13 de setembro de 2014

CHEIROS & SABORES LÁ DE CASA



Por
RIVA







Como já escrevi em posts anteriores, fui criado por minha avó portuguesa, que também fazia as nossas refeições. Eram os tradicionais pratos do dia a dia de qualquer família classe média em Niterói : feijão com arroz, bifes fininhos, batatas fritas, purê, cozido aos domingos, macarrão de forno, chuchu ao molho branco, filé de peixe a milanesa, saladas simples de alface, tomate e agrião, legumes diversos, sopa de batatas/caldo verde, de tomate, de legumes, ovos fritos, almôndegas, presuntada a milanesa, salsichas, tudo muito saboroso, sempre.

Se eu for realmente escrever tudo aqui, vai dar umas 3 páginas! O importante nesse prefácio é “marcar” a importância da cozinha portuguesa na minha infância e juventude.

Quando conheci minha esposa, com 18 anos, passei a frequentar a casa dela diariamente, até nos casarmos.

Cozinha? ... portuguesa, pois seu pai era português. E como cozinhava bem, a minha querida sogra ! Foi uma espécie de extensão da minha própria casa, mas com alguns novos detalhes, inexistentes até então para mim : acepipes. 

Meu sogro sempre “iniciava os trabalhos” com acepipes diversos (presunto português, azeitonas, queijos, salaminho, sardinhas grelhadas, etc), e um Casal Garcia fresco. Também foi com ela que aprendi a gostar de cebola, que me recusava a comer em casa.

Na minha família raramente íamos a um restaurante. Muito eventualmente o La Fiorentina, no Leme. Mas a família do meu sogro ia com frequência a restaurantes portugueses e italianos. Então, devido a esse histórico, não existia na minha vida esse lance da gastronomia, de preferências por alguma culinária. E com certeza também não existia, naquela época, na vida de nenhum dos meus amigos. Nem conversávamos sobre nossas refeições, em momento algum.

Minha esposa foi uma excelente aluna da sua mãe, e realmente, mas realmente, cozinha uma barbaridade. Até o cachorro do vizinho fica desesperado com o cheiro que sai da nossa cozinha, segundo relato do jovem casal! rsrs.

E nós, como todo casal, mais tarde, começamos a frequentar restaurantes diversos, experimentar novos horizontes dessa área, principalmente a cozinha asiática, pela qual nos apaixonamos. Quando viajamos por aqui ou pelo exterior, nos aventuramos nas novidades gastronômicas, arriscamos mesmo – cozinha indiana (deliciosa), grega, espanhola (excelente), argentina, francesa, alemã, mexicana, etc.

Apesar de gostarmos, raramente comemos sobremesa ... nem em casa.

Tão difícil quanto eleger os melhores livros ou filmes, é fazer o mesmo com restaurantes e pratos específicos. Mas dá para tentar ...

Culinária preferida : portuguesa, italiana, brasileira e japonesa.

Pratos preferidos em restaurantes: qualquer um com frutos do mar.

Melhor restaurante em termos de qualidade : Aqui em Casa, da Dna. Isa, minha esposa. Não tem igual no planeta! ... sem exagero!

 Bacalhau do "Aqui em Casa"
Melhor restaurante, desconsiderando o Aqui em Casa : Pensão da Mariquinha, em Nova Friburgo – cozinha caseira portuguesa e brasileira. É o único lugar do Planeta Terra que faz comida com o gosto e cheiro da cozinha da minha avó, da minha sogra, e da minha esposa. Minha escolha preferida aqui é feijão, arroz, bifinhos acebolados, bolinhos de batata baroa e uma saladinha básica. Pudim de tapioca de sobremesa (aqui a gente pede).

Melhor japonês : Sushiban, de Nova Friburgo. Nosso prato preferido é o yakisoba de frutos do mar.

Melhor cachorro-quente da região : Café Gaucho, na Rua São José, Centro do Rio.

