25 de junho de 2012

Prazo de Validade - Parte I



Por
Carlos Frederico March (Freddy)




Qualquer dia vão dizer que meu prazo de validade terminou. A verdade é que, infelizmente, estipular prazo de validade se tornou um imenso e lucrativo negócio. A começar por nós mesmos, de maneira que a primeira frase seria piada se não fosse um assunto sério.

Para começar, lembrarei que o Governo não quer me conceder aposentadoria antes que eu complete 65 anos, mas o mercado não me apresenta chance de continuar trabalhando se eu tiver mais de 50... Qual o grande negócio para o Governo, o mais lucrativo nesse cenário? Eu terei contribuído por anos e anos mas não farei jus ao recebimento do benefício ao final de minha vida útil.

Na hipótese de eu, como efetivamente ocorreu, ter conseguido navegar pela intrincada burocracia e ter conseguido me aposentar com benefício reduzido por idade, pedágios e outras armadilhas mais, o Governo trata de me matar aos poucos concedendo-me anualmente reajustes de benefício ridículos frente não só à inflação real, como frente aos próprios aumentos por ele autorizados em remédios, planos de saúde, etc. A intenção é matar-me mesmo, de preferência bem rápido! 

Cadeia alimentar, um exemplo

É bem verdade que a Natureza dotou os seres vivos de prazo de validade. Todos nascem, crescem, amadurecem, produzem, reproduzem, declinam, envelhecem, morrem. Sabemos que no mundo animal, muitas espécies deixam para trás os mais velhos e doentes para serem devidamente consumidos pela cadeia alimentar. Contudo, a sociedade humana evoluiu e decidiu que tinha de lidar com a parte final desse ciclo natural concedendo políticas de sustentabilidade para aqueles que, sozinhos, não teriam como sobreviver nos derradeiros momentos. 

É um assunto para anos de estudo, não tenho formação. Gostaria apenas de levantar minhas incertezas com relação a meu próprio prazo de validade. Vejo um futuro cinza chumbo (não se deve mais dizer negro, é politicamente incorreto) por conta do comentado nos parágrafos acima. Acrescentaria minha avaliação pessoal de que a sociedade atual, veloz e ancorada em valores fugazes, não consegue mais ver 20, 30 anos à frente. Não existe hoje em dia estudo devidamente abalizado que possa, com razoável margem de segurança, definir como estará se comportando a humanidade nas próximas décadas. A base de dados muda mais rápido que as teses e suas conclusões.

Apple iPad 3














Como então uma sociedade atual deve se preparar para o momento em que o prazo de validade de seus cidadãos se esgotar? Vai matá-los indiretamente, aos poucos, como faz o Governo brasileiro com sua política de aposentadoria? Ou será com programas de extermínio em massa, como em novelas de ficção científica? Com os recursos naturais sendo espoliados, não demora o Planeta Terra não terá mais como alimentar todos os seus habitantes. Nessa hora, a prioridade será dada aos produtivos, teoricamente os mais jovens. Portanto, integrantes da 3ª Idade, Feliz Idade ou epítetos similares, preparem-se! Vivam ao máximo seu momento atual, o amanhã é incerto e cinza chumbo!































Créditos das imagens:
Cadeia alimentar: infoescola.com
Velhice (casal): ipbacg.org.br
iPad 3: Apple

2 comentários:

Gusmão disse...

Que houve com este post, Carrano?
Entrou e saiu do ar.
A questão proposta pelo Autor é muito delicada. Também eu, como ele afirma, não conheço a matéria suficientemenete para debater.
Acho que você, por ser advogado, deve saber melhor do que eu e ele, sobre a existência de lei tratando do assunto.
A lei pode até ser absurda, mas é lei.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Foram problemas de edição, meu caro Gusmão.
O formato que está publicado ainda está sob análise. Estou aguardando contato do Freddy.
Existe, sim, norma legal disciplinando a questão de prazo de validade. Até vassoura entra na regra. Coisas do Brasil.
Abraço