15 de outubro de 2013

Saudade da esquerda festiva

Não tenho notícias de que tenham se envolvido em assaltos a bancos; que tenham participado de luta armada ou  que desviaram recursos dos cofre públicos, como o PT de Dilma, Lula e seus asseclas fizeram.
 
Eles - membros da esquerda festiva - queriam (e ainda querem) apenas comer e beber bem e teorizar sobre socialismo. São inofensivos, têm boa cultura e produzem boa cultura, muitos são populares, torcedores apaixonados por seu clubes e não têm projeto de poder. Nem de governo.
 
Se tiver  champanhe, uísque 12 anos, queijo brie, camarões GG, bacalhau e outras guloseimas selecionadas, e uma boa, ampla e confortável casa para a reunião, num bairro nobre da cidade eles estão felizes.

 
Ah! Promovem, também, um bingo através do qual o vencedor ganha gravuras do poeta vascaíno Ferreira Gullar. Chique, não?
 
Divertem-se a rodo, lendo poemas (tipo "Os Luzíadas"), contando histórias do partidão, ouvindo música e discutindo futebol. O que prova como o grupo é seleto é que a maioria é vascaína. Assim de memória, Ferreira Gullar, Zelito Viana e Sergio Cabral (pai), são aficionados pelo Gigante da Colina.
 
São habituais nestes encontros, não mais clandestinos, o boa praça Sergio Cabral, não o filho, mas o pai, biógrafo, compositor, produtor musical e jornalista,  e mais Leandro Konder, Zelito Viana, Milton Coelho da Graça, Roberto Freire, Milton Temer, e muitos outros mais da mesma estirpe.

Ou seja, gente bem-sucedida em seus misteres, cultos, inteligentes e que seguramente embora se definam como de esquerda não querem a implantação do comunismo no Brasil porque isso implicaria em ter que abdicar, do uísque escocês, do champanhe francês e da casa própria se vingasse a ala mais a esquerda, dos anarquistas que não admitem a propriedade privada.
 
Iriam sífu de verde e amarelo. Dai que enquanto eles discutem em tese, apenas no terreno da doutrina, sem nenhuma ação concreta, tudo continua na mesma. Em outras palavras, são inofensivos.
 
Perigosos são os analfabetos, dirigentes sindicais tão ambiciosos quanto desonestos, os que têm sede de poder onde pretendem se perpetuar, com a propagação da miséria e da falta de educação e estudo da população, para facilitar seu controle, oferecendo em troca migalhas a titulo de bolsas disto e daquilo, criando a desejada dependência.
 
Viva a esquerda festiva, a qual eu me filiaria se tivesse poder aquisitivo para frequentar seus saraus. E engrossaria a turma dos vascaínos no animado grupo.

6 comentários:

Freddy disse...

Desculpe a confissão, mas a época em que eu comecei a amadurecer, início da adolescência, foi justo no Golpe Militar e seus desdobramentos. Foi-me recomendado não declinar nenhuma preferência política, de preferência jamais falar em política. Segui à risca!
Esse comportamento entranhou em mim e hoje sou um alienado político de carteira - voto por justificativa há anos, ou seja, não voto. Isso explica minha dificuldade em conhecer nomes (ministros, senadores, deputados, vereadores etc), fatos, seguir movimentos, essas coisas todas que têm pululado na mídia e no blog.
Se vez por outra faço comentário, pode observar que é tosco e muitas vezes denota desinformação.
Assim sendo, mais uma vez passará em branco o tema.
Abraço
Freddy

Jorge Carrano disse...

Cada qual tem sua maneira de exercer cidadania, caro Freddy.

Riva disse...

Está cada vez mais complicado, a casa dia ....

Recebo O GLOBO aos sábados e domingos, porque a minha esposa gosta dessas edições. Nem chego perto mais ... até o Caderno Prosa & Verso está horrível ... parece que é feito por quem odeia livros ... lamentável o conteúdo, desinteressante.

Red Label e Led Zeppelin .... uma boa !

Jorge Carrano disse...

Sugiro "O Estado de São Paulo", o conhecido Estadão. Apenas o caderno esportivo é fraco, pois afinal da ênfase aos clubes paulistas (rs).

Freddy disse...

Só assino O Globo porque suas folhas são usadas no banheiro do Loopy (nosso poodle) e permite consultas nos sites do Globo on line.
Costumo dizer que abro o site diariamente só para saber se o mundo acabou, não me interesso por quase nada. Vez por outra repasso algo que me chamou a atenção e observo que nada do que eu curto interessa aos meus contatos.
Devo ser um ET...
Abraços
Freddy

Jorge Carrano disse...

Já escrevi, recentemente, sobre minha decepção que se transformou em rejeição a este citado jornal, desde que em edital e matéria de página inteira se declarou arrependido de ter dado apoio aos militares que nos salvaram de uma ditadura sindicalista.
Isto porque, e só pode ser isto,no momento têm interesses inconfessáveis dependentes do governo. Foi para a cama com o PT de Dilma de forma vergonhosa.
Restou-me o Estadão, que aqui no Rio/Niterói, é vendido sem os inúmeros cadernos de classificados que lhe renderam o carinhoso apelido aumentativo. Uma pena, Freddy, pois você teria papel para forrar o banheiro do Loopy durante muito tempo.
Mas o conteúdo é muito bom: sério, competente e independente.