Em termos de custo x benefício, podemos indicar sem medo, considerando a diversidade do cardápio, a qualidade da comida, o atendimento, e o preço :
- Seu Antonio, em Piratininga, Niterói
- La Bamba, em Nova Friburgo

Não posso encerrar sem citar alguns restaurantes que nos surpreenderam positivamente, mesmo tendo ido uma única vez. As principais lembranças são :
- Ostradamus, em Florianópolis : frutos do mar
- Zé do Cacupé, em Florianópolis : frutos do mar
- Adegão Português, São Cristóvão, Rio : cozinha portuguesa, mas os donos são espanhóis
- Vernissage, em Penedo : cozinha internacional
- Solar dos Presuntos, em Lisboa, Portugal : cozinha portuguesa
- Cheesecake Factory, em Las Vegas : cozinha internacional
- Carmine´s, em NY e em Las Vegas : italiano
- Vicolo Nostro, em São Paulo : italiano
- Família Mancini, em São Paulo : italiano

Lasanha do Carmine´s, Las Vegas

 Sushiban roll do Sushiban de Nova Friburgo

Arroz mediterraneo do Ostradamus, Floripa


Cheesecake Factory, Las Vegas


Dava pra ficar a noite inteira aqui listando .....
  

31 comentários:

Jorge Carrano disse...

Via meu pai tenho raízes italianas, mas através de minha mãe minha origem é portuguesa.
Minha avó e as duas irmãs mais velha de minha mãe nasceram em Viseu, no Trás-os montes.
Estas tias portuguesas casaram-se com portugueses. E a família reunia-se com frequência. Mas da cozinha portuguesa, que gosto, restaram como tradição apenas o bacalhau (obrigatório na ceia natalina) e o caldo verde no inverno.

Jorge Carrano disse...

Os doces portugueses são um capítulo à parte.
Para quem tem colesterol alto ou diabetes são nitroglicerina pura, pelas grosas de gemas de ovo e as toneladas de açúcar das receitas.

Concordo com o Riva sobre o "Seu Antonio", em Piratininga, Niterói, onde se come realmente um bacalhau honesto. Com boa folha corrida e atestado de bons antecedentes.

Ana Maria disse...

Pelos comentários dos seus vizinhos, Riva, sua esposa Isa "cozinha bem pra cachorro".
Realmente é covardia lançar uma série sobre astronomia justo quando estou de dieta. Já danifiquei o teclado do notebook de tanto salivar.
O cardápio da avó portuguesa é bem parecido com o da nossa infância, mas preciso ressaltar um item citado: presuntada à milanesa. Que saudade. Mês passado procurei no supermercado, mas parece que não fabricam mais. Embora seja dietéticamente incorreta, a presuntada era muito gostosa.

Jorge Carrano disse...

Ana Maria,
Ao invés de babar com o post dos outros trata de enviar o seu.
Vai pagar multa por atraso (rs).

Freddy disse...

Posso testemunhar que Riva deu um resumo de suas preferências bem real. Não difere em nada do que costuma elogiar ou recomendar no dia-a-dia.
;-)
Freddy

Riva disse...

Ah, a presuntada a milanesa realmente ..... também nunca mais vimos para vender.

Acrescentaria que gostava muito também do fígado com pimentões que minha avó fazia, com arroz branco e purê de batatas. Não como de jeito nenhum em restaurantes.

Não escrevi sobre doces e sobremesas, porque realmente nunca fui chegado. Era mais de frutas como sobremesa, tipo melancia, creme de abacate, ou um pudim de leite básico.

E lembrei-me da infância, da banana amassada com farinha Láctea,pra ficar forte, segundo vovó ! rsrs

Jorge Carrano disse...

Até hoje como banana amassada com farinha Láctea. Verdade mesmo!
E durante muito tempo comia com Nestom.
E a Nestlé não nos paga pelos comerciais (rs)

Riva disse...

O tal "aviãozinho" que o Carrano mencionou em seu post : quando surgiu isso ? rsrs ....

Acho que desde que inventaram o avião. Fizemos isso com nossos filhos, e acredito daqui a 30 gerações ainda estaremos fazendo aviõezinhos para as crianças comerem ! rsrs.

Eu lembro perfeitamente bem, devia ter uns 4 anos, minha avó fazia purê de batatas com feijão, e fazia o tal aviãozinho pra mim, com uma colher de sobremesa quadrada, igual a uma pá. Ela "startava" os voos, e depois eu, estimulado, continuava. Aí vinha a fiscalização final :
- Raspou o prato ? Não ???? rsrsrs

Ana Maria disse...

Fígado eu detesto. Mas os pimentões recheados que minha mãe fazia eram deliciosos.
Farinha Láctea não fez parte de minha infância. Fui conhecê-la quando nasceram os sobrinhos.
Quanto a doces e chocolate eu tenho fases como a lua. Quando dá vontade como todos os dias e, de repente, perco o interesse por meses à fio.

