CANTO
DO RIO FOOT-BALL CLUB
Calfilho
Quando minha família decidiu
morar em Niterói, em 1949, fixamos residência no prédio situado na esquina da
Av. Amaral Peixoto (ex-Duque de Caxias) com a rua Visconde do Uruguai. Era um
edifício de dez andares, um dos primeiros da nova avenida, que seria a mais
importante da cidade. Fora construído pelo banco mineiro “Ribeiro Junqueira”,
sendo utilizado até o quinto andar por repartições públicas como a LBA e o
SESI, segundo me recordo.
Do sexto andar para cima era destinado a residências,
quatro por andar. Meus avós maternos já haviam adquirido o apartamento de
número 701, onde viemos morar depois que voltamos da breve temporada em
Fortaleza. Como não nos adaptamos à capital cearense meu pai decidiu voltar para
o Rio de Janeiro, onde trabalhava no Ministério da Saúde e na Legião Brasileira
de Assistência, médico pediatra que era.
Como
chegamos no meio do ano de 1949, foi minha mãe a encarregada de me alfabetizar,
pois não consegui matrícula em nenhum colégio. Já em 1950, quando completei
oito anos em março, fui matriculado no Grupo Escolar Getúlio Vargas, no bairro
de São Domingos. Ali também funcionava o Instituto de Educação, que formava
professoras primárias. Fui matriculado na terceira série primária, graças ao
bom aprendizado que tivera de minha mãe.
Naquele
ano era disputada a Copa do Mundo no Brasil, a primeira depois do fim da
Segunda Grande Guerra Mundial. Já sabendo ler e escrever, comecei a acompanhar com
interesse as notícias sobre futebol no jornal que meu pai trazia diariamente
para casa.
Com
meus irmãos, ainda bem novos, ensaiava os primeiros chutes numa bola de
borracha, no hall do andar em que morávamos. Meu pai acabou comprando o
apartamento 901, do mesmo prédio, a ser pago em suaves prestações mensais pela
antiga tabela Price. No colégio, na hora do recreio, além da bola de gude,
conseguia vaga numa pelada ou outra, jogada com bola de meia.
Ainda
não torcia por nenhum time de futebol, mas já fora ao Maracanã por algumas
vezes, levado por meu pai. Vi alguns jogos do Vasco, então o melhor time do
Brasil, o “Expresso da Vitória”, base da seleção brasileira que acabara de
perder a Copa do Mundo para o Uruguai, em pleno Maracanã. Vi o Flamengo, o Fluminense,
o São Cristóvão, o Madureira, o Bonsucesso, sem me definir por algum deles como
torcedor. Meu pai, apesar de gostar muito de futebol, não era fanático como eu
viria a ser no futuro. Para dizer a verdade, não cheguei a saber realmente para
qual time ele torcia. Gostava muito do Vasco, mas também se empolgava num jogo
do São Cristóvão.
Daquela
época, lembro-me bem de ter visto jogar: Barbosa, Augusto, Eli, Danilo, Friaça,
Maneca, Ademir, Jair da Rosa Pinto e Chico (pelo Vasco); Castilho, Píndaro e
Pinheiro; Vítor, Lafayete, Telê, Orlando, Rodrigues (pelo Fluminense); Garcia, Biguá,
Pavão, Jordan, Dequinha, Rubens, Benitez, Esquerdinha (pelo Flamengo); Gílson,
Bob, Richard, Ruarinho, Dino da Costa, Vinícius (pelo Botafogo); Irezê, Bitum e
Weber (o último, muito tempo depois, meu colega na magistratura – pelo
Madureira); Santo Cristo (pelo São Cristóvão) e Zizinho (pelo Bangu,
transferido do Flamengo depois da derrota na Copa do Mundo).
O
Vasco foi o campeão carioca de 1950 (O Expresso da Vitória). O Fluminense
conquistou o título de 1951, voltando o Vasco a ser o campeão em 1952.
Nesse
ano, eu e um colega de primário, Lizardo, tentando encontrar um lugar para
praticar esportes, entramos para o quadro social do Canto do Rio Foot-ball
Clube, que ficava situado relativamente perto de nossas residências: a minha,
na Av. Amaral Peixoto, a dele, na rua General Andrade Neves. A sede do clube
ficava na rua da Praia, após o Valonguinho, antes da esquina com a rua Visconde
de Moraes hoje Ernane de Melo.
