alimente um levante contra o governo. Esta análise, sobre o temor do presidente chinês, foi feita  pelo referido professor Dali Yang, da Universidade americana.

Acrescento eu que muito provavelmente Jinping conhece história, e deve ter lido a biografia de Maria Antonieta.

E as medidas anticorrupção continuam na China, além de cortes de despesas supérfluas, como concessão de honrarias e bailes de gala. Jinping deve conhecer a história do “Baile da Ilha Fiscal”, último da monarquia portuguesa no Brasil.

Na China, no momento,  muitos policiais e fiscais já foram condenados e estão cumprindo, MESMO, prisão por seus crimes.

Estes são aspectos altamente positivos do comunismo chinês.

Como aqui estes bons exemplos não são seguidos, é possível que o desfecho da insatisfação popular seja o temido por Jinping: levante popular contra o governo.

Luiz XVI e Maria Antonieta devem ser melhor estudados.

Gostaria de estar aqui para ver.