Este é um problema de transporte que se agrava a cada dia, da mesma maneira
que o trânsito na cidade de Niterói.
Não fiz um roteiro para abordar o tema elevador. Então vai no
correr da pena, na expressão de antanho que hoje corresponderia à digitação
direta a medida que as ideias vão
surgindo e as palavras aparecendo na telinha do notebook.
O mais das vezes estarei falando de prédios mais antigos,
comerciais, residências ou mistos, que não possuem elevadores mais modernos,
inteligentes, como do prédio onde mantenho o escritório, ou daqueles onde funcionam as
empresas para as quais presto assessoria.
A primeira coisa que me ocorre, porque me chamou a atenção
hoje pela manhã, é que a média de peso da população adulta, utilizada como
balizamento para capacidade de carga ou número de passageiros nas cabines, que
é de 70 Kg, está inteiramente defasada.
Ora, no citado prédio onde “trabalho”, a capacidade é de 6
(seis) passageiros ou 420Kg. Hoje pela manhã, com o embarque dos 4 (quatro)
primeiros da fila que já se formara, não havia como entrar mais ninguém. E
nenhum dos passageiros levava às costas, as indefectíveis mochilas que tanto me irritam.
Eram 3 (três) homens grandes e uma mulher que valia pelos 3 três, em
volume e peso. Não estou censurando os gordos ou gordas, pois eu estou mais
para o barrigudinho bem cevado, pesando no momento 80 Kg em 1,75 m de altura.
Acho que os engenheiros deveriam rever estes critérios de
peso ou número de passageiros, porque a situação que relatei não é um caso isolado. Ela se repete diariamente no mesmo elevador e
em outros prédios.
Outra coisa que acontece com frequência em prédios comerciais
onde funcionam consultórios médicos, em especial geriatras e pediatras, é que
mães acompanhadas da babá da criança e com o carrinho do bebê, cada vez maior,
para dar cada vez mais confôrto a criança e levar cada vez mais apetrechos,
para uso do neném ou não, entopem os elevadores. Tudo bem que a mãe pode pagar
uma babá, mas levar a babá e mais ainda o carrinho enorme, é tomar o lugar de
três pessoas no elevador, para a consulta de um recém-nascido de colo.
Neste caso a culpa não é dos engenheiros de transporte
vertical, como não é no caso dos mais
idosos, que precisam de um (a) acompanhante, além da cadeira de rodas. Se o
prédio tem fisioterapeuta, o problema é que os velhinhos não se amontoam, não
se espremem, pois precisam de espaço a sua volta.
O mais inconveniente, atualmente, são os cursinhos que se
instalaram em prédios comerciais onde funcionam escritórios de atividades diversas. Em determinados horários, de início ou final das aulas, hordas
de barulhentos jovens fazem crescer as filas no saguão, por vezes acanhado, do
prédio, provocando a desistência de outras pessoas que se dirigiriam a outros
escritórios. No término das aulas a mesma coisa, os elevadores descem todos
tomados pelos irreverentes rapazes e moças, com seu palavriado desmesurado chocando aos mais conservadores, se estes conseguem espaço na cabine do
elevador.
De minha parte, o que tenho feito é recomendar aos síndicos
de prédios comerciais ou mistos que
incluam no rol de atividades comerciais ou de serviços vedadas no condomínio, a
instalação de cursinhos com turmas acima de 5 (cinco) alunos por turno.
Os jovens pensam ser
os donos do mundo, e ainda não são. Serão um dia, mas até lá devem respeitar a lei e a ordem. Bons tempos
em que os cursos e escolas funcionavam em casarões com espaço para guarda das
bicicletas e espaço para caminhadas de
mãos dadas com a namorada ou namorado nos intervalos das aulas, ou para outras
atividades como jogar bola de gude ou brincar de roda.
Caro amigo Paulo March, engenheiro civil, também com larga
experiência em manutenção predial, já tendo exercido gerenciamento em firmas tradicionais
nesta área, vocês precisam rever o peso médio do homem adulto, para efeito de
carga em elevador, assim como os especialistas
em transporte rodoviário precisam atentar para o tamanho das bundas dos
usuários. Os bancos atuais só comportam
dois passageiros se um deles for uma criança de até 10 (dez) anos.
Fazendo uma facécia, diria que bom deve ser prédio onde só
funcionem nutricionistas, os vigilantes do peso ou endocrinologistas.
A única fila de elevador que não me incomoda é a da Torre Eiffel, pois significa que estou em Paris.
A única fila de elevador que não me incomoda é a da Torre Eiffel, pois significa que estou em Paris.
5 comentários:
Seu post fez-me lembrar da época em que gerenciava os prédios do Citibank no Brasil.
No prédio do Rio, na Assembléia, alugaram vários pavimentos para a Central de Atendimento da CREDICARD. Imaginem o impacto no funcionamento dos elevadores do prédio.
Mas o aluguel à CREDICARD falava mais alto, então, danem-se os usuários. E dane-se também a Manutenção Predial !
Pois bem, os equipamentos não estavam dimensionados para atender tantas pessoas (750 por turno por andar), e começaram a depredar os elevadores, pois a maioria era de estudantes nervosos e agitados, e que estavam com a sensação (normal) de que uma espera de 1 minuto tinha sido de 10 minutos !
Solução : contratamos um especialista em "Comportamento de usuários de elevadores", uma espécie de psicólogo especializado nesse tema,,,, acreditem ! E ele desenhou a solução, que funcionou 100% !!
Sabem qual foi a simples solução, já que não podíamos alterar a quantidade de usuários, nem a quantidade de elevadores, nem as suas características operacionais, enquadradas por Normas Técnicas ?