Era
um terreno grande, com uma casa branca no centro do mesmo. Na frente, cercando
todo o terreno, um muro baixo pintado de branco, com um grande portão de
madeira de cor azul escuro. Do lado esquerdo de quem entrava havia um salão
comprido, onde ficavam duas mesas de sinuca. Depois desse salão, ainda do lado
esquerdo, estava uma quadra descoberta, onde eram realizados treinos de
basquete, vôlei e da novidade da época, o futebol de salão. Na casa funcionava
a secretaria e, atrás da mesma, outro grande salão coberto, onde eram
realizados os bailes de Carnaval e as sessões de cinema, todas as terças-feiras.
Do lado direito, paralela à secretaria, uma outra pequena construção coberta,
onde eram preparadas as equipes de tênis de mesa.
Eu
e Lizardo tentamos praticar todos os esportes oferecidos aos sócios: futebol de
salão, vôlei, basquete e tênis de mesa. Acabamos nos fixando no primeiro e no
último.
Com
a frequência diária no clube, ficamos sabendo um pouco mais sobre o mesmo. Era
um dos mais antigos de Niterói, fundado em 1913. Os clubes da Zona Sul
niteroiense eram tidos como mais elitizados, como o Central e o Regatas. O
Canto do Rio era considerado como um clube mais popular, voltado para as camadas
mais humildes da população. Outros clubes, de menor expressão eram o Gragoatá,
o Humaitá, o Fonseca e o Fluminensinho da Ponta d’Areia.
O
Canto do Rio, por influência do antigo interventor e então governador do
Estado, Ernani do Amaral Peixoto, genro do presidente Getúlio Vargas,
disputava, desde a década de 40, o Campeonato Carioca como convidado, apesar de
pertencer a um outro Estado. Lembro-me que uma das camisas que seus jogadores
usavam era de cores azul e branco, em pequenos quadrados, semelhantes àquelas
hoje utilizadas pela seleção da Croácia, só que estas em quadrados branco e
vermelho.
Em
1953, meu pai levou-me ao Maracanã para assistir o Torneio Início, que abria a
temporada daquele ano. Pena que esse torneio não mais existe, perdido na
memória de quem viveu a década de 50 do século passado. Era a oportunidade que
os clubes cariocas tinham de apresentar as novas contratações, seus novos
craques. Verdadeira festa do futebol. Numa mesma tarde de domingo, começando às
12 horas, os times se enfrentavam em partidas eliminatórias de 10 minutos cada
tempo. E, nesse ano, vi o Canto do Rio ser campeão, para surpresa de todos,
pois era considerado uma equipe pequena, de menor expressão.
Continuei
a viver de modo mais intenso o dia a dia do clube, já agora passando a acompanhar
os jogos do time de futebol no Estádio Caio Martins. Quando o Canto do Rio era
o mandante, as partidas de aspirantes (começavam às 13horas e 15 minutos) e
principal (começavam às 15 horas e 15 minutos). E, na sede do clube, tive a
oportunidade conversar com vários dos jogadores que faziam parte do elenco
cantorriense, que lá iam receber seus ordenados. Fizeram nome no clube:
Zequinha, Osmar, Dodoca, Ary Marron. O jogador-simbolo era Jairo, um ponta
direita baixinho, negro, cabeça raspada, que acho que só jogou pelo Canto do
Rio. Zequinha, centro avante habilidoso, pretendido por vários clubes cariocas,
preferiu ficar no time e em São Gonçalo, onde exercia a profissão de pedreiro.
Já me considerando parte integrante do clube, passei a assistir até alguns treinos
do time de futebol.
A
partir de 1953, o Flamengo passou a reinar no futebol do Rio, ganhando os
campeonatos de 53, 54 e 55. O time era muito bom: Garcia, Tomires e Pavão;
Jadir, Dequinha e Jordan; Joel, Rubens, Índio, Evaristo e Zagallo. Mas, não me
entusiasmei com o time, preferindo torcer timidamente pelo Canto do Rio, mesmo
sabendo que o time nunca ganharia um Campeonato Carioca.
Em
1955, o clube contratou jogadores que já estavam em fim de carreira em grandes
clubes do Rio. Assim vieram do Fluminense Vitor, Lafayete e Veludo (goleiro
reserva de Castilho na Copa do mundo de 1954); do Botafogo, veio Floriano. Em
1956, veio Garcia, que havia acabado de se sagrar tricampeão pelo Flamengo. Eli
do Amparo, também encerrou a carreira no clube. Até que o time teve uma boa
participação no Campeonato daquele ano. O lateral esquerdo Lafayete, quando
parou de jogar, passou a treinar o time.
