5 de novembro de 2012

SCHADENFREUDE


No outro dia, comentando um post aqui publicado, RC (seguidor) me remeteu ao significado da palavra alemã Schadenfreude , enviando um link facilitador.

Na Wikipédia encontrei o significado e a origem da palavra, designadora do sentimento de alegria ou prazer pelo sofrimento ou infelicidade dos outros. Teve origem na junção de duas palavras schaden (dano, prejuízo) e freude (alegria, prazer).

Há um ditado popular com o qual concordo: “Schadenfreude ist die schönste Freude, denn sie kommt von Herzen, ou, pela tradução disponível Schadenfreude é a alegria mais bela, já que vem do coração”.

Que beleza! Se existe a palavra é porque há quem tenha, além de mim, este sentimento e se existe também em outras línguas do Ocidente, é porque em muitos países este sentimento está presente.

E pouco importa que Schopenhauer a quem muito admiro pelo pensamento e filosofia desdenhe do sentimento de prazer pelo sofrimento dos outros, segundo alertado na já citada enciclopédia virtual.

Asseguro que não tenho nenhum sério desvio de personalidade (padrão social) e nenhuma redução da capacidade cognitiva. Apenas admito ser tomado por este sentimento, que se contém na palavra  schadenfreude, em ocasiões extremas e pontuais.

Tal ocorre sobretudo quando delinquentes, bandidos covardes, frios e sanguinários, praticam crimes como os noticiados ao longo desta semana, e são sumariamente executados nos confrontos com a polícia.
Prefiriria, óbvio, que eles fossem presos e submetidos a um processo regular e julgamento imparcial. E, claro, condenados. Afinal alguns de nós somos civilizados.

Mas a hipocrisia de muitos, por razões as mais diversas e que não se sustentam senão no foro íntimo, é contra a pena de morte.
A pena de morte é, e cada vez mais me convenço disto, a única alternativa para reverter o estado de coisas, como a banalização do crime de homicídio e o estupro de menores.
Acho que nem que fosse por tempo determinado, por prazo limitado fixado em nossa Constituição, a pena de morte deveria ser introduzida em nosso sistema penal.
Paralelamente deveriam ser desenvolvidos programas sociais e principalmente  educacionais de sorte a que as novas gerações que estão por vir encontrem melhores condições e oportunidades de vida decente, e tendo a ameaça da punição mais severa se não aproveitassem as chances que lhe seriam oferecidas.
Hoje, a pura e simples implantação da pena capital não eliminaria e sequer reduziria os índices de criminalidade por que muitos dos delinquentes não têm o que perder mesmo.
Mas tendo oportunidades oferecidas pelo Estado para se desenvolver num ambiente propício a revelar seus dotes, suas vocações (não índoles pervertidas), com boa educação e oportunidades profissionais, quem sabe refletiriam e não seriam cooptados pelo crime.
Fui missivista assíduo do deputado Amaral Neto, voz isolada no Congresso na defesa do pena de morte para certos delitos e sempre antecedida de processo e julgamento com ampla defesa.
Mas ele não conseguiu convencer seus pares. Os hipócritas de plantão não admitem inclusive a oitiva do povo, através de plebiscito, porque sabem que a maioria optaria pela adoção da pena máxima.
Assim como está, fico feliz com a execução de alguns bandidos pela polícia,  em que pese o sofrimento de pais que perdem adolescentes que fizeram opção pelo caminho da criminalidade. Alguns destes jovens estão tão fora de controle pelo uso exagerado de drogas ou já atingiram um tal grau de perversão que não têm limites... e nem recuperação.
Quando sugiro a pena de morte com prazo certo e programas sociais (dinheiro há, basta acabar a corrupção) com ênfase para a educação, lembro de um velho Xerife, cujo nome agora não me ocorre, que levava em uma das mãos um exemplar da Biblia e na outra um Colt 45. Ou ia por bem ou por mal. Ou conseguia a conversão, na cadeia, ou matava para não aumentar o risco da sociedade.
Não sou, nunca fui, criminalista. Mas estou seguro, mesmo não dispondo de dados oficiais, que 99,99% dos bandidos que são favorecidos com progressão de regime e liberdade vigiada voltam a delinquir. A matar.
A não ser casos de assassinato por motivos passionais, que nem estariam entre os puníveis com a morte.
Infelizmente estamos na contramão dos países mais prósperos, como China e USA. E até da Índia cuja economia não para de crescer em áreas de alta tcnologia. E não demora será potência mundial. 

7 comentários:

Riva disse...

Sou a favor da pena de morte para crimes hediondos.

Mas não vejo nenhuma chance de implementação no Brasil, por vários motivos, dentre eles :
- a força da igreja católica, totalmente contrária
- a real definição do que é crime hediondo (para mim, praticamente todos são)
- a injustiça da justiça no Brasil - estou cansado de ver aberrações em decisões judiciais. Imaginem o que pode acontecer em um julgamento que envolva pena de morte como sentença

O que nos resta ?

Abrs

Jorge Carrano disse...

Restaria, talvez, mudar de país. Mas para onde?
Como dizia a velha piada, a solução dos problemas do Brasil, está no aeroporto (Tom Jobim, Guarulhos, etc).
Mas não vamos baixar a guarda.
Abraço

Freddy disse...

Enquanto a pena de morte não vem, gostaria imensamente que fossem construídos presídios no interior da Amazônia Legal, cercados de milhares de hectares de floresta e animais selvagens, acessível apenas por avião ou helicóptero.
Que cada preso fosse obrigado a trabalhar por seu sustento, para que nós, cidadãos de bem, não tivéssemos que bancar sua permanência no "hotel".
Só isso já me deixaria tranquilo para esperar sentado a instauração da pena de morte.
Abraços e boa semana a todos.
Freddy

Freddy disse...

Com relação à "Schadenfreude", lembro-me quando mostraram pela TV a filmagem por uma câmera de segurança do atropelamento de um pivete que acabara de realizar um assalto e corria por entre os ônibus na Av. Presidente Vargas. Quando o ônibus passou por cima do meliante, pulei da poltrona e gritei algo assim como "Gol!".
É isso?
=8-/ Freddy

Jorge Carrano disse...

Que tal exemplo mais, por assim dizer, light?
Ex: o Alecsandro romper o tendão e ter que ficar um ano fora de atividade. Ou, no próximo ano o Flamengo cair para a 2ª Divisão, com Patricia Amorim e Adriano abraçados?

Anônimo disse...

Concordo com o Carlos Frederico quanto a pena aplicada. Trabalhos forçados que garantam o sustento do detento e a manutenção da estrutura presional. Somente o cárcere não regenera ninguem.
Quanto aos exemplos do blogueiro, foram de enorme maldade. Isso é rogar praga simplesmente pq o alvo de sua vingança não lhe é simpático. Está faltando religião em sua vida.

Jorge Carrano disse...

Caro Anônimo,
Se viessem a acontecer as situações que mencionei, não conseguiria reprimir minha schadenfreude.