O post de
hoje é um capítulo do que será publicado nos próximos dias, quando farei uma volta
às origens. As origens do blog e as minhas próprias. Tudo em função do “passar
pela vida e não viver”.
Fiz parte de
algumas tribos. Nenhuma delas canibal. Não comíamos ninguém, pelo menos pela
boca.
Infância/juventude
A primeira de minhas tribos era muito pequena, era composta de meninos que moravam na mesma vila, que tinha início no número 21, da Rua São
Diogo. Éramos muito poucos da mesma faixa de idade. Se bem me lembro:
Décio e Danilson Lopes Barreto (irmãos), Sidney e Paulinho (este era vizinho de
muro, que separava os fundos de nossas casas).
Nas redondezas moravam muitos outros rapazes, mas já eram um pouco mais velhos.
Na mesma
época frequentava, claro, a tribo escolar, composta por: Krausen Brasileiro Vieira, Doraly José do Canto, Upiracy Ferreira, Ney
Teixeira Gonçalves, um dos Mônaco (da livraria/sebo), um dos Villalba, e
outros cujo nome me escapa.
1960: Krausen, Senna, Ney, Irapuan, Carlinhos, Doraly vários outros de outras tribos. NO centro, debutando, Ana Maria |
Adolescência/puberdade
Esta tribo
era caçadora, ou pelo menos pretendíamos ser. Havia o Roberto Marconi Durão,
cujo pai tinha um Packard 1941, enorme, que vez ou outra emprestava para nossa
paquera na praia de Icaraí.
Sem o carro do pai do Durão nossa tarefa seria
inglória, porque tinha muito rapaz de lambreta ou motoneta. Estavam nesta
tribo, alternadamente, o José Carlos Senna e o Eurico César Rodrigues da Costa.
Liceu e FESN
(Federação dos Estudantes Secundários de Niterói)
Esta tribo
foi muito grande e muito atuante em várias modalidades.
Na FESN
convivi com Hermes Santos, Emetério Rodrigues Leitão, Silvio Romero Lessa, uma
subtribo de Pádua (Pedro Theófilo de Mello Simão, Sergio Mauro Vargas Belém e Emmanuel Sader), Vantelfo de Souza Garcia, Jorge e Carlos Rigó (irmãos), João Jorge
Elias Bazhuni, Mário Castelar da Silva, João Luiz Faria Neto, Jorge Rodino e
outros.
Esta foto é de um reencontro de parte da turma, em 1998, no Clube Líbano Fluminense (sede campestre) |
No Liceu, com Carlos Augusto Lopes Filho, Irapuan Paula de Assunção, Fernando Autran, e muitos outros menos próximos.
Liceu em foto mais recente (foi padrão de ensino no antigo Estado do Rio) |
Social
solteiro
Este grupo social teve curta duração.
Frequentávamos o Canto do Rio, íamos ao Maracanãzinho para assistir concurso
Miss Brasil, íamos a praia, bailinhos nas casas dos membros do grupo, enfim estas coisas comuns
na época. Lembro do Waldyr, do Mário, da Nonata, da Rosinha, da Kátia e do Ney
que era o amigos comum de todos e, portanto, elo da ligação.
Social casado
Esta tribo
frequentava boates no Rio de Janeiro. As que cabiam em nosso orçamento. E assim
mesmo somente uma vez ou outra. Shows de Chico Anysio, ou nos reuníamos na casa de um ou outro para jogar
biriba e cozinhar para o grupo (peixada, cosido). Faziam parte os casais Marly e
Helio Cury, Hermínia e Senna, Emerita e Mario Castelar. Nancy e Alfredo Schnetzler,
Iara e Álvaro Cardoso de Oliveira, Antonio Carlos Bonnar Dias e esposa (?).
Tinha bailinho na casa do Cury, organizado pela Marly.
Jornalismo/radialismo
Numa certa
fase estive envolvido, amadoristicamente, com produção e apresentação de programa
de rádio (Federal de Niterói, ZYP 40) e mantinha coluna em jornal. Nesta tribo,
que se reuniu em torno do Alódio Moledo Santos, tinha a Esther Lucio
Bittencourt, o Eugenio Lamy e Oswaldo Czertok.
Tentarei
convencer o Alódio, a que escreva sobre esta fase, e sobre o grande feito que conquistamos, de trazer a Niterói, sem cachê (apenas um almoço no Lido), o astro
Neil Sedaka, popularíssimo na época, recordista de venda de discos.
Teve a
tribo fabril na Fiat Lux
Trabalhei, como será detalhado oportunamente, em planta fabril. Não éramos operários, mas
pegávamos as 7 da matina e marcávamos cartão de ponto. Além de trabalhar na mesma função, tínhamos
nossos momentos de recreação. Jogávamos basquete, futebol de salão, sinuca,
etc.