Time do Canto do Rio F.C. em 1956 |
No
Caio Martins, a social ficava na arquibancada coberta, lado direito da tribuna
de honra, com entrada pela rua Presidente Backer. A pequena torcida
entusiasmada gritava “Cantucha”, “Cantucha”. Depois, um jornalista carioca,
não entendendo direito o grito da torcida alviceleste escreveu que o grito era
“Cantusca”, que acabou pegando.
Já
agora eu fazia parte da equipe de tênis de mesa do clube e ainda tentava um
lugar no time de futebol de salão. O ano era 1955. Vieram os “Jogos Infantís”,
competição patrocinada pelo “Jornal dos Sports”, reunindo clubes e colégios do
Rio e outras cidades, para atletas até 13 e até 15 anos. Eram as duas
categorias em disputa, divididos os atletas por idade, observados aqueles
limites. Consegui vaga na equipe até 13 anos de tênis de mesa.
Equipe de tênis de mesa do Canto do Rio F.C., categorias até 13 e 15 anos, 1955 |
Os jogos foram disputados na sede antiga do Flamengo, na praia do mesmo nome. Não fomos bem, perdendo para o Boqueirão do Passeio.
Lamentei
não ter insistido em disputar vaga no time de futebol de salão. Achei que era
mais fácil ser escolhido para a equipe de tênis de mesa.
No
futebol de salão a equipe até 13 anos foi relativamente bem. A outra, aquela
até 15 anos, tinha simplesmente na linha, atletas do porte de Jardel e Gerson,
mais tarde jogadores profissionais de futebol. Jardel jogou pelo Internacional,
Fluminense e terminou a carreira no Canto do Rio, enquanto Gerson jogou pelo
Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense, tendo sido campeão do mundo em
1970.
Os
carnavais do clube eram famosos e os mais animados da cidade. Havia um baile na
quinta feira que antecedia o Carnaval e outro no sábado, exclusivamente para os
sócios, Depois, nos bailes noturnos de domingo, segunda e terça até os sócios
tinham que comprar um ticket. Havia matinés nos domingos e terças.
O
salão ficava lotado, o pessoal se divertia muito, o lança perfume rolava à
vontade. Muitos namoros, algumas brigas. Havia a turma dos “mais velhos”, os
“Dragões”, fantasiados de preto, que faziam uma espécie de polícia interna do
salão, mas que adorava uma briga. Um bloco do clube percorria o centro da
cidade nas manhãs de domingo.
O
cineminha também era muito concorrido, enchendo o salão de associados que,
pretextando ver um bom filme, procuravam a namorada ou o namorado. Terças às 20
horas.
Voltando
ao futebol, eu e meu amigo Antonio Matheus, nos anos finais da década de 50,
acompanhamos os jogos do Canto do Rio em diversos estádios do Rio de Janeiro,
como General Severiano, Laranjeiras, São Januário, Bariri e, claro, Maracanã.
O
Canto do Rio, no início dos anos 60, contratou uma firma incorporadora, que
começou a vender títulos de sócio patrimonial, extinguindo as antigas
categorias de sócios atletas, contribuintes
e efetivos. Demoliram a sede antiga e demoraram vários anos para
construir outra. O time de futebol deixou de disputar o Campeonato Carioca em
1964.
Depois
que fui trabalhar no Banco do Brasil, na cidade de Cantagalo, deixei de frequentar
o clube. Nele só voltei por volta de 1975, quando fui levar minha filha, então
com nove anos, para aprender a nadar na escolinha do clube.
A
sede estava totalmente modificada. A velha casa branca, onde ficava a
secretaria, fora demolida. Duas enormes piscinas ocupavam seu lugar. Onde havia
o salão com mesas de sinuca, agora era ocupado por uma piscina menor. A quadra
de esportes fora substituída por outra de tênis. O salão de bailes e cinema
agora era uma quadra coberta de múltiplas funções.
Meus
filhos ali aprenderam a nadar e dois deles jogaram futebol de salão pelo clube.
Paulo Afranio, o “Guguinha” campeão niteroiense de futebol de salão em 1983. |
Alguns
dizem que o clube ficou mais bonito, mais moderno...
