9 de agosto de 2015

PAI

Abstraiam a simpatia ou antipatia pelo autor/interprete e procurem não avaliar a qualidade musical/artística.

A ideia, aqui, é apenas homenagear os pais, vivos ou mortos; e isto pode ser alcançado nas letras destas músicas. São visões e recados distintos que abrangem um amplo espectro de experiências pessoais.

Aos filhos, de qualquer idade, que nos leem, envio um recado que se origina no fundo de meu coração: respeitem, convivam e amem seus pais o mais que possam. A dor da perda não passa, não há tratamento possível. O tempo, bem, o tempo atenua é certo, mas haverá momentos em que o sentimento de culpa irá aflorar em suas mentes.

Porque depois da morte, e/ou também se sobrevier a perda das funções cognitivas e a memória dele falhar, sempre lamentarão, nos momentos de lembranças, não ter dado a ele alegrias, oportunidade de se orgulhar e de terem dito simplesmente: pai eu te amo!

Abaixo canções alusivas, com as letras e links para os áudios.


Espelho

João Nogueira
 
"Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)"

Assistam e ouçam em:




Naquela Mesa

Sérgio Bittencourt
 

"Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre, o que é viver melhor.
Naquela mesa ele contava histórias,
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Naquela mesa ele juntava gente
E contava contente o que fez de manhã.
E nos seus olhos era tanto brilho,
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa no canto, uma casa e um jardim.
Se eu soubesse o quanto doi a vida,
Essa dor tão doída não doía assim.

Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim.
Naquela mesa tá faltando ele
E a saudade dele tá doendo em mim".

Assistam e ouçam em: 



Pai

Fábio Jr.
 
"Pai
Pode ser que daqui algum tempo
Haja tempo pra gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez

Pai
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre esses 20 ou 30
Longos anos em busca de paz

Pai
Pode crer eu tô bem, eu vou indo
Tô tentando vivendo e pedindo
Com loucura pra você renascer

Pai
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Pra falar de amor pra você

Pai
Senta aqui que o jantar tá mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensina esse jogo da vida
Onde vida só paga pra ver

Pai
Me perdoa essa insegurança
É que eu não sou mais aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos seus braços você fez segredo
Nos seus passos você foi mais eu

Pai
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Pra pedir pra você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar

Pai
Você foi meu herói, meu bandido
Hoje é mais muito mais que um amigo
Nem você, nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz"

Vejam e ouçam em: 

6 comentários:

Jorge Carrano disse...

O calçadão, de onde acabo de chegar da caminhada, está coalhado de folhas das amendoeiras. Olhando-se para as copas, já com alguns galhos inteiramente expostos, vê-se uma vermelhidão que prenuncia que no próximo domingo aquelas folhas já não estarão prezas as suas origens.

Assim é a natureza da qual somos parte integrante, com a diferença que somos seres pensantes (ou pensamos que somos).


Ana Maria disse...

Vejam que vídeo interessante sobre os pais.
http://www.papaipop.com.br/

Feliz dia dos pais para todos que leem este blog.

RC disse...

Te amo, pai!

Riva disse...

Sua referência às amendoeiras foi perfeita.

Apenas diria que a dor da perda passa sim, com o tempo, e se transforma em saudade. Mas não dor. Saudade boa, saudade triste, de momentos bacanas, de oportunidades desperdiçadas, de tanta coisa. Mas não acho que seja dor.

Vamos desaparecer também, em alguns anos, e o sentimento dos meus filhos será o mesmo. Uma dor que se transformará em saudade de tudo que passamos juntos.

Como as amendoeiras.

Bj no coração de todos os papais que acessam esse blog.

Jorge Carrano disse...

Também te amo, Ricardo. E você sabe disso.
Beijo

Riva disse...

Renato Maurício Prado, colunista esportivo do GLOBO, fez hoje uma bela homenagem a seu pai em sua coluna. Vale a leitura.

PS : ele é um insuportável torcedor Daquele Time do Mal

#VaiDilma
#VemPatricia
#FicaCristovao