Nem sei se o famigerado “fator previdenciário” é obra de Lula
e de sua quadrilha com rótulo de partido político.
Se não é, segundo o discurso que ele fazia antes de se
eleger, que lutaria pelos mais humildes, pelos desfavorecidos, deveria ter
acabado com este corrosivo fator que aviltou as aposentadorias no país.
O que dizer da política de reajustes destas aposentadorias já
conhecidas como “faz-me rir”?
O reajuste concedido aos aposentados tem achatado cada vez
mais os benefícios, de sorte que não demora, estaremos todos recebendo o
salário-mínimo. Refiro-me aos que durante anos contribuíram pelo teto máximo de vinte
salários-mínimos e que, em consequência, deveriam ter valores de benefício
compatíveis com a contribuição.
Estou falando disto hoje porque recebi, do confrade Paulo
Bouhid, elaboradas por ele, as tabelas abaixo, que dão uma ideia das nossas perdas. Imagens, no caso as tabelas, valem por mil palavras, não é o que dizem? deixam as claras, escancaradas, as maldades a que
estão nos submetendo.
E não é só o executivo não. Onde estão os deputados e senadores
que durante suas campanhas fizeram juras de amor aos velhinhos, aposentados, prometendo brigar por reajustes
mais compatíveis com a variação dos índices de custo de vida.
Acho que vai chegar a hora em que terei que pagar ao governo
para desfrutar do privilégio de ser aposentado.
Os números falam por si:
Os números falam por si:
Nota do editor: agradeço ao Paulo Bouhid a autorização para que fossem publicadas neste espaço virtual as tabelas muito bem feitas e que não deixam margem para dúvidas. Os números, como as cartas, não mentem jamais.
13 comentários:
Tenho consciência de que o problema da previdência é complicado. Estamos mais longevos, aposentando ainda hígidos e deixando de contribuir para a previdência.
Na outra ponta, por uma série de fatores econômicos, custo de mão-de-obra, avanços tecnológicos,altos encargos, o mercado não consegue empregar todo mundo em idade laborativa. Então os contribuintes estão, proporcionalmente, minguando.
Não demora chegará a um por um. Um trabalhando e pagando previdência e um aposentado vivendo do que o que trabalha recolhe aos cofres do INSS.
Mas devem existir soluções. Precisamos de congresso composto de pessoas inteligentes e honestas em seus propósitos, e executivo competente.
E acabar com distorções, como por exemplo, um deputado cumprir um mandato e poder viver o resto da vida aposentado com os mesmos vencimentos.
Um Juiz que comete um desvio de conduta, é "penalizado" com a aposentadoria com remuneração integral.
E passagens de avião para mulhres de parlamentares. E auxílio habitação para magistrados.
E a corrupção gente?
Nós, aposentados, não somos os responsáveis pelo deficit, trabalhamos e demos nossa cota de contribuição, seja pagando (e muito) previdência social, seja produzindo bens e serviços.
Jorge, apenas como esclarecimento: o "fator previdenciário" foi criado no governo FHC.
Abs.
Pois é, Paulo, ainda bem que comecei com a ressalva, "nem sei se o famigerado..."
Isso é coisa de economista que é uma praga em todos os governos. As soluções são sempre as mesmas e simplistas: aumentar imposto, congelar preços, tabelar, manipular índices, cortar benefícios.
Onde estão as soluções para aquecer a economia, gerar empregos, aumentar a riqueza, incentivar os investimentos na economia real e não em especulações financeiras.
Assim como os meteorologistas, economistas explicam fenômenos, não os previnem.
A expressão que uso amiúde em comentários sobre o assunto na minha página do Facebook é "GENOCÍDIO ARQUITETADO NOS CORREDORES DO PLANALTO". FHC estruturou, mas já havia furos no sistema, mesmo antes.
TETO DE BENEFÍCIOS
O que realmente nos ferra é o TETO sobre o qual todas as demais contas são feitas! Se eu tivesse começado com 10 SM como seria o honesto, mesmo com fator eu estaria ganhando o dobro hoje!
FATOR PREVIDENCIÁRIO
O fator previdenciário é moderadamente injusto, pois apenas adequa o valor inicial à sua idade ao se aposentar, não considerando se já cumpriu ou não os 35 anos estipulados pelo processo.
REAJUSTE ANUAL
O achatamento gradual é o que eu chamo de GENOCÍDIO. Uma ação segura e duradoura para matar-nos a todos com a rapidez esperada para que não usufruamos da aposentadoria por muito tempo, mesmo tendo contribuído.
Eu uso o termo GENOCÍDIO porque a mesma mão que segura seu reajuste é a que autoriza o aumento de tarifas públicas, medicamentos e planos de saúde, além de dar ganho real ao SM.
Prezados.
O que ferra com a previdência social no Brasil são as aposentadorias que são pagas ao funcionalismo público, que estão misturadas na mesma sacola. Não tenho mais a certeza dos números, mas parece que 20% das aposentadorias dos funcionários públicos equivalem a 80% do que é pago aos aposentados da iniciativa privada. O deficit da previdência é algo em torno de R$ 60 bi anuais e só tende a aumentar, com a política populista ptralha de conceder aumentos bem acima da inflação aos que recebem 1 salário mínimo. Mas, nem tudo está perdido: não se assustem se em breve mudarem os critérios para a concessão das aposentadoria, tipo 45 anos de contribuição e 70 anos de idade.
Pois é, Adilson, mas é inquestionável que os servirdores têm direito adquirido a aposentadoria integral.
Esta regra deveria ser revista a partir dos novos admitidos (em concurso) no serviço público.