Até
pode ser...
Mas,
perdeu aquele romantismo, aquele ar de importância que tinha nos anos 50...
Nota do blogueiro/editor: O Calfilho que assina esta postagem é o Juiz de Direito aposentado Carlos Lopes Filho. Conheci o Carlinhos, como o tratávamos na época, no Liceu Nilo Peçanha, de Niterói. Fizemos uma boa camaradagem e vivemos algumas aventuras, por ele relatadas num livro de titulo "Lembranças do Meu Liceu - 1953 1959".
Tive o privilégio de ser convidado para a comemoração de seu aniversário de emancipação, ocorrida no apartamento da Av. Amaral Peixoto, citado no texto, onde ele morava.
Esta emancipação, outorgada pelo pai, ocorreu num ritual interessante, que me surpreendeu e encantou, pelo ineditismo. O simbolismo foi o corte do cordão que o prendia pelo polegar.
Tempos depois, já na acasa em São Francisco, onde ele foi morar, quando seu pai, uma figura respeitável, culta e educada, comprou o primeiro carro da família, lá estava eu dando com eles a primeira voltinha no automóvel.
Já disse aqui no blog, e repito, as amizades sinceras, sólidas, são feitas na infância/adolescência. Com raríssimas exceções.
Nota do blogueiro/editor: O Calfilho que assina esta postagem é o Juiz de Direito aposentado Carlos Lopes Filho. Conheci o Carlinhos, como o tratávamos na época, no Liceu Nilo Peçanha, de Niterói. Fizemos uma boa camaradagem e vivemos algumas aventuras, por ele relatadas num livro de titulo "Lembranças do Meu Liceu - 1953 1959".
Tive o privilégio de ser convidado para a comemoração de seu aniversário de emancipação, ocorrida no apartamento da Av. Amaral Peixoto, citado no texto, onde ele morava.
Esta emancipação, outorgada pelo pai, ocorreu num ritual interessante, que me surpreendeu e encantou, pelo ineditismo. O simbolismo foi o corte do cordão que o prendia pelo polegar.
Tempos depois, já na acasa em São Francisco, onde ele foi morar, quando seu pai, uma figura respeitável, culta e educada, comprou o primeiro carro da família, lá estava eu dando com eles a primeira voltinha no automóvel.
Já disse aqui no blog, e repito, as amizades sinceras, sólidas, são feitas na infância/adolescência. Com raríssimas exceções.
22 comentários:
Carlinhos,
Seu pai, certamente torcia pelo Vasco. Afinal era um homem inteligente e de bom gosto.
Curioso como naquela época o São Cristóvão tinha torcedores. Um tio meu torcia pelo simpático clube da Rua Figueira de Melo.
Não me pergunte como, mas frequentei, por dois anos, o sábado de carnaval no Canto do Rio, sem ser sócio. Coisa de amigos que me levaram. Lembro dos “Dragões” que policiavam o baile e protegiam as meninas indefesas.
Lembro de uma excursão do Canto do Rio à Europa, quando o time foi dirigido pelo nosso professor de educação física e bom amigo, Alber Pessanha.
Muito grato por aceitar meu pedido para escrever sobre o Cantusca, para perpetuar aqui neste espaço virtual, o clube simpático e querido dos niteroienses.
Não tenho intimidade com o Carlos Lopes, nem mesmo o conheço, mas sei que somos os únicos botafoguenses conhecidos aqui no blog, porque o Carrano comentou recentemente sobre isso.
Que diferença da equipe atual para os tempos de Didi, Quarentinha, Nilton Santos, Jairzinho, Gerson, Roberto, Pampolini e especialmente Garrincha.
O time mais antigo do Botafogo que eu me lembro era formado por Oswaldo, Gerson e Santos, Arati, Bob e Juvenal, Paraguaio, Geninho, Pirilo, Otávio e Braguinha.
Não vi este time jogando, mas lembro da escalação ouvindo pelo rádio e botando os nomes em meus botões.
Aos mais jovens, alerto que o Santos desta zaga mencionada pelo Gusmão, é o “Enciclopédia”, campeão mundial em 1958. No meio campo, como centro médio, vez ou outra jogava o Ruarinho, no lugar do Bob.
Pirilo - Silvio Pirilo - quando parou de jogar virou um técnico até bem-sucedido.
Nesta época os clubes do Rio disputavam o mais emocionante campeonato regional. Aqui era o Distrito Federal e tínhamos 6 (seis) clubes considerados grandes, pois América e Bangu tinham bons times.
