Quando tanto se fala de Copa do Mundo de futebol, e da
reinauguração do Maracanã, tento resgatar, na já desgastada memória, alguns
episódios destes eventos, inauguração do Maracanã e Copa do Mundo no Brasil,
ambos em 1950.
Minha memória mais remota vai me encontrar, aos dez anos de
idade, sendo levado por meu pai e pelo Américo, amigo dele, para o Maracanã recém-inaugurado e ainda inacabado.
O jogo foi inesquecível, mas as circunstâncias em que o
assisti são mais ainda. Sentado, alternativamente, nos “cangote” de meu pai e
do Américo, pois a multidão não comportava no Estádio, em condições normais, ou
seja, cada qual sentado nas arquibancadas de concreto. E eu era pequeno, uma
criança.
Não sei se foi possível contabilizar o público realmente presente, pois
houve invasão de torcedores que forçaram o portão de acesso e conseguiram
entrar com o jogo já em andamento. Mas seriam certamente cerca de 160.000 torcedores.
Era o Brasil e Espanha, com um coral de milhares de vozes
entoando uma marchinha carnavalesca de sucesso (Touradas em Madri), se
não me engano do Braguinha, que tinha um estribilho conhecidíssimo, que era
pouco mais ou menos o seguinte: pararatimbum, bum, bum; pararatimbum, bum, bum.
A letra fazia alusão as touradas em Madrid : "Eu fui as
touradas em Madrid (e ai entrava o pararatimbum), e quase não volto mais
aquiiii, p’ra ver Ceci beijar Peri" (personagens centrais do romance "O Guarani", de José de Alencar.
Goleamos por seis a um (6X1), resultado quase idêntico ao
da partida anterior de nosso scratch nacional, que foi de sete a um (7X1) sobre
a Suécia.
Estas duas pelejas já eram pelo quadrangular final. Dos quatro grupos iniciais classificavam-se os primeiros colocados que disputaram a fase decisiva num sistema que não mais existe, pois não havia um match decisivo, e sim todos enfrentando a todos dentro do quadrangular.
Estas duas pelejas já eram pelo quadrangular final. Dos quatro grupos iniciais classificavam-se os primeiros colocados que disputaram a fase decisiva num sistema que não mais existe, pois não havia um match decisivo, e sim todos enfrentando a todos dentro do quadrangular.
Na fase inicial, de grupos, com quatro participantes
(deveriam ser 16 equipes divididas em 4 grupos com 4 países em cada)*, o Brasil
enfrentou as seleções do México, da Iugoslávia e da Suiça.
Passamos bem pelo México, pela Iugoslávia, e empatamos com a
Suiça, jogando em São Paulo. Aqui cabe um parêntesis. Se hoje resta apenas um
pequeno ranço de rivalidade entre Rio e São Paulo, nas décadas de 1940 e 1950, de
minha infância, esta pinimba, esta birra, era acirrada.
Daí que, como o jogo contra a Suiça seria realizado em São
Paulo, resolveram agradar aos paulistanos e o técnico Flavio Costa escalou jogadores reservas , com alguns que atuavam em São
Paulo, principalmente no São Paulo F. C.
Foto: Google |
E no ataque foi escalado o Baltazar, centerfoward do
Corinthians e artilheiro do campeonato paulista.
Não, não estou dizendo que só empatamos com a Suiça (2X2) por
causa dos paulistas escalados. Foi falta de entrosamento, acomodação e a
inclusão de outros reservas, do Rio de Janeiro, como Maneca e Alfredo.
Ano que vem tem de novo. Copa e Maracanã. Meu receio quanto a um bom resultado
para o Brasil, tem origem em declaração otimista do Zico, feita no programa “Altas
Horas”, do Sergio Groisman: “o Brasil voltou a ser favorito”.
Deus meu, este cara é um pé-frio. Elogiando periga atrair
coisas ruins par nós.
Leiam em http://tvg.globo.com/programas/altas-horas/O-Programa/noticia/2013/07/a-grande-mudanca-da-selecao-a-gente-deve-ao-felipao-afirma-zico.html
* Por problemas de desistência apenas 13 países disputaram a Copa, razão pela qual somente dois dos quatro grupos ficaram completos, com quatro competidores. O do Brasil foi um deles.
4 comentários:
Caro Gusmão,
Teu comentário de hoje está sendo transformado em um post e publicarei amanhã, se não se importa.
Compreendo e aceito sua decisão. Muitos outros seguidores e amigos do blog tomaram a mesma direção.
Eu tentarei resistir aqui nesta trincheira.
Recomende-me à Bernice.
Abraço
Carrano