Riva disse...

Isso, Ana Maria ... aquele bandejão ou travessa de pimentões recheados com boi ralado e ovo cozido em pedaços ! Que marraviha !!

Em termos de massa, minha avó fazia muito o que ela chamava de "Goela de Pato", não sei porque ... era uma massa grande vazada, em pedaços, recheada com queijo prato, coberta com molho de tomate e queijo ralado, e ia ao forno. Uma delícia também.

Estou babando .....

Jorge Carrano disse...

Amanhã, domingo, dia 14, irei para a cozinha.
Vou fazer um peixe à brasileira, como se comia no saudoso restaurante Lido, em São Francisco.
Um dos restaurantes que frequentávamos levados por papai em alguns finais de semana.
O modo de fazer é bem parecido com moqueca, mas tem sutis diferenças.
Minha primeira experiência na cozinha, quando quis me exibir para um casal de amigos, foi um desastre: spaghetti com vôngole. Quem sabe conto um dia.

Riva disse...

Do LIDO lembro dos meus pais devorando travessa de camarões e tomando chopp. Não me lembro o que eu e meu irmão pedíamos ali ...

Ana Maria disse...

Hum! Goela de pato (pancetta) recheada é uma delícia. Para falar a verdade, todas as massas recheadas são gostosas.
Esqueci o Lido e não citei o Monteiro, Jorge. Estou precisando tomar fósforo. rs

Jorge Carrano disse...

O Monteiro fechou nem faz tanto tempo.
Até o ano passado vez ou outra eu amoçava lá.
O filé de peixe com arroz de brócoli ainda estava no cardápio.
Foi uma pena.

Assim como foi, há bem mais tempo, uma pena fechar o Bar Municipal (que funcionava na esquina da Rua da Conceição com a Trav. Alberto Victor, ao lado da Prefeitura), e onde se comia iguarias como rã à doré, testículo de boi à milanesa, ou iscas de jacaré.

Riva disse...

Isa balançou aqui quando leu sobre o LIDO, porque ela ia com frequência com sua família, e adorava um camarão à baiana de lá.

Hoje, aqui em Friburgo (fez 9º essa noite), almoçamos na Pensão da Mariquinha que citei no post. Comida caseira espetacular. Fui de feijão com arroz, purê, bifinhos acebolados e couve com alho.

Jorge Carrano disse...

Há algum tempo, Riva, comentando um post, acho que sobre Petrópolis, você mencionou que a Leiteria Brasil pela sua história e tradição na cidade, merecia um post.
Também acho. Portanto aproveite a tranquilidade e o friozinho de Friburgo para escrever.
Vamos no embalo da série sobre gastronomia.

Jorge Carrano disse...

Olha o comentário aqui, Riva:

Riva disse...
A Leiteria Brasil merece um post .... só dela.
06/03/14 21:40

Está em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/search?q=catedral

Freddy disse...

Nossas idas ao Lido são das poucas lembranças que tenho do passado remoto, quando mamãe ainda enxergava e saíamos para petiscar em barzinhos (inclua aí aquele do Canto do Rio, em Icaraí).
Lembro dos camarões graúdos do Lido, eu podia comer UM (eram caros!)! Lembro também do gostinho da cerveja, pois nos era permitido provar a espuminha e eventualmente escurecer o guaraná com um dedo de Malzbier! A cerveja que mais se assemelha a essa lembrança da espuminha, ao menos no meu paladar, é a Weltenburger Kloster Urtyp Hell, produzida pela Cervejaria Petrópolis.
<:o)
Freddy

Freddy disse...

Sobre a presuntada Swift, decerto se fazia de vez em quando à milanesa, mas seu uso mais saudoso pra mim é que papai a usava, amassada, como complemento da extraordinária massa de almôndegas que preparava (continha também fatias de pão de forma embebidas em leite).
Mary chegou a fazer massa similar, quando ainda conseguíamos encontrar a presuntada Swift, não tem tanto tempo assim.
<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

As marcas Swift e Armour dominavam o mercado de enlatados, antes da fusão (década de 1960).
Assim como aconteceu recentemente com as empresas Sadia e Perdigão, que agora têm o mesmo controle.

