10 de setembro de 2014

Impressões de viajante: Maragogi 1




Por
Carlos Frederico March
(Freddy)










Normalmente gosto de frio e de serra, mas de vez em quando me dá saudade do mar. Ouvir as ondas à noite, no quarto, é relaxante. Sentar na orla e vê-las às vezes preguiçosas, quando a  maré está baixando, ou animadas e sequenciais, quando ela está subindo, faz-me um bem danado.

Observem que eu não sou adepto de esportes náuticos nem gosto de ficar tomando banho de mar, nem mesmo sentado ao sol tomando cerveja ou caipivodka ou whisky, comendo petiscos. Eu gosto é de VER o mar, que em algumas praias nordestinas é absurdamente verde. Ficar ali, nem precisa ser na areia, pode ser numa varanda ou sacada, ou mesmo olhando do alto de uma falésia. Basta que ele esteja ali, à minha frente. De preferência com barquinhos ou lanchas pra lá e pra cá, mas serve também apenas admirar-lhe a imensidão.

Desta vez escolhemos o Salinas do Maragogi, em Alagoas. Para chegar, há necessidade de voar até Maceió ou Recife (mais perto e estrada melhor) e fazer um traslado, por conta própria ou usando serviço receptivo (foi nossa opção, 120km em 2 horas).

O Salinas do Maragogi consta no Trip Advisor como o melhor resort  “all inclusive” do país, e pudemos comprovar que é verdade. Há sempre algum restaurante ou bar ou quiosque aberto para servi-lo as 24 horas do dia. Pra ser sincero, só sentimos fome ao chegar. Depois do primeiro almoço, logo depois do check-in, só fomos ter fome de novo dentro do avião de retorno!

Ficamos hospedados no Bloco Praia, que vale a pena para quem, como eu, queria ficar às vezes só vendo o mar, nem que fosse ao longe. No andar de cima, onde ficamos, a vista é melhor. Os apartamento são honestos, nada de luxo mas interessantes. O hotel, como é de se esperar de um resort de primeira linha, tem quase tudo que você precisa para se divertir num local de praia. O que não tem no hotel é oferecido na areia por ambulantes (como buggies, minibuggies e asa delta motorizada).

A atração maior, como não podia deixar de ser, era o espetáculo das marés. Quando alta, chegava bem perto das cadeiras e barracas do hotel, mas quando baixava, era uma imensidão de piscinas naturais e bancos de areia, limitados pelos arrecifes que são a marca registrada de toda aquela região. Podia-se andar centenas de metros mar a dentro com água pelos joelhos. Era só cuidar da hora em que voltaria a encher, para não ter de voltar nadando...

A quantidade de algas que é jogada na orla, principalmente na maré baixa, incomoda. Dá uma impressão de sujeira, mas é típico dos ecossistemas locais. Dizem que as praias mais afastadas da foz dos rios são mais limpas. Se forem, essas praias são uma vantagem em relação ao Salinas, mas há ser muito bom para superar o excepcional serviço 24 horas incluído.

Obviamente o Google tem milhares de fotos de Maragogi, mas não resistirei à vontade de mostrar algumas das minhas. Como informação, apesar de possuir equipamento profissional Canon em casa, hoje em dia saio para passear com máquinas pequenas e uso bastante meu smartphone para imagens que eu mando para meus amigos e parentes via WhatsApp.  


Contraluz matinal na orla

Fora de temporada o conforto é maior

Salinas do Maragogi, Bloco Praia

Sensação de paz e sossego na maré baixa



Caiaque no rio que corta o resort


Vista da varanda do apartamento



 Créditos: fotos do acervo pessoal do autor

16 comentários:

Jorge Carrano disse...

Caro Freddy,
Sem pretender tirar o brilho de Maragogi, acho que se o seu prazer é VER o mar, não precisa ir tão longe.
Niterói tem belas praias. É uma cidade litorânea. Mar é o que não falta.
Se você passar um final de semana no Mercure Niteroi Orizzonte Hotel, em Gragoatá, verá tanto mar (e belas imagens do Rio de Janeiro ao fundo),
que sentirá enjôo (rs).
Tanto do apartamento quanto, principalmente, do mirante/varandão/terraço.
Eu, por exemplo, gosto de mar para me refrescar com mergulhos eventuais, ficar na sombra da barraca apreciando o desfile das belas mulheres com seus corpos dourados, e bebendo cerveja (whisky, jamais). Se for para tomar uma caipirinha, que seja a legítima, com Velho Barreiro, Pitu ou 51.
Camboinhas oferece tudo isso. Ou Itacoatiara.

