Não ia comentar a absurda seleção de futebol, publicada pela revista World
Soccer, a partir de consulta a 73
jornalistas em todo o mundo e que seria, segundo aquela publicação, a melhor de todos os tempos.
Mas são tantos os equívocos, as omissões imperdoáveis e as
patriotadas evidentes, que resolvi meter a colher critica.
Para começar, uma revista editada no Reino Unido com o nome
de World Soccer não merece muito crédito. Por que não Football, muito mais
adequado, desde que o esporte foi criado na Inglaterra, em 1863, com o nome de
Football Association?
Seria mais apropriado, posto
que o este esporte é praticado entre duas equipes com 11 jogadores, cada uma,
que têm como objetivo fazer a bola ultrapassar, deslocando-a com os pés, a linha demarcatória embaixo de uma baliza,
sendo marcado então o goal, ou simplesmente gol, para nós.
Ora, soccer é coisa de americano que joga football com as mãos, só aplicando os pés numa bola
(risível pois nem esférica é) excepcionalmente, em alguns momentos.
Mas vamos logo ao cerne, para apontar, a meu juízo, os
maiores absurdos. Vale frisar, entretanto, que estou com 73 anos e vejo futebol
desde os 10 anos de idade.
Estava no Maracanã no célebre jogo da marchinha “Toradas em Madrid”, entoada por um coral de mais de 150 mil vozes e que serviu de fundo musical para uma massacre de nossa seleção contra a espanhola sapecando-lhe 6X1.
Estava no Maracanã no célebre jogo da marchinha “Toradas em Madrid”, entoada por um coral de mais de 150 mil vozes e que serviu de fundo musical para uma massacre de nossa seleção contra a espanhola sapecando-lhe 6X1.
Neste jogo, primeiro que assisti em estádio, estava em campo um dos maiores jogadores de
futebol que vi jogar. Eu e os de minha geração, inclusive o maior de todos os
jogadores, desde sempre, Pelé.
Não pode ser levada a sério uma seleção que não escala
Zizinho, e não aceito que retruquem, a menos que, tendo-o visto jogar, o interlocutor explique as razões de
sua objeção, com ponderáveis argumentos.
São gritantes outras omissões, como Puskas, goleador húngaro
integrante da famosa e histórica seleção de 1954 (que nos engoliu na Copa), e do Real Madrid, onde jogou com Di Stefano,
eleito pela revista conforme verão abaixo.
Não me perguntem no lugar de quem eu colocaria outros nomes
que não figuram na seleção da revista, pois meu objetivo é só questionar, não
consertar injustiças.
Antes de publicar, na sequência, a tal seleção que estou
açoitando, em parte, porque ela contém nomes inquestionáveis, como Pelé, vou
enumerar, na minha visão de apaixonado pelo esporte, alguns nomes que precisam
ser mencionados quando o assunto é futebol de alto nível: Garrincha, Nilton
Santos, Breitner, Carlos Alberto Torres,
que foi mais completo do que Cafú,
escalado pela revista a partir de votos de jornalistas (provavelmente jovens ou
míopes), Romário, Didi, Ronaldo (o fenômeno, quando era chamado carinhosamente
de Ronaldinho), e até Eusébio.
Goleiro : Yashin
Zaga : Cafú, Bobby Moore, Beckenbauer e Maldini
Meio de campo: Cruyff,
Di Stefano, Zidane e Maradona
Ataque: Messi e Pelé
É um baita time? Sem
dúvida. Mas eu escalaria um outro capaz de enfrentar, de igual para igual, este
da revista que, diga-se, nem sabe explorar os jogadores em suas reais posições.
Beckenbauer de zagueiro? Que desperdício!
7 comentários:
Esse meio-campo não marcaria ninguém.
A seleção ficaria com grande poder ofensivo, mas zero no defensivo.
Time para românticos, estetas, apologistas do futebol arte. Mas nada competitivo.
Assiste razão ao Gusmão (rimando mesmo).
Este time da revista jogaria bonito, mas tenho dúvidas se seria vencedor.
O argumento contrário, caro Gusmão, seria que a equipe de Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe, tomava três gols mas fazia cinco no adversário.
E tem aquela méxima: a melhor defesa é o ataque.
O provável motivo já foi relatado no texto: deve ter sido votação de jornalistas jovens, idiotas ou míopes!
É como se você perguntasse hoje qual a maior invenção da humanidade. Algum idiota ia dizer celular, ou Internet, ou smartphone... Um ou outro lembraria que o homem foi à Lua, ou que inventaram a penicilina. Quando a maior invenção de todas foi a roda...
<:o) Freddy
Tenho mania de sair fora do assunto, mas aprendi isso com o pessoal que enfia futebol no comentário de todos os posts. Por sorte deles, esse já é sobre futebol
<:o)
A escalação de Beckenbauer na zaga foi uma idiotice sem tamanho, nem merece comentário. Concordo com Carrano que omissões como as de Puskas, Zizinho e Garrincha são lamentáveis.
Não concordo com escalações de nomes como Zidane e Messi, por mais que esses jogadores tenham qualidades top. São escolhas visivelmente polarizadas por quem julga pela atualidade.
E ainda acrescentaria mais um detalhe... Nem sempre a escalação de celebridades todas juntas resulta num grande time. Muitas vezes você precisa de um meio termo para servir o craque, como era o caso do famoso Coutinho, parceria notável no ataque do Santos da década de 60.
<:o) Freddy
Estamos mais ou menos afinados, Freddy.
E olha que eu nem falei de Leonidas da Silva, o "Diamante Negro", porque não o vi jogar (Copa de 1938); de Domingos da Guia, para a zaga; ou de Fausto, famoso centro-médio do Vasco, tido e havido como magistral até por meu pai, que era rubro-negro.
Não vi o Fausto, mas vi o Danilo, "o Príncipe", que nem escalei, mas foi sensacional, numa época em que o futebol era jogado em outro ritmo, outra velocidade, e o preparo físico não tinha a importância que tem hoje.
Estou falando de futebol em sugestão de post que acabei de enviar.
Abraços
Por que deixaram o Diguinho e o Leandro Euzébio de fora ? São uns idiotas !!
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