Eis os dado da Swift:

Atualmente a SWIFT, primeira marca de carne bovina do mundo, pertence ao grupo brasileiro JBS, está presente em 50 países ao redor do mundo, com forte presença nos Estados Unidos, Austrália, Brasil e Argentina. Além de carnes frescas e derivados industrializados, a SWIFT é uma das maiores fornecedores de carnes das grandes redes de alimentação nos Estados Unidos. Hoje, a SWIFT detém 22% do mercado americano de carnes. No Brasil, a marca pode ser encontrada em vegetais, patês, pratos prontos, salsichas, sopas, hambúrgueres, entre outros produtos, além de cortes de carne bovina, entre os quais Paleta, Acém, Peito, Contrafilé, Coração da Alcatra, Picanha, Maminha, Coxão Mole, Coxão Duro, Lagarto, Patinho, Músculo e Capa do Filé.

Riva disse...

Garçon, por favor, me vê uma Weltenburger Kloster Urtyp Hell, bem gelada !

(pano rápido) rsrs

Jorge Carrano disse...

Sua pronúncia é bávara, Riva?
A minha saxônia (rsrsrs).

Jorge Carrano disse...

Saxônica (KKKKK)

Riva disse...

Carrano, como foi seu peixe hoje ?
Detalhes, por favor .....

Hoje almoçamos no japa Sushiban, de Friburgo, que mencionei como o melhor yakisoba de frutos do mar, há anos.

Perdeu pontos ..... não sei o que houve, ou o que está havendo, mas o cremoso molho do yakisoba não veio como antes, não tinha polvo, e a quantidade do prato diminuiu. Hmmmm, fiquei decepcionado.

Jorge Carrano disse...

Foi bom perguntar, Riva.
Ficou muito gostoso, muito mesmo. Só tem o seguinte, não fui eu quem fez.
Tive que alterar minha programação da manhã do domingo. Depois da caminhada, pedi a Wanda para fazer o almoço, "sob minha supervisão", porque resolvi dar uma arrumada no quarto de despejo que estava mais bagunçado do que o usual.
Ela estrilou "desde quando preciso de supervisão para cozinhar?" E fez o peixe à brasileira. Que certamente ficou melhor do que se eu tivesse feito.
Comemos com pirão, feito com o caldo resultado do cozimento da cabeça e do rabo do próprio peixe. Ficou no ponto exato pra meu gosto, nem muito ralo e nem muito espesso.
Ela não colocou pimenta no molho no molho do peixe, somente pimentões (verde e vermelho), o cheiro verde, o coentro, tomate, cebola e alho, mas como eu gosto de uma pimentinha dedo de moça, coloquei em meu prato. Tirada do vidro que mantemos na geladeira, com pimenta conservada no azeite, na cachaça e no vinagre balsâmico. Por minha causa, para fazer este molho de pimenta, retiramos as sementes das mesmas.
Bem, para mim bastou, mas a Wanda comeu também com arroz branco que ela não dispensa.
No almoço de amanhã a Wanda irá comer as duas postas que sobraram (menores, próximas do rabo) e fará mais pirão só que desta vez com o molho no qual foi feito o peixe (sobrou muito).
Eu não almoçarei em casa.

Riva disse...

Concordo com ela .... arroz branco é fundamental ! rs.

Vou procurar no Aurélio o real significado de "supervisão" .... kkkkkk .... muito boa essa !

Freddy disse...

Nas vezes em que fui no Bordeaux de Petrópolis, tinha Urtyp Hell e outras da Weltenburger Kloster: Barock Dunkel e Anno 1050. A que tem falhado na produção é a Hefe-Weissbier-Dunkel.
;-)
Freddy

Jorge Carrano disse...

Skol é mais fácil de pronunciar (rsrsrs)

Freddy disse...

Experiência prática:
- Tome um pouco de Skol, reserve o copo só com os resquícios.
- Tome um pouco de Petra Aurum, ou Weltenburger Kloster Anno 1050, ou uma mera Bohemia Confraria. Reserve o copo com os resquícios.
- Deixe ambos sobre a mesa por algum tempo, tipo uma hora.
- Cheire-os após isso.

Aprenderá bastante!
<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

Ainda assim, Freddy, a pronúncia da Skol será mais fácil (rsrsr).
Quem falou de paladar ou resquícios?

Jorge Carrano disse...

Segundo o Trip Advisor (http://www.tripadvisor.com/), o Rio de janeiro, e muito menos Niterói, não tem nenhum restaurante entre os mais bem avaliados no mundo.