Por
Carlos Frederico March
(Freddy)
Eu não gosto de viajar pelo Nordeste do Brasil. Minha preferência é e sempre será o Sul, com algumas incursões por Minas Gerais e Goiás (Rio Quente). Não é por não conhecê-lo, muito pelo contrário. Além de ser obrigado a me hospedar diversas vezes em Salvador, Recife e Fortaleza por conta de responsabilidades durante meu trabalho na Embratel, fiz viagem específica para conhecer todas as capitais de Salvador até Fortaleza, numa grande excursão pela CVC chamada "Nordeste Espetacular". Nome inadequado, deveria se chamar "Praias do Nordeste". Quem sabe um dia escrevo
sobre ela, realizada em 2003?
Tive também oportunidade de me hospedar num dos resorts de Costa do Sauípe - BA. Adorei o local mas não gostei do Resort, depois vim a saber que fui mal orientado pela agência de turismo. Eles sempre focam no mais barato, esquecem de nos perguntar nosso perfil - e no caso eu não conhecia nada do local, nem pude opinar. São 5 resorts e me indicaram o pior deles. Sobre isso, posso também escrever em outra oportunidade.
E sobre Natal? Bem, já havia me hospedado em 2002 num magnífico resort chamado Ocean Palace. Na época, um dos melhores da chamada Via Costeira, longa praia que termina num local muito badalado chamado Ponta Negra. Na mesma Via Costeira, hospedei-me no ano subsequente no Parque da Costeira, ótimo resort próximo ao Ocean Palace. Foi durante a excursão Nordeste Espetacular, acima referida.
Por conta disso, já havia feito city-tour na capital potiguar e conhecia o básico. Centro da cidade com Forte dos Reis Magos e Artesanato do Antigo Presídio, Dunas de Genipabu com passeio de buggy (hoje proibido) ao norte, Cacimbinhas e Pipa ao sul. Fizera até um pitoresco passeio de táxi pela parte não turística de Natal, já que na época eu já cogitava mudar de cidade após a aposentadoria e não havia ainda escolhido qual (calhou de ser Nova Friburgo - RJ).
Perguntarão vocês: se o cara não gosta do Nordeste, porque tantas viagens para lá? Bem, eu gosto de praia. Fui criado em Niterói e frequentei demais as praias internas e oceânicas de minha cidade durante adolescência e juventude. Porém, depois de casado, parei de ir. Minhas filhas foram criadas essencialmente sem conhecer as ondas do mar.
Já eu sinto falta do barulho das ondas na arrebentação... Sinto falta de olhar o horizonte, plano e contínuo. Faz-me bem observar uma tempestade se aproximando feroz pelo mar, as ondas começando a criar cristas prateadas sobre uma água cada vez mais plúmbea. Estando eu bem abrigado, é bom acrescentar!
Gosto de ver o sol nascer rápido. Naquelas latitudes próximas ao Equador, o dia nasce num piscar de olhos! Tão diferente do Sul, onde a transição noite-dia se dá preguiçosamente... Idem o crepúsculo.
Só que raramente estou localizado a ponto de ver o Sol se por sobre a água, por conta da nossa costa ser virada para o nascente.
Mas em contrapartida essa mesma posição geográfica me permite admirar a Lua nascer e logo despejar um tapete prateado sobre a imensidão. Oh, havendo algumas nuvens consistentes e esparsas o visual é mais maravilhoso ainda: elas se iluminam como flocos de algodão no céu de ébano, acrescentando mais adereços ao espetáculo.
Saudade estabelecida em minha mente, lá fomos nós para Natal de novo! Só que desta vez, como acontecera em Sauípe, fomos vítima de sugestões mal apresentadas pela agência de viagens.
Orçamento um pouco mais curto, escolher Ocean Palace ou Sehrs (ou similares) estava fora de questão. Foi-nos indicado o Rifóles Praia, que eu já havia vislumbrado nas passagens anteriores e até nem gostado muito. Contudo, foi-nos recomendado como ideal para nossos propósitos de momento, por isso aceitamos.
Foi nosso calvário! Estava em obras para construção da nova piscina com bar molhado. Até aí, nada demais. Só que fomos acomodados no andar mais baixo e de frente para a obra! Reclamamos, claro, e nos foi informado que era o melhor que tinham para nos oferecer. O hotel estaria lotado e a disponibilidade alternativa era de apartamentos virados para outra obra (hotel em construção bem ao lado).
Convivemos com serra elétrica, britadeira, compactador de concreto e até, já em reparos internos do hotel, uma feroz máquina de furar com martelete que parecia penetrar em nosso cérebro! Liguei para a agência, mas vejam... A hospedagem se deu no sábado (18/5). Consegui contato com a agência na 2ª feira (20/5), que ficou de pegar informações adicionais e dar uma solução. Na 3ª feira (21/5) me retornaram sugerindo troca de hotel.
