Se você nasceu em Niterói,
há mais de sessenta anos, ou sua família mudou para esta cidade na mesma época
mencionada, como é o meu caso, há de se lembrar dos cinemas da cidade, a menos
que seja vítima de Alzheimer.
Ou não gostasse de
cinema. Pena!
Pena estar com
diagnóstico de Alzheimer e também por não gostar de cinema.
Tem um sitio na internet
que apresenta fotos e pequeno resumo dos mais conhecidos cinemas de rua da
cidade.
Se menciono "cinemas de
rua", é porque atualmente eles quase que só existem no interior de shoppings
centers.
Que me recorde, no tal
blog há omissão apenas do cinema que eu mais frequentava, porque era mais próximo de
minha casa, era barato e exibia dois filmes por sessão, além de seriados
eventualmente. Falo do cine "Rio Branco", na Rua Visconde de Rio Branco.
Não, não era “pulgueiro”,
como era por exemplo o Imperial, o mais majestoso em matéria de arquitetura.
Vá até o blog citado
utilizando o link acima. Mas deixe isto para depois porque vou explicar a razão
do título do post não aludir a um cinema e sim a um dos mais antigos
cafés/bares da cidade.
A razão é simples e
não é engraçado e nem inusitado. É que ontem, me dei conta de que o Café Sul América
está ainda em funcionamento. Diferentemente do Santa Cruz que fechou as portas.
Estes dois cafés
ficavam na mesma quadra, um na esquina com a Rua da Conceição e o outro (o Sul
América) na esquina com a Rua José Clemente, ambas defronte e estação das
barcas.
O que as meninas que
serviam o café ouviam de piadinhas, cantadas e propostas indecentes não era
normal.
As outras mulheres
muito assediadas, das que trabalhavam no centro da cidade, eram a manicures. No "Salão Líder", pricipalmente.
Mas isto também nada tem
a ver com o Sul América, que ainda vende charutos, motivo de minha ida até lá
ontem.
Como uma coisa puxa
outra lembrei da polêmica, aqui no blog, sobre o nome da bebida servida num balcão dentro do
"Banco Lotérico": para uns era Hidrovita, para outros (que estão com a razão) era
Hidrolytol.
E qual é a relação
do Banco Lotérico com os citados cafés? É que o Banco Lotérico era uma loja que
vendia bilhetes de loteria, e ficava entre os dois cafés. Também fechou.
Rastreando em busca de
imagens para o post d’outro dia, achei estas abaixo que evocam a Niterói desta
época. Inclusive a fachada do Banco Lotérico.
Todos os estabelecimentos que funcionavam naquela quadra defronte à estação das barcas encerraram suas atividades, fecharam as portas. Com uma exceção.
Da esquerda para a direita, de quem de frente olha a quadra delimitada pelas ruas da Conceição e José Clemente: Café Santa Cruz, Banco Lotérico (e o Hidrolytol), Padaria Modelo (Pão Quente), Cine Central, Loja Central (vendia frios e laticínios e massas frescas) and at last, o "Café Sul América".
O "Café Sul América" é único sobrevivente, nesta quadra do centro, nestes sessenta anos.
Daí que merece esta citação honrosa.
Um comentário:
Belo "post", como você gosta de chamar seus escritos, Carrano. As fotos com que você ilustrou a matéria nos dão saudade de uma Niterói que não mais existe. Pior para quem não a conheceu...
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