6 de julho de 2013

Seleção chinfrim?

Não ia comentar a absurda seleção de futebol,  publicada pela revista  World  Soccer, a partir de consulta  a 73 jornalistas em todo o mundo e que seria, segundo aquela  publicação, a melhor de todos os tempos.

Mas são tantos os equívocos, as omissões imperdoáveis e as patriotadas evidentes, que resolvi meter a colher critica.

Para começar, uma revista editada no Reino Unido com o nome de World Soccer não merece muito crédito. Por que não Football, muito mais adequado, desde que o esporte foi criado na Inglaterra, em 1863, com o nome de Football Association?

Seria mais apropriado,  posto que o este esporte é praticado entre duas equipes com 11 jogadores, cada uma, que têm como objetivo fazer a bola ultrapassar, deslocando-a com os pés,  a linha demarcatória embaixo de uma baliza, sendo marcado então o goal, ou simplesmente gol, para nós.

Ora, soccer é coisa de americano que joga football  com as mãos, só aplicando os pés numa bola (risível pois nem esférica é) excepcionalmente, em alguns momentos.

Mas vamos logo ao cerne, para apontar, a meu juízo, os maiores absurdos. Vale frisar, entretanto, que estou com 73 anos e vejo futebol desde os 10 anos de idade.

Estava no Maracanã no célebre jogo da marchinha “Toradas em Madrid”, entoada por um coral  de mais de 150 mil vozes e que serviu de fundo musical para uma massacre de nossa seleção contra a espanhola sapecando-lhe 6X1.

Neste jogo, primeiro que assisti em estádio,  estava em campo um dos maiores jogadores de futebol que vi jogar. Eu e os de minha geração, inclusive o maior de todos os jogadores, desde sempre, Pelé.

Não pode ser levada a sério uma seleção que não escala Zizinho, e não aceito que retruquem, a menos que,  tendo-o visto  jogar, o interlocutor explique as razões de sua objeção, com ponderáveis argumentos.

São gritantes outras omissões, como Puskas, goleador húngaro integrante da famosa e histórica seleção de 1954 (que nos engoliu na Copa),  e do Real Madrid, onde jogou com Di Stefano, eleito pela revista   conforme verão abaixo.

Não me perguntem no lugar de quem eu colocaria outros nomes que não figuram na seleção da revista, pois meu objetivo é só questionar, não consertar  injustiças.

Antes de publicar, na sequência, a tal seleção que estou açoitando, em parte, porque ela contém nomes inquestionáveis, como Pelé, vou enumerar, na minha visão de apaixonado pelo esporte, alguns nomes que precisam ser mencionados quando o assunto é futebol de alto nível: Garrincha, Nilton Santos,  Breitner, Carlos Alberto Torres,  que foi mais completo do que Cafú, escalado pela revista a partir de votos de jornalistas (provavelmente jovens ou míopes), Romário, Didi, Ronaldo (o fenômeno, quando era chamado carinhosamente de Ronaldinho), e até Eusébio.



Eis a seleção melhor do mundo da revista World  Soccer:
Goleiro : Yashin
Zaga : Cafú, Bobby  Moore, Beckenbauer e Maldini
Meio de campo: Cruyff, Di Stefano, Zidane e Maradona
Ataque: Messi e Pelé








É um baita time? Sem dúvida. Mas eu escalaria um outro capaz de enfrentar, de igual para igual, este da revista que, diga-se, nem sabe explorar os jogadores em suas reais posições. Beckenbauer de zagueiro? Que desperdício!


7 comentários:

Gusmão disse...

Esse meio-campo não marcaria ninguém.
A seleção ficaria com grande poder ofensivo, mas zero no defensivo.
Time para românticos, estetas, apologistas do futebol arte. Mas nada competitivo.

Jorge Carrano disse...

Assiste razão ao Gusmão (rimando mesmo).
Este time da revista jogaria bonito, mas tenho dúvidas se seria vencedor.
O argumento contrário, caro Gusmão, seria que a equipe de Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe, tomava três gols mas fazia cinco no adversário.
E tem aquela méxima: a melhor defesa é o ataque.

Freddy disse...

O provável motivo já foi relatado no texto: deve ter sido votação de jornalistas jovens, idiotas ou míopes!

É como se você perguntasse hoje qual a maior invenção da humanidade. Algum idiota ia dizer celular, ou Internet, ou smartphone... Um ou outro lembraria que o homem foi à Lua, ou que inventaram a penicilina. Quando a maior invenção de todas foi a roda...
<:o) Freddy

Freddy disse...

Tenho mania de sair fora do assunto, mas aprendi isso com o pessoal que enfia futebol no comentário de todos os posts. Por sorte deles, esse já é sobre futebol
<:o)

A escalação de Beckenbauer na zaga foi uma idiotice sem tamanho, nem merece comentário. Concordo com Carrano que omissões como as de Puskas, Zizinho e Garrincha são lamentáveis.
Não concordo com escalações de nomes como Zidane e Messi, por mais que esses jogadores tenham qualidades top. São escolhas visivelmente polarizadas por quem julga pela atualidade.

E ainda acrescentaria mais um detalhe... Nem sempre a escalação de celebridades todas juntas resulta num grande time. Muitas vezes você precisa de um meio termo para servir o craque, como era o caso do famoso Coutinho, parceria notável no ataque do Santos da década de 60.

<:o) Freddy

Jorge Carrano disse...

Estamos mais ou menos afinados, Freddy.
E olha que eu nem falei de Leonidas da Silva, o "Diamante Negro", porque não o vi jogar (Copa de 1938); de Domingos da Guia, para a zaga; ou de Fausto, famoso centro-médio do Vasco, tido e havido como magistral até por meu pai, que era rubro-negro.
Não vi o Fausto, mas vi o Danilo, "o Príncipe", que nem escalei, mas foi sensacional, numa época em que o futebol era jogado em outro ritmo, outra velocidade, e o preparo físico não tinha a importância que tem hoje.

Gusmão disse...

Estou falando de futebol em sugestão de post que acabei de enviar.
Abraços

Riva disse...

Por que deixaram o Diguinho e o Leandro Euzébio de fora ? São uns idiotas !!