9 de maio de 2013

Depois da tempestade...


Depois da tempestade sempre vem a bonança. Isto está num Salmo, pois não? 

A segunda-feira, dia 6 de maio, foi um dia terrível para quem mora em Niterói. Um temporal bíblico se abateu sobre a cidade, interrompeu fornecimento de energia, estrangulou o trânsito e deixou muita gente em casa sem poder sair, sem elevador, sem transporte e com as ruas inundadas.

Foi um destes dias que Nelson Rodrigues enquadraria como semelhantes ao 5º ato do Rigoleto, naquele seu dizer criativo.

Faltou energia durante toda a manhã, em boa parte da cidade, o que deixou o trânsito mais caótico do que o normal, eis que os sinais não funcionavam e os guardas de trânsito, como sói acontecer nos dias de chuva, não apareceram para trabalhar ou apareceram e desapareceram em seguida.

Quem tem bom preparo físico subiu as escadas dos prédios comerciais para enfrentar o trabalho. Todavia, sem energia, limitaram-se a separar documentos, telefonar, e tomar cafezinho porque nestes tempos cibernéticos nada se resolve sem internet.


A energia só foi restabelecida por volta das 13:30h em Icaraí, quando os elevadores voltaram a funcionar e os bancos a funcionar em sua plenitude, eis que, por causa das fortes chuvas, além da falta de energia, muita gente não chegou para o expediente.

Nas ruas o cenário era de final dos tempos, com muitos galhos e folhas no chão, quando não a própria árvore inteira.

Já a  terça-feira amanheceu radiosa, nenhuma nuvem empanava o azul celestial e o sol brilhava intensamente, aquecendo inclusive “nossa alma” digo pedindo licença aos poetas de plantão.

Saí de casa para ganhar a margarina de cada dia, posto que “o pão nosso de cada dia” bem ou mal está assegurado com a miserável aposentadoria que o governo nos paga.

Experimentei uma agradabilíssima sensação de prazer, alegria, não só pelo belo dia que a natureza nos oferecia, como pelo fato de não estar sentindo nenhum desconforto físico. Não havia calculo renal, a cervical não doía (embora os bicos de papagaio e hérnias continuem lá), nem mesmo um leve sintoma de gripe me incomodava.

Acho que a felicidade estava por perto, era só questão de deixa-la chegar, dando liberdade ao espírito.

4 comentários:

Freddy disse...

Eu estava em Jacarepaguá e tive de enfrentar Ayrton Senna, Linha Amarela e Avenida Brasil... 3 horas no carro pra chegar em Niterói. Ainda bem que a partir da Ponte a coisa melhorou.

No apartamento de minha filha a energia retornou às 12:30, mas conheço gente que ficou sem luz até as 20:00 e me relataram algumas com mais de 24h sem luz!

Tombou uma árvore na esquina de Miguel Couto com Nóbrega, contida apenas porque se escorou na rede de alta tensão. Passaram um dia inteiro retirando-a: era enorme. Quem, mora ali passou provavelmente o dia todo sem energia. Nós demos sorte, só faltou em dois piques relativamente curtos.

O gerente da Taberna (delicatessen no local da árvore tombada) surtou no dia seguinte pela manhã. Os trabalhadores recortaram toda a árvore e deixaram os galhos e fatias do caule justo em frente à sua loja. Tomado de ira, jogou tudo de volta no meio da rua, afirmando que era o único jeito de chamar a atenção e forçar a retirada do entulho.

<:o) Freddy

Freddy disse...

Apesar de ter amanhecido um belo dia, eu cheguei a testemunhar um breve temporal na madrugada de ontem (3a feira), mas não saiu nada no jornal nem ouvi relatos. Será que sonhei?

=8-) Freddy

Jorge Carrano disse...

Se você estava em Niterói, sonhou.
Se você estava nas Filipinas, não sei, pois não tenho informações sobre as condições metereológicas por lá.(rs)

Ana Maria disse...

Quase poético seu texto.