Caso do cateter

Como sabem os “da casa”, tive que fazer, em caráter de emergência, uma cirurgia para destruição e retirada de cálculo renal.

Existem técnicas e procedimentos diferentes e até a possibilidade de tratamento clínico com medicamentos que reduzem o tamanho do cálculo. Não era meu caso, pois o danado já media, 0,9 mm.

Fui submetido a operação com laser. O cálculo foi destruído e os fragmentos maiores retirados no ato cirúrgico. O cirurgião introduziu um cateter, para facilitação do processo de expelir os resíduos menores e facilitar  a saída da urina.

Este cateter, e aqui abro um parêntese para esclarecer a  quem nunca viu, é como um fio de nylon (parecido), fino e comprido, oco e flexível, com inacreditáveis cerca de 50 cm (meio metro). Veja abaixo.

Já que abri o parêntese, abro um colchete para comentar o absurdo número de pessoas que têm cálculos renais. Inclusive algumas muito jovens como uma adolescente de 16 anos que ontem foi minha companheira de angústia e ansiedade na espera pela retirada do cateter. Éramos 9 ao todo, para retirada do corpo estranho que nos colocaram no ureter.

Parecia um processo industrial, com atos cirúrgicos em série. Depois da retirada e passado efeito da anestesia, o paciente é liberado. Nas conversas preliminares fiquei sabendo que existem médicos que ainda usam uma cordinha ou barbante, sei lá, que fica pendurado na uretra e o médico ao cabo de alguns dias, ‘puxa” o barbantinho causando enormes danos internos no ureter e na uretra.

Bem, como eram 7 as salas no centro cirúrgico, meu receio era que me enfiassem na sala errada, por exemplo a de mudança de sexo. Como ainda não estava sedado fiquei de olho para evitar engano. Bem, outro risco, não menos grave, é você ser colocado na sala de redução peniana. Já pensou? Se você não  tem excesso é um risco.

O anestesista, mais chegado a um quibe do que a esfirra, olhou bem o dito cujo e falou: “fimose não é”. Vê ai na ficha se é vasectomia”.

É lógico que estou brincando, mas é só pra dar uma ideia do número de casos de cirurgia que acontecem na clínica urológica. Sem contar que os que dão entrada em emergência, como foi meu caso no mês passado, têm preferência de atendimento.

Aqui estou matutando como planejar e retirada do outro cálculo, um pouco maior, que está alojado no rim direito  (retirei do esquerdo).

O cirurgião, minha família, todo mundo achava que eu deveria ter programado a retirada do cateter com a outra operação para retirada do outro cálculo. Faria tudo junto e ganhava um procedimento (e uma anestesia).

Mas não me achei em condições de passar uma nova temporada com um cateter enfiado na bexiga e todos os incômodos decorrentes. Não agora.