Fui ver na Wikipédia e verifiquei que o nome correto do jogador/treinador, era Sylvio Pirillo. Ele chegou a jogar na Peñarol.
Carrano: obrigado por me ter honrado, com a transcrição em seu blog, na íntegra, da matéria que te enviei sobre minhas lembranças do Canto do Rio F.C.
Cometi uma omissão imperdoável: deixei de mencionar a excursão que o clube fez à Europa, no início da década de 60 do século passado, sendo a equipe dirigida por nosso professor de Educação Física no Liceu e meu amigo particular, Alber Pessanha, que era seu vizinho no prédio da Av. Feliciano Sodré e cujo apartamento muito frequentei na sua juventude. Tive o prazer e a honra de conhecer sua esposa e filhos, cuja convivência foram muito importantes em minha formação como adulto.Ainda bem que você corrigiu minha falha.
Dirijo também aqui uma palavra ao seu amigo Gusmão, que também não conheço pessoalmente, mas que hoje deve sofrer como eu as mesmas aflições e temores por sermos torcedores do Botafogo. Foi aquele time que ganhou o campeonato de 1957 sobre o Fluminense, numa espetacular vitória de 6 X 2, que definiu a minha preferência como torcedor. Ficamos mal acostumados vendo Nilton Santos, Didi, Quarentinha, Garrincha, Paulinho Valentim e mais tarde, Manga, Cacá, Zé Maria (contra quem joguei algumas vezes futebol de salão em Neves, na quadra do Hime antes dele jogar no Canto Do Rio e depois Botafogo), Rildo, Pampolini, Amarildo, Zagallo, Rogério, Jairzinho, Afonsinho, Nei Conceição e tantos outros. Hoje somos obrigados a ver Aírton, Fernandes, Gegê, Salgueiro vestindo a camisa alvinegra.
Faço uma referência também aqui a Richard, excelente centro-médio do Botafogo na década de 50 e com quem tive o prazer de disputar várias partidas de futebol soçaite, num clube da Justia, chamado "Data Venia", no campinho da Escola de Educação Física que fica em frente à sede do Botafogo, no Rio de Janeiro.em meados dos anos 70.
A alegria é minha, Carlinhos, por me ter permitido a publicação.
Foi interessante recordar fatos relativos ao Cantusca, alguns inclusive que haviam caido no esquecimento, como a antiga sede.
Nada entendi de futebol hoje e não sei as escalações cono vcs. Lembro , porém com clareza dos bailes de Carnaval com os Dragões circulando com cara de mau, mas enorme condescendência com o consumo de dexamil e outras anfetaminas que eram liberadas na época.Fora do Carnaval não freqüentei o clube, mas tinha um carinho bairrista pelo time.
Conheci um médico de nome Luzardo, na década de 70. Trabalhamos no Dept de Educação Física do governo do RJ. Seria seu amigo?
Odeio digitar longos textos no celular. O dedo sempre resvala e provoca erros. Desculpem-me.
Peguei a fase do Franz como goleiro do Cantusca. Fui goleiro até os 14 anos de idade, e meu único ídolo no futebol é o Castilho.
Fui a muitos jogos no Caio Martins contra o América (sempre teve um grande time nessa época, com Ari no gol), Botafogo (o goleiro era o Cao), Flu e Fla raramente iam no Caio Martins, no Vasco o goleiro era o Ita. Isso sem falar em jogos do Cantusca contra Olaria, Bonsucesso, Campo Grande, Madureira, etc.
Certa vez, não lembro em que ano, depois de passar uma enorme temporada sem uma vitória sequer, o Canto do Rio ganhou do Bonsuça por 2x1 no Caio Martins ! Deu a volta olímpica para delírio da sua torcida !!
Caraca, escrevo sentindo o cheiro dos fogos quando os times entravam em campo !
Bons tempos ...
Não, Ana Maria, o LIZARDO que mencionei na matéria foi meu colega no primário e no ginasial no Liceu. Quando ele terminou esse curso foi para a Marinha, tendo eu perdido completamente o contato com ele. Frequentávamos muito a casa um do outro e fomos companheiros da equipe de tênis de mesa do Canto do Rio, em 1955. Eu sou o último da foto e ele o penúltimo. Soube há alguns anos que ele havia falecido. Prazer em revê-la Ana Maria, eu que não a vejo desde seu aniversário de 15 anos. Eu também não gosto de digitar no celular.