Espelhos no interior dos elevadores, e no exterior, nos halls .... o espelho quebrava integralmente a agressividade do lado de fora e dentro dos elevadores.
A vaidade superava tudo ...os usuários quando se viam refletidos, ficavam imediatamente mais preocupados com seu cabelo, sua gravata, sua maquiagem, etc, etc ....
A depredação foi reduzida integralmente ...
Mas voltando ao tema...não, prezado Carrano.
O ser humano é que tem que tomar vergonha e cuidar mais da sua saúde, manter um peso adequado, ter mais educação alimentar e de atitudes em público, pensando no próximo e no seu entorno.
O peso de 70 kg é standard mundial.
As empresas aqui no Brasil deviam seguir o exemplo de (infelizmente) ainda poucas empresas no exterior que têm em suas metas programas de manutenção de peso dos seus funcionários ... uma bela contribuição para a saúde pública.
Não conheço programas assim por aqui, e pior .... quem fala sobre isso é visto como um ET, preconceituoso, etc ....
Sou MUITO observador, muito mesmo, e me impressiona a enorme quantidade de pessoas gordas em excesso pelas ruas ... parece que estou nos Estados Unidos, um país DOENTE nesse aspecto.
A única fila atualmente que me incomoda mesmo é a dos meus heróis morrendo, que está andando rápida demais ......
Caro Riv4,
Seu comentário justificou o post. Você nos esclareceu com a autoridade de quem é do ramo, e ainda colocou pertinentes observações pessoais.
Obrigado.
Abraço
Riva afirma que o padrão é internacional, mas não sei como isso funciona nos EUA, onde a quantidade de pessoas com sobrepeso é imensa. Orlando é um desfile de obesos, faz-me até sentir confortável. Não deveria, já ultrapassei todos os índices e tenho me preocupado com isso, confesso que menos do que deveria, mas me preocupo.
Praticamente não passo mais em roleta de ônibus urbano. Outro dia tive de me esgueirar para entrar no ônibus executivo que me levou de Gramado a Porto Alegre. Sem mochila, porque aí é que não passaria mesmo! Sentar em avião ainda consigo, mas o cinto fica no limite. A TAM tem lugares na fila do meio que são mais larguinhos, mas na GOL a coisa está feia pra mim...
Pode parecer exagero, mas sempre tomo cuidado ao me sentar naquelas cadeirinhas de plástico de bar. O peso máximo delas é 100kg e eu já passei disso faz tempo. Qualquer dia eu quebro uma delas e, além de passar vergonha, ainda posso me machucar feio.
As empresas já acenam com recusa de obesos para cargos de gerência: se o cara não consegue cuidar de si como cuidaria dos negócios? Hmmm... Ainda bem que já estou aposentado.
Meu maior receio é voltarem a cobrar excesso de peso nas passagens aéreas somando pessoa e bagagem (como era nos primórdios da aviação). Aí que é eu estou lascado de vez!
=8-/ Freddy
Freddy,
O que as engenharias das empresas de elevadores fizeram foi disponibilizar ($$) um sensor de peso, luminoso, que vc já vê em alguns elevadores.
Dessa forma a administração se protege : com o AVISO do limite de passageiros, e com o SENSOR de peso.
A America (que eu adoro) adoeceu. O fast food arrasou com a população, e vai demorar muitas décadas para recuperar a saúde, se é que vai conseguir. Moleque americano pronuncia Mac Donald´s antes de papai !!
E realmente é um problema para a aviação civil americana - talvez o Ricardo possa citar alguns cases que ele conheça. Eu vou citar um :
Estava com a Isa em San Diego, embarcando para Houston, e vimos na sala de espera uma senhora muito grande mesmo, muito gorda, enorme. Chamava a atenção demais.
Entramos no avião, um 757 da Continental , configuração 3-3 poltronas, e sentamos na última fila, colado aos banheiros.isa sentou na janela e eu no meio.
Quando olho para o corredor, vejo a tal senhora se arrastando de lado pelo corredor do avião em direção ao fundo. Gelei ......
- Isa, olha ela, não acredito ...será que vamos ser premiados ? 3 horas de vôo até Houston.
- Calma - disse a Isa, ela não vem pra cá. Pensa positivamente.
Mas veio !!Parou ao lado da poltrona, olhou pra Isa e falou :
- Você me desculpe, mas vou ter que me esfregar no seu companheiro por 3 horas !!!!
E sentou .... mas não cabia na poltrona. Levantei o braço esquerdo da minha poltrona, coloquei a perna direita no colo da Isa, e lá fomos nós para Houston.
Só que eu estava com vontade de ir ao banheiro perto do embarque, mas falei pra Isa que ia deixar pra ir ao banheiro no avião, depois da decolagem ......
E comecei a me contorcer na poltrona, com vontade de ir ao banheiro. Olhava para a senhora, e pensava .... como ela vai sair dessa poltrona pra eu passar ?
Com 30 minutos de vôo ela, super simpática e agradável, já nos tinha contado sua vida toda !
E então aproveitei o clima legal e mandei :
- A senhora me desculpe, mas eu preciso ir ao banheiro, não estou aguentando !
Meus caros, foi uma operação de guerra, inesquecível, e que até hoje rimos muito quando lembramos.
Eu viajei do lado de um que já era até conhecido das aeromoças. Assim que terminou a demonstração de segurança, ela entregou ao obeso passageiro o pedaço de cinto usado por ela e construiu uma extensão! De outra maneira, o cinto original simplesmente não fecharia!
=8-) Freddy
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