Ora bolas, eu fora para descansar e curtir uma praiazinha de leve, e havia uma bem interessante em frente ao Rifóles. Trocar de hotel significava refazer malas (estava tudo já arrumado nos armários e banheiro), fazer o traslado, reacomodar tudo no novo hotel, que ninguém garante que não teria também suas mazelas... Optamos por permanecer, até porque num dos dias a seguir haveria um passeio de dia inteiro, livrando-nos do desconforto das obras. Acertamos ou erramos em não trocar?
Não sabemos dizer...
Vista do apartamento 416 - Hotel Rifóles |
Nosso apartamento dava uma bela vista para a Praia de Ponta Negra e Morro do Careca, além de ver o mar. Era só olhar por cima da obra e fazer de conta que ela não estava lá! Uma abstração mental!
Consegui curtir algumas admiráveis auroras e até um nascer da Lua, que estava ficando cheia. Por azar, exatamente no dia 23 (totalmente cheia) o céu se tornou nublado e choveu.
Fora isso, fizemos o básico do básico: um city tour no domingo, incluso no pacote. Interessante como a cada excursão as coisas acontecem diferentes. Como já disse, era a terceira vez que íamos a
Natal e foi só agora que conhecemos finalmente o famoso cajueiro de Pirangi, o maior do mundo.
Houve oportunidade de ficar um pouco na Praia de Camurupim (que não conhecíamos) e entrar no Forte dos Reis Magos (antes só o visitamos por fora). Em vez do Antigo Presídio e sua feira de artesanato, conhecemos o novo Shopping do Artesanato, por sinal muito perto do Hotel Rifóles.
O único opcional que fizemos foi o de Pipa/Cacimbinhas, que será objeto de outro post. Declinamos das ofertas de conhecer outras praias do norte e fazer passeios de buggy. Primeiro porque o tema seria ficar pegando sol nas referidas praias e curtindo choupanas e palhoças rústicas. Brincadeiras como esquibunda e aerobunda, além dos buggies, são chamarizes de turistas mas também não nos cativaram - já conhecemos.
Tinha o apelo da culinária local, lagostas, camarões, peixes... Quem me segue nos posts e respectivos comentários sabe que meu espectro gastronômico é muito limitado. Nós detestamos frutos do mar, e Mary não come nem peixe. Como conseguimos sobreviver nas excursões ao Nordeste é um exercício de paciência e muita procura! Desta feita, tivemos alguma sorte.
Na praia em frente ao hotel parava uma carrocinha que fazia uns crepes maravilhosos, tanto doces como salgados. Tinha de queijo com tomate e orégano. Tinha de frango. E nos doces tinha um de banana com calda de chocolate que é a coisa mais próxima de uma fondue de chocolate que eu já comi! Delicioso!
O bufê do hotel, à noite, sempre tinha algo para servir a quem não gostava de frutos do mar. Uma das noites, a francesa, teve uma carne maravilhosa! E na do chef idem. Até na noite do Pescador havia maminha de alcatra e frango ao gorgonzola. Deu para sobreviver legal!
Em termos de restaurantes externos, focamos na Pizzaria Cipó Brasil, recomendada por parentes e pela própria operadora de turismo. Fomos lá duas vezes e apreciamos muito tanto as pizzas e drinks como o local, que tem uma decoração bem típica. Atendimento perfeito, sentimo-nos plenamente à vontade.
Quanto a fotos de várias das atrações visitadas, postá-las-ei em outra oportunidade. Até lá!
6 comentários:
Agradeço ao blogueiro Carrano a presteza na postagem, apesar de estar abarrotado de tarefas profissionais.
Para não complicar-lhe a vida (edição dá trabalho), omiti o usual set de fotos que sempre acompanha meus relatos, ficam para outro post.
E para quem vai a Natal - ou qualquer outro destino nesse país de Copa das Confederações e FIFA, cuide de saber com antecedência se há ou não obras no hotel escolhido ou ao lado. Nenhuma operadora vai lhe informar isso!
=8-/ Freddy
Obrigado, Freddy.
Continuo contando com sua colaboração, inestimável, para sobrevivência do blog.
Abraço
Se a maré subir um pouco, inunda o hotel, não é não ?(rs)
Imagine um tsumani!
Tentarei escrever alguma coisa,simples, a titulo de colaboração, na linha do Freddy.
Abraços
Meu sogro perdeu uma casa na praia de Marataíses, no Espirito Santo, porque construída muito próxima do quebra-mar.
Os hotéis da Via Costeira são construídos num nível bem acima do quebra-mar. Mais para o lado de Ponta Negra há alguns mais baixos, mesmo assim no mínimo uns 6m acima no nível da areia.
Em cidades como Rio de Janeiro, Cabo Frio ou Recife, para dar poucos exemplos, se a maré subir mais que o usual vai dar problema mesmo.
Abraços
Freddy
O ângulo da foto não revela este desnível em relação a areia. Ainda bem, que existe!
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