Eles já gozam de outros benefícios, tais como estabilidade no emprego (para ser demitido tem que fazer muita bobagem), quinquênios e licenças prêmio.
E tem muita gente recebendo pensão, por morte do servidor, de maneira imoral. Exemplo? Filha "solteira".
Meus pais trabalharam nos institutos de aposentadoria e pensão de diversas classes, desde os primórdios. Ambos no IAPI. Minha mãe foi aposentada precocemente por motivo de cegueira em serviço. Meu pai chegou ao final da carreira e se aposentou normalmente por tempo. Diga-se passagem que sempre se orgulharam de seus desempenhos nos cargos de confiança a que chegaram, por méritos.
Sem entrar em muitos detalhes, os benefícios dados aos funcionários, à época e que estão em vigência até hoje, são porque pouca gente queria trabalhar no serviço público, então houve essa espécie de chamariz.
Àquela época, os cálculos indicavam que o montante a ser usado como base para aposentadoria dali a 30/35 anos daria e sobraria pra todo mundo, se bem administrado.
É vero que parte dos gastos era com assistência médica pública, mas para e pensa: cada um dos trabalhadores juntou seu próprio "bolo", do qual usufruiria ao final de acordo com suas contribuições pessoais. Esse bolo seria repartido com uns poucos funcionários públicos também aposentados - e que não contribuíram.
O tal "bolo", quando se tornou enorme e "parado', entrou no orlamento geral e foi usado em outros programas governamentais de crescimento e ajuste durante as décadas de 60, 70, 80... Foi-se ralo abaixo...
E hoje querem que, a partir do nada, do zero, exista arrecadação específica do INSS suficiente para pagar todo mundo. Óbvio que não tem! Teria se nunca tivesse sido usada para outros fins durante o período de engorda que se iniciou nos anos 40 e 50.
Sobre a defasagem entre as atuais aposentadorias dos funcionários públicos e a dos demais mortais, é um fato.
No entanto, essa defasagem só joga em nossa cara a diferença entre o que eles ganham (sem pedágios nem limites que não o teto da presidência) e o que a massa assalariada tem direito, achatado por diversos planos econômicos, sujeita a teto previdenciário e políticas de reajuste imorais.
Não são eles que ganham muito, e sim nós é que ganhamos pouco!Somos literalmente ROUBADOS.
Hoje Inês é morta e estamos todos lascados.
Para se informarem regularmente como caminham os projetos engavetados sobre esse assunto, acessem o site:
http://aposentadosolteoverbo.org/
Abs.
Minha posição já foi colocada. É preciso rever toda a legislação que disciplina aposentadorias e também pensões.
Claro que respeitando direitos adquiridos. As regras só valeriam para novos trabalhadores sejam os do regime CLT (atividade privada), sejam os do regime estatutário (servidores públicos).
Precisamos de cérebros. Criativos e cultos, mestres em cálculos atuariais, estatísticos.
Elaborar um plano projetado para o futuro, levando em conta expectativa de vida, evoluções tecnológicas, robotização e outros fatores que influem no mercado de trabalho.
Paralelamente, rever a titulo emergencial, a situação dos atuais aposentados que passam dificuldades.
Ah! Esqueci que estamos no Brasil. Sorry!
Sou funcionária pública aposentada e trabalhei no INSS quando ainda se chamava INPS.
Quando ingressei, atuei em projeto de "Interpretação da Previdência, promovendo cursos e palestras para empresas e segurados. Faço este preâmbulo para dizer que naquela época o suporte financeiro da previdência era baseado na tríplice contribuição, a saber : governo, empresas e empregados.
Cabia ao Governo Federal o pagamento de salários e aposentadorias dos funcionários.
Não sei em que momento, provavelmente com a Lei Orgânica, o encargo com pessoal foi imputado ao já claudicante INSS.
Mas o problema do rombo não está apenas na aposentadoria dos funcionários.
Está nas fraudes (quem não conhece pelo menos uma pessoa que "conseguiu" uma aposentadoria através de um amigo?); está na concessão de benefícios que contemplam pessoas que nunca contribuíram (Inss é seguro para quem pagou - auxílios assistenciais devem ser pagos com verbas separadas)e em uma série de vícios na administração.
Entre outras causas.
Parabéns e obrigado, Ana Maria, não só pelos esclarecimentos complementares, como pela pertinente observação no respeitante aos outros benefícios sociais que não a aposentadoria.
Com efeitos os institutos, quando criados (IAPI, IAPC, IAPB IAPTEC, etc) eram voltados para aposentadorias e pensões. E eram superavitários. O dos bancários construiu prédios para venda financiada aos associados.
Quando enfiaram os outros benefícios como auxílio doença, auxílio reclusão, auxílio natalidade, e outros que tais eles sangraram. A partir da unificação colocando todos na vala comum, a coisa degringolou de vez.
As fraudes, sabemos todos, são responsáveis por milhões de pagamentos indevidos.
Quem não se lembra da juiza Jorgina de Freitas? Este foi um caso rumoroso. Mas e os outros milhares esquemas fraudulentos que não são identificados e estancados.
Informo aos que estão pensando que os elogios a Ana Maria são explicitação de nepotismo, informo que é mesmo (rsrsrs).
Meu falecido pai já nos contava acerca das fraudes mais comuns dos hospitais conveniados, que era cobrar rolo de esparadrapo, vidro de mercúrio cromo (usado na época), rolo de gaze, pacote de algodão para cada atendimento. Isso para dizer o mínimo, pois não falei dos materiais das operações.
Depois vieram os atendimentos fantasma, os aposentados fantasma, e outros fantasmas mais. Corrupção, para resumir. Não há arrecadação que garanta um cenário desses...
Postar um comentário