14 de fevereiro de 2025

Casa de Retiro São Francisco

Uma viagem mal planejada, para Salvador, em alta temporada e sem reserva em hotel, resultou em conhecer a Casa de Retiro São Francisco, localizada em Brotas, bairro da capital dos soteropolitanos.

Morava em São Paulo e, em férias, vinha para Niterói, como de praxe. Aqui chegando, conversa vai conversa vem, eu e Wanda cogitamos ir até Salvador, como prêmio pelo degredo em São Paulo, onde trabalhava no Grupo Matarazzo.

Resolvi ligar para nossos padrinhos de casamento para especular sobre a possibilidade do casal nos acompanhar.

Deu-se que eles toparam e resolvemos ir, a todo risco, numa Brasília que eu acabara de comprar.

Preparamos a schedule, que envolvia deixar nossos dois filhos fora da aventura, por várias razões, inclusive espaço  no automóvel.

Um ficaria em Niterói com a avó paterna. O outro deixaríamos em Cachoeiro de Itapemirim, que seria nossa primeira parada, na casa dos avós maternos.

No dia seguinte rumamos em direção ao norte capixaba - São Matheus e Linhares - onde almoçamos e logo depois entramos em território baiano.

Resolvemos dormir em Eunápolis, cidade ao Sul do Estado. Num motel.

No dia seguinte, finalmente,  chegamos a Salvador onde começamos a via crucis para conseguir hotel para ficarmos pelos próximos 5 dias.

Depois de peregrinarmos por vários hotéis, num deles (o último que tentamos) a recepcionista acrescentou à resposta negativa dos demais, que deveríamos tentar a Casa de Retiro de São Francisco, em Brotas.

Rumamos para lá com poucas esperanças e exaustos. Mas deu tudo certo.

Acomodações humildes, extremamente limpas e com cheiro de limpeza. Mobiliário rústico e roupas de cama e banho feitas de tecido de algodão que bem poderiam ser utilizados em sacos de farinha.

O café da manhã, incluído no preço da diária, era frugal. Leite, pão, manteiga e café. Sem trocadilho, bem franciscano o dejejum.

O preço muito abaixo do praticado nos hotéis nos quais teria coragem de me hospedar, e $$$$$ para pagar.

A seguir imagem da fachada e locais internos, onde os dois casais ficaram hospedados durante 5 dias. Estou apoiando uma arara, retirada do viveiro.







Agora apresentada a Casa de Retiro de São Francisco, vou contar o que aconteceu com ela.

Vejam as imagens em:

Viram? Prédio degradado, abandonado, não será, entretanto, demolido. Vai se transformar em hospital.

A derrubada da Casa de Retiro São Francisco seria um crime cultural, religioso, histórico, contra a memória de Salvador. 

A Casa de Retiro São Francisco, em Salvador, foi fechada em janeiro de 2011, por problemas financeiros, depois de 61 anos de funcionamento.

O terreno foi doado pela Ordem Franciscana e o casarão foi erguido através de doações da sociedade. Residência das irmãs franciscanas hospitaleiras, a Casa de Retiro funcionou como hospedagem para turismo religioso, centro de eventos religiosos e culturais, além de prestar atendimento médico e odontológico de graça à comunidade.

A Casa de Retiro São Francisco é considerada uma das três construções neocoloniais de Salvador pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, embora não seja tombada.


8 comentários:

Jorge Carrano disse...

Com todos os percalços, foi uma das viagens mais prazerosas que fizemos, eu e minha mulher.
A culinária é fantástica e o acolhimento dos baianos é nota dez.

Jorge Carrano disse...

Se tivemos contratempos na ida, imaginem a volta, quando trouxemos um mico, um papagaio, dois berimbaus, um atabaque e uma enorme imagem de Nossa Senhora, entelhada em madeira, comprada pelo parceiro de viagem no Mercado Modelo.
Sem mencionar que em Cachoeiro de Itapemirim tinha que pegar meu filho de volta.
Chegamos cansados mas felizes. Nunca consegui tirar no berimbau o acompanhamento da capoeira (rsrsrs).

Jorge Carrano disse...

Considerando que a distância entre São Paulo (de onde sai) até Salvador, pela BR 101 é de 1922 quilômetros, quando retornei a São Paulo, no final das férias, havia percorrido quase 15.000 Km considerando os desvios (entrada em Cachoeiro e em Porto Seguro).

Jorge Carrano disse...

A arara em meu braço era do viveiro do local existente no jardim interno.

RIVA disse...

Sem querer complicar sua vida, até porque já prescreveu, o que vocês fizeram com o mico e o papagaio ? kkkkkkkkkkkkkk

Inimaginável, para mim, uma viagem dessas de automóvel.

Nós, privilegiados, que conhecemos outros países, ficamos arrasados com o que vemos lá fora na preservação de TODOS os locais que fizeram parte da História local.

Jorge Carrano disse...

Bem, tanto o mico quanto o papagaio foram residir na casa de meu amigo, companheiro de viagem, que morava numa boa casa em São Francisco (não lembro se ainda tinha o saco - rersrs).
Imagino, caro Riva, que se não foi para eles o melhor dos mundos, pelo menos se livraram da maior feira livre da Bahia, na época a "Feira de Água de Meninos", onde se acha de tudo.

Jorge Carrano disse...

Ninguém perguntou, mas o atabaque e um berimbau eram para mim.
Foram usados como tais (instrumentos mal tocados), peças de decoração na casa de São José de Imbassai, e com o tempo viraram trambolhos que custei a me desvencilhar.

RIVA disse...

Geralmente 99,99% desse atabaques e berimbaus viram peças de decoração ......rsrsrsrs