Vocês não gostam? Eu não consigo. Por isso não respondo mensagens que entram no celular. Para falar comigo tem que ser telefone ou e-mail, que respondo no notebook.
O Dr Lizardo que conheci morreu precocemente na década de 70.
Não fui aluna do prof Alber, mas como o a outor do post referiu, fomos vizinhos. Alem disso dei aulas particulares para a fiha mais velha do casal Alber e Lucia. Alcia foi uma aluna atenciosa e inteligente.
Onde andarão?
A última informação que tenho sobre o Alber, e tem alguns anos, dada pelo Hermes Santos (que o Carlinhos conhece), é de que ele estava morando em Rio das Ostras.
Como o Alber foi professor de educação física também no Ginásio Nilo Peçanha (que ficava no Largo do Barradas), além do Liceu Nilo Peçanha, era também amigo do Hermes.
Além do clube, chamávamos também o final da Praia de Icaraí de Canto do Rio.
O bonde tinha este nome. Vejam neste sitio:
http://grupoprazerdejogar.blogspot.com.br/2009/08/niteroi-do-passado.html
Você lembra que tipo de comércio tinha no local?
Era uma lanchonete ou um posto de gasolina?
Lembro-me de um bar na pracinha do Canto do Rio, final de Icaraí.
Se depois virou posto, não lembro...
Meu pai comprou títulos do Canto do Rio quando foram lançados, um deles em meu nome. Caducaram anos depois sem que me lembre de jamais ter frequentado o clube.
Era um bar. Meu pai me levava ali para comer cachorro quente.
Interessante que o autor do post está adaptado ao estilo do blog, fazendo um passeio por diferentes mas interligados assuntos. Falou de si, da família, do local de residência, de seus esportes, e de futebol, mas mantendo o foco no CRFC.
Bem observado Gusmão. O texto ficou no espirito do Generalidades, embora imagino que sem intenção do Carlinhos.
Mas nós aqui fazemos posts varietais também. Nem todos são blended ou assemblage (rs).
A propósito o Carlos Lopes não gosta da palavra post. Prefere dizer ou escrever matéria, por exemplo.
Pinçando o último parágrafo da matéria, quantas coisas em nossa vida perderam a importância, o romantismo dos anos 50 e 60 .... vou citar algumas que me vêm ( ou seria vêem ?) rápido na memória, muitas já mencionadas aqui em algumas matérias :
- o bate papo com os vizinhos nas calçadas, em nossas confortáveis cadeiras
- a entrada dos nossos times em campo com fogos e muita alegria, sem perigo para ninguém
- cadê os pardais, que faziam o maior barulho todas as tardes às 6 horas, nas árvores de Niterói ?
- a entrega do pão e do leite na porta da nossa casa
- brincadeiras de rua : escambida, pique esconde, carniça, bola de gude, amarelinha, pera uva ou maçã (rs), etc
- as aulas do Primário e do Ginasial ...adorava História e Geografia.
- nossos estojos com canetas, lápis e borracha, nossas pastas com os cadernos (detestava ajudar a encadernar no início do ano escolar rsrsrs)
- meu cachorro vira-lata Boy, que ia e voltava sozinh na rua. Os cachorros dos vizinhos : Toby, Nero, Titino, Dunga, Fúria, Peri, Bingo e tantos outros.
- a pizza da Italiana na rua da Conceição
- a Gruta de Capri, quando ainda tinha um varandão na calçada
- o Cinema São Bento, o Mandaro e o Icaraí ..quantas sessões, quantos filmes com os amigos do Pé Pequeno.
- os bailes no Central, Pioneiros, Regatas, mirando a garota escolhida para tirar para dançar
- o Guarda Noturno que passava na minha rua
- a carrocinha da Kibon e o cara com o pirulito Tringuilim
- o medo da Carrocinha de Cachorros da Prefeitura
... melhor parar .....
Riva o seu comentário daria um post. Por que não estende o tema e desafia outros frequentadores do Pub?
Oi Ana, só agora vi seu comentário porque já tinha virado a página dessa matéria, mas resolvi dar uma olhada.
Acho que já escrevemos sobre esses "quadros pendurados nas paredes da nossa memória", plagiando a Alessandra sumida. rsrs
Mas é um caso a pensar, talvez com uma outra formatação. Valeu.
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