Já escrevi aqui sobre palavras inusuais, que não estão presentes em nosso cotidiano, na
chamada linguagem coloquial.
Citei exemplos, como esgargalado e glabro, utilizadas na
literatura em língua portuguesa contemporânea (Saramago e Chico Buarque, respectivamente).
Brinquei com as frases de efeito, frases prontas,
algumas empregadas à larga nos discursos, nas conversas de botequim, nos
encontros sociais. Também usadas em crônicas do cotidiano.
Algumas são clássicas porque da lavra de renomados cientistas,
ou célebres escritores, como Shakespeare, pela boca de Ricardo III, “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo”.
Ou aquele famoso ditado: “quem dá aos pobres empresta... adeus”. (na versão irreverente,
jocosa).
As frases ditas de propaganda, os jingles e slogans também já foram
objeto de postagens, seja para demonstrar como nosso cérebro registra para todo
o sempre alguns bordões comerciais, tão inúteis depois de certo tempo, como
saber os afluentes do Amazonas na margem esquerda.
As Casas Pernambucanas consagraram um jingle próprio para vendas no inverno. Quem não lembra, tendo mais de 50
anos? E o Bamerindus?
“Não adianta bater que eu não deixo você entrar. As Casas Pernambucanas
é que vão aquecer o meu lar, etc...”.
“O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua
numa boa...”
Observem que ambas as organizações (Bamerindus e Pernambucanas)
desapareceram, mas suas propaganda ficaram na memória.
Aqui e agora, quero comentar os avisos, alertas,
recomendações e mensagens em geral, que se tornaram clássicos.
As primeiras que me vêm à mente seriam as proibições: “É
proibido pisar na grama” ; “É proibido fumar”; “Em caso de incêndio não use o
elevador”.
E nos aeroportos? Quem viajou ou viaja ouve os avisos: “Atenção senhores passageiros com destino a Maragogi, portadores de fichas verdes, embarque pelo portão “A”. Boa viagem!”. Maragogi é uma licença poética, homenagem ao Freddy (leiam os posts).
Já que falei de passageiros não posso deixar de mencionar os
cartazes e avisos sonoros que ouvi durante anos nas estações de embarque das
barcas e lanchas que fazem a travessia da Guanabara, no tempo em que, morando
aqui em Niterói trabalhava no Rio de Janeiro.
Um cartaz estampava a frase: “Perca um minuto da vida, mas
não perca a vida num minuto”. Muito pertinente por causa da afobação,
empurra-empurra, na hora do embarque, e a falta de atenção decorrente. Algumas
pessoas caiam no mar no espaço entre a embarcação e o cais.
Ainda na estação marítima, ouvia-se, antes da abertura dos portões
de embarque, dois avisos muito importantes:
“Senhores passageiros, certifiquem-se de que não esqueceram
seus pertences no interior da estação”. Esta servia também para a hora de desembarque, e anunciado no
sistema de som da própria lancha, com a adaptação: certifiquem-se de que não
esqueceram seus pertences no interior da embarcação".
O outro alerta que acho formidável, não exatamente no sentido
em que era dado na estação, mas na própria vida, dizia o seguinte: “A permanência
na proa dificulta o embarque dos demais passageiros e atrasa a saída da
embarcação”.
Óbvio, se as os
primeiros a embarcar fossem se acomodando ali próximos à proa, objetivando o
desembarque mais rápido do outro lado da baia (a lancha manobrava, para virar
para o outro lado), atrapalhava o embarque dos que estavam por último. E,
lógico, atrasava a partida da embarcação.
Na vida em geral, as pessoas que param no caminho atrapalham
o acesso e passagem dos que estão com mais vigor, mais apetite. Acontece no local
de trabalho, com aquele morrinha que não progride e não te deixa progredir.
Tipo nem trepa e nem sai de cima. Entenderam?
Entre outros avisos
e/ou recomendações de uso corrente, poderia
citar: “Permanecendo os sintomas o médico deverá ser procurado”. Em relação ao uso de produtos
farmacêuticos não éticos, populares, tipo fitoterápicos.
Ou este outro: “Energia, sabendo usar não vai faltar”. Este serve para a
água também.
No exterior também encontramos avisos e recomendações clássicos. A mais interessante, e que não vi no Brasil, foi numa loja de Viena: "Não pegue na mercadoria, a menos que vá compra-la". Ou algo parecido. Era uma loja, bacaninha, que vendia biscoitos em latas lindamente decoradas, e cafés em pó de diferentes origens, Brasil inclusive.
Para encerrar, contando que eventuais leitores possam, em
comentários, acrescentar outros alertas clássicos, fico com o
OBRIGADO, VOLTE SEMPRE!
4 comentários:
Aguardem "Impressões de Viajante -Maragogi", em duas partes, que serão publicadas no decurso da semana.
Aviso aos navegantes notívagos:
A versão deste post que entrou no ar na madrugada, era a draft, que por erro de programação foi publicada. Já substituída.
Depois de pronto o post, ocorreram-me outros avisos, tais como:
- Cuidado com o cão.
- Entre sem bater.
- Não buzine, apague os faróis e acenda a luz interna.
- Piso escorregadio.
- Não converse com o motorista.
- Praia imprópria para banho.
- Altura máxima 2,70 m
Acrescente outros, querendo.
Tava inspirado!
Cada frase que você lembrou, hein?
O final foi ótimo!
Dom bomingo, quero dizer, mom bodingo, não!!
Bom domingo!
<:o)
Freddy
A frase que eu gostaria de ver repetida de norte a sul do país é:
FORA DILMA!!!
Entraria para a história.
Postar um comentário