Mas as imagens de Maragogi revelam um lugar bonito, atraente. Belo layout.

Anônimo disse...

Ué, Jorge. Essa alegação que possuímos lugares mais belos a nossa volta é minha. Você é o viajante entusiasmado que gosta de conhecer novos lugares e além disso, ama o mar e o calor.
Perdi metade do comentário que faria. Homessa!

Freddy disse...

De certa maneira, concordo com seu argumento. É a razão pela qual nunca quis ir ao Caribe, à costa da Florida ou a Bali, só para citar alguns desses locais repetitivos: uma faixa de areia com a arrebentação à frente e às vezes alguns coqueiros atrás. No Brasil, de Torres (RS) a Fortaleza (CE) eu conheço bastante coisa e ainda não vi nenhuma que não fosse desse jeito. Pra que gastar dinheiro à toa, não?

Pois bem, eu também gosto de passear pelas praias de Niterói, que eu reputo uma das mais belas cidades do mundo, sem exagero algum. Eu quase comprei um apartamento nas Charitas, quando do processo de troca de residência recente, só por causa da vista mar.

No entanto, há alguns argumentos a mais para que eu goste de vez em quando de andar por aí para ver uma praia nova. Um deles é o tédio. Filé mignon todo dia, até ele, enjoa. Decerto somos pessoas diferenciadas, dado que somos casados há muitas décadas com a mesma esposa, mas a variedade dá cor à vida. Um coqueiro aqui, uma falésia ali, um banco de recifes à frente, uma curvatura da orla mais acentuada, ou uma reta de quilômetros (como Torres), um belo resort atrás, sempre há algo de diferente.

O segundo motivo talvez seja pra mim o principal: eu sou apaixonado por fotografia. Não dá para sair pela orla de Niterói, ou Rio ou qualquer praia citadina, tranquilamente com o tipo de câmera que eu posso usar em Maragogi, ou Costa do Sauípe, para dar dois exemplos. Só com seguranças ao lado. E isso não é o que eu chamo de um passeio prazeroso...

<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

AVISO
Este Anônimo é facilmente identificável. Trata-se de Ana Maria, irmã do blogueiro.
Não sei porque não se identificou como o faz regularmente.
Agora explico. O Freddy, autor do post, é analisado, se garante, cabeça feita, bem estruturado, portanto bom para a gente provocar, espicaçar (rsrsrs).
Indefesos, frágeis, inseguros, eu não provoco.

Freddy disse...

Essa do whisky é ótima! Eu, uma vez, pedi um Johnny Walker Black Label num resort em Aquiraz, arredores de Fortaleza. A atendente me olhou como se eu houvesse pedido ovas de esturjão. Eu insisti e nada. Apontei a prateleira (sim, eu pedi poque sabia que tinha), e quase que tive de ir dentro do balcão para me servir. A coitada nunca havia servido um Black Label na orla cearense, decerto!
rs rs
<:o) Freddy

Ana Maria disse...

Bem, já que fui boicotada pelo administrador que se adiantou ao meu comentário, vou me ater ao texto, como sempre claro e articulado, do Freddy.
Não conheço suas produções na categoria erótica (não sou apreciadora do gênero), mas no quesito viagens o Freddy nos transporta aos lugares citados. Se não fosse minha dificuldade de locomoção, iria incluir Maragogi no meu roteiro de viagens.

Ana Maria disse...

Dificuldades técnicas fizeram com que o primeiro comentário tenha ido como anônimo e o segundo tenha demorado a ser enviado.

Jorge Carrano disse...

Freddy,
Não confie na sinceridade da Ana Maria. No post anterior, em comentário, ela prometeu elogiar os posts de autores que não sejam da família. Isso é demagogia. É populismo explícito. Ela quer agradar a todos.

Freddy disse...