Eram
integrantes: Péricles Rocha Sodré (depois pintor respeitado), Fernando Palma, Antonio Carlos Bonnar Dias,
Alvaro Cardoso de Oliveira e Alfredo Schnetzler, atual presidente do Country
Club de Niterói, mas que na época presidia era o grêmio recreativo dos
empregados da Fiat Lux, além de ser
técnico de basquete das meninas.
Percebam que
estas tribos não eram estanques e muito menos inimigas. Apenas tinham
objetivos, motivações, ocupações e interesses
distintos, mas com pontos de contato.
Assim é que
o Alódio Moledo Santos, por exemplo, foi meu colega de farda (prestamos serviço
militar na 2ª CR), onde conhecemos o Oswaldo Czertok, que era cabo naquela
Circunscrição de Recrutamento (e reencontrei anos depois como dentista), mas
através dele reunimos o Lamy, e a Esther Bittencourt, no programa de rádio.
O Bonnar, o
Álvaro e o Alfredo, trabalhávamos juntos,
mas viramos amigos e nossas mulheres também. Tivemos relacionamento social.
O caso mais
significativo de amigos que compartilhei
em tribos as mais distintas, mas com ponto de contato entre si, foram o João
Jorge Bazhuni e o Mário Castelar da Silva, que foram meus amigos fraternos até
que vieram a falecer, nos últimos dois anos. Ambos mais jovens do que eu.
Outro que encontrei na FESN
e virou amigo até hoje é o Hermes Santos (Florihermes de Souza Santos),
advogado, professor, poeta e procurador aposentado.
Mas seu eu
esgotar aqui como, onde e porque conheci todas as pessoas citadas e suas
relações, estarei dando um salto na narrativa que estou preparando sobre minha
vida e que publicarei breve.
Vejam só,
por exemplo. O Hermes que conheci na FESN, foi quem me conseguiu o primeiro
emprego, foi meu parceiro de biriba muitos anos, fizemos juntos o vestibular de
ingresso na Faculdade de Direito.
Ele foi editor de jornal tabloide, de circulação dirigida, e me convidou para escrever uma coluna sobre variedades, em uma página em cada edição.
O Alvaro, o
Bonnar e o mesmo Hermes, acabaram por cursar juntos a Faculdade de Pedagogia,
tendo se conhecido na Fiat Luz, onde o Hermes então aplicava testes psicotécnicos de admissão.
E assim as
minhas tribos na verdade são, ou foram, elos de um a mesma corrente, numa
Niterói que não mais existe.
Estes personagens voltarão em relatos futuros.
11 comentários:
De todos os citados só conheci o Chico Anysio. E Juca Chaves, Jô Soares, Agildo Ribeiro, Costinha e outros que já faziam desde aquela época o que agora é moda: stand up comedy.
Este tipo de piada passa pela censura.
Mas está longe de ser comparada as produzidas pelos humoristas citados.
É claro quo o Chico não é personagem do post.
Protagonistas são os amigos, vivos e mortos, mencionados.
Não entendi o "passar pela vida e não viver" ....
Sua coleção de posts poderia muito bem roubar um título de um livro maravilhoso do Gabriel Garia Marquez que se entitula VIVER PARA CONTAR. É uma autobiografia dele.
Conte então o que viveu !
No meu caso teria que ser censurada (rsrs).
Abrs
É porque irei me socorrer em Francisco Otaviano, já que quando me vali de Vinicius de Moraes você questionou (rsrsrs).
kkkkkkkkkkk
Esse livro do GGMarquez é notável ! Vc precisa ler.
PS : intervalo de um jogão de futebol Barça e Real Madrid ... 1x1
Ricardo Drubscky é o novo treinador do Fluminense ?
O nome correto do amigo é Irapuam Paula de Assumpção.
Abraço Irapuam.
Hoje não sei porque lembrei do Krausen.... Morava no Fonseca em Niteroi e fomos namorados.....ele fazia a faculdade de medicina.....queria fazer psiquiatra..... Mais pelo que vi mudou para cirurgia plástica.....era muito inteligente e super educado....
Meu nome é Celia......
Célia, boa noite!
Obrigado por visitar este espaço virtual.
Estou surpreso com seu comentário, pois juraria que o Krausen Brasileiro Vieira espacializou- se em psiquiatria.
Faz muitos anos que não o encontro. Tenho contato com muitos outros colegas da mesma época de bancos escolares.
Apareça quando quiser.
O krausen que encontrei é cirurgião plástico em São Paulo.... Talvez não seja o mesmo....
O Krausen a que me refiro está na foto encontrável no post abaixo. Selecione e cole o endereço na barra do navegador:
http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2012/05/uma-foto-muitas-historias.html
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