24 de fevereiro de 2023

O orador

 

A dificuldade foi titular esta postagem. Poderia ser o pai, o jornalista, o ativista político ...

E antes que se dediquem a dar tratos a bola, na busca de resposta para "por que será que ele escreve sobre isto aqui e agora?" Já antecipo:

Tem gente que, por inocência, má-fé ou para me zoar, repete à exaustão que sou petista, lulista, só porque abomino Bolsonaro.

Engano absoluto. O fato é que rejeito Lula bem menos do que ao capitão cloroquina. # Simples assim.

Voltando ao título, o escolhido - o orador - permitirá ampliar as adjacências, os entornos e chegar ao "ser político".

Desde de que fugiu do colégio onde estava internado (era arteiro), por medo da febre espanhola que grassava no Brasil, Fernando abandonou os estudos.

Acumulou vivência durante anos, fazendo de um tudo na imprensa, onde iniciou como linotipista, exercendo adiante outras funções tais como copydesk, revisor, redator, e diretor de jornal. Pelas múltiplas atividades,  foi reconhecido como jornalista, durante a ditadura Vargas, com registro na carteira profissional.

O registro foi assinado pelo notório Lourival Fontes, ministro de propaganda de Getúlio.




Mas Fernando, melhor do que nos textos, era bom na oratória, E gostava de discursar, fosse qual fosse o evento, a oportunidade. Esse fato fez dele "orador oficial" de algumas agremiações clubísticas e políticas.

Nas fotos a seguir ele aparece saudando o governador Amaral Peixoto, quando de uma visita deste, então governador, às instalações do Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro (antes da fusão), então dirigido por Fernando Carrano.

Ao suceder Amaral Peixoto na governança do Estado, Miguel Couto Filho também foi recebido no mesmo local  com discurso de agradecimento pela visita e apoio.

Na foto, ao lado do governador, aparece o Deputado Raul de Oliveira Rodrigues; e bem atrás do orador, último à direita na foto, aparece seu filho, no caso o blog manager. Notem a elegância, com lenço na lapela 😀.



Bem, agora penso que posso chegar aos finalmente. Sim, já tivemos políticos idôneos, dotados de espírito público, e foi em contatos com eles, acompanhando suas trajetórias que pude constatar e aprender que é possível fazer política com decência, transparência, lealdade e dedicação a causa pública.

Conheci, pessoalmente, senadores, deputados federais, estaduais, e não lembro de um que tenha ficado rico por meio de corrupção. Tinha, sim, um emprego para um correligionário aqui, para um cunhado acolá, mas as funções existiam. Era a época do "pistolão".

Os Correios já foram reputados como empresa respeitada; Getúlio foi um ditador preocupado com direitos sociais; Getúlio, ex-ditador,  foi reconduzido ao poder, pelo voto popular; a classe média comia galinha aos domingos; a polícia (os Cosme & Damião) era respeitada.

O mundo mudou, a moral, a ética, os costumes mudaram, parte da polícia agora é milícia, parte dos legisladores adotam as "rachadinhas", juízes vendem sentenças ou fazem tráfico de influências.

Militares (alguns poucos, felizmente) perderam o pudor, a vergonha, violam o RDE e seus nobres princípios,  tisnam suas fardas imiscuindo-se em política partidária. 

Alguns poderiam participar de um quadro do Silvio Santos: "Topa tudo por dinheiro".






http://jorgecarrano.blogspot.com/2012/01/fernando-da-motta-carrano.html

4 comentários:

Jorge Carrano disse...


Quando eu completei 9 anos de idade, presentes os da casa e mais minha avó materna e meus padrinhos, que vieram do Rio de Janeiro, mais dois vizinhos, crianças como eu, ele (meu pai) levantou e fez uma alocução, antes de partirmos o bolo.

Vai gostar de discurso assim na Conchinchina rsrsrs.

Jorge Carrano disse...


Em 2012, portanto há anos, publiquei um post sobre meu pai.

Muito do que lá foi relatado está repetido aqui.

Republiquei porque pensando com meus botões estava comparando a p0lítica nas décadas de 1940/1050, com a atual.

Jorge Carrano disse...



Informe para os que são jovens a menos tempo de que eu (licença Washington):

Lição ideológica - Se não tem pão, deve ter circo. Fase "Panis et circenses".

A direita radical já foi mais culta. Lembro da chegada ao Brasil dos princípios do integralismo.

Tirado da Wikipédia: "Plínio Salgado foi um escritor, jornalista, poeta, historiador, teólogo e político conservador brasileiro que fundou e liderou a Ação Integralista Brasileira, partido nacionalista católico de extrema-direita inspirado nos princípios do movimento fascista italiano."

E a esquerda teve o "Cavaleiro da Esperança". Conceito que precedeu ao "A esperança venceu o medo".

Ainda da Wikipédia: "Luís Carlos Prestes (Porto Alegre, 3 de janeiro de 1898 – Rio de Janeiro, 7 de março de 1990) foi um militar e político comunista brasileiro, uma das personalidades políticas mais influentes no país durante o século XX.

Prestes ganhou fama nacional ao liderar a Coluna Prestes na década de 1920. Enquanto Plínio Salgado representava a extrema-direita, Prestes era visto como símbolo da extrema-esquerda.
Perseguido e preso durante a ditadura do Estado Novo, Prestes perdeu sua companheira Olga Benário, morta na Alemanha Nazista na câmara de gás, após ser entregue àquele regime pelo governo do presidente Getúlio Vargas. Em 1940 foi condenado a trinta anos de prisão pelo assassinato de Elza Fernandes. Cinco anos depois foi anistiado por Vargas, a quem viria a apoiar na eleição presidencial no Brasil em 1950. Durante a ditadura militar brasileira exilou-se na União Soviética após ter os seus direitos políticos cassados, retornando ao Brasil depois da promulgação da Lei da Anistia em 1979.

Foi secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro de 1943 a 1980, defendendo a revolução comunista até o final da vida. Nos seus últimos anos, assistiu ao processo de abertura econômica iniciado por Mikhail Gorbatchov na União Soviética em 1986 (que em 1991 resultaria na sua dissolução) e também a queda do Muro de Berlim em 1989."

Jorge Carrano disse...


Tem gente falando de comunismo que confunde o filósofo e sociólogo alemão, com o comediante Groucho Marx. Um pateta.

Assim como a madame que comeu, segundo ela morrendo de rir, um pequeno gatinho em Paris.