Deixando os rapapés de lado, eu aprecio opiniões sinceras. Aquelas mais ácidas provocam réplicas, que dão vida a essa excelente (sem bajulação) mesa de debates virtual.

Claro que o autor sempre trata seu post com carinho e gosta que ele seja elogiado, mas as críticas nos fazem crescer e mais tarde produzir textos melhores, quando não repensar o modo de agir, de ver o mundo...

Voltando ao primeiro comentário, deixando de lado a exaltação a nossa amada cidade nele embutida, se formos por demais pragmáticos na maneira de julgar nossas ações e/ou desejos a gente perde um bocado dos pequenos prazeres. Vou levantar uma questão direcionada ao Carrano: porque tomar um Borgonha numa taça Spiegelau ou Riedel e não num copinho Nadir Figuqieredo, se o líquido é o mesmo?

<:o) Freddy

Riva disse...

Já que a moda é espetar, lá vou eu !

Prefiro 1000 vezes investir numa viagem à costa da Florida ou da California !

Que cor de mar ....
Que infraestrutura .....
Que coisa linda .....
Frutos do mar sarados, maravilhosos, deliciosos .....
E tem gente em volta, educada .....
E ninguém estranha se eu pedir meu whisky ....
Isso sem comentar que estou ..... na AMERICA !!!!!

Partiu !

Ana Maria disse...

Freddy,o comentário do Jorge foi motivado pelo ciúme. Não costuma bajular ninguém. Pelo contrário, às vezes me acusam de ser demasiadamente crítica.

Freddy disse...

Riva começa a deixar entranhar a megalomania dos EUA, se achando os donos do planeta e até do nome do continente. Como assim "estou na AMERICA"? Por acaso Maragogi também não é na América? O Brasil inteiro? Argentina, Chile, México, Guatemala?
<:o)

Riva disse...

Freddy, o nome do país é AMERICA ... não é Estados Unidos.

FLUMINENSE Football Club : o nome do clube é FLUMINENSE ... não é Football Club.

BRASIL não é República Federativa ... é BRASIL.

Se você não sabe, o nome do país é AMERICA !

Aliás, um lindo país, com muita qualidade de vida, uma mega infraestrutura eficiente, uma costa com acidentes geográficos lindos, um país que preserva o seu passado e a sua cultura miscigenada, um país com um povo educado e amigo, um país com enorme expertise em entretenimento (inigualável), um país onde tem de TUDO para se comprar (o que vc mais gosta de fazer), enfim, é o PARAÍSO !

Já visitei a AMERICA quase 30 vezes, e se puder, ainda irei mais outras 30 ! rs.

Jorge Carrano disse...

Espero que o Obama te nomeie consul honorário dos USA em Niterói (rsrsrs).

Se possível, conferindo poderes para conceder visto de entrada no país (rsrsrs).

Freddy disse...

Aceito o argumento de Riva, mas apenas pela metade. Ou seja, dou-lhe o direito de chamar os EUA de América simplesmente, mas ele terá de reconhecer que os EUA se autodenominam Estados Unidos (apenas) em várias instâncias. Citarei:

- Marinha: US Navy
- Força Aérea: US Air Force
- Jornalismo: US Today
- Dinheiro: somos aconselhados a pagar compras em USD (US Dollars)

Fico apenas nessas.
<:o) Freddy

Freddy disse...

Riva sofreu um trauma positivo por ter visitado os EUA no final da adolescência, portanto ainda sedimentando conceitos e formando opiniões. Colega nosso que fez o mesmo programa com a mesma idade e sofreu trauma similar. Até conta corrente nos EUA ele tem, para facilitar suas inúmeras visitas.

Eu sofri o trauma do 1º Mundo um pouco mais tarde, com 26 anos, quando morei em Munique. Voltei arrasado e nunca mais me recuperei, todos podem constatar minha alta polarização europeia até em heavy metal. Provavelmente é consequência dessa experiência no Velho Mundo.

Bom seria se Riva se tornasse guia turístico e ciceroneasse grupos pelos EUA, aproveitando sua larga experiência. Ele se divertiria, ganharia dinheiro e ainda beneficiaria os visitantes com suas dicas imperdíveis.

<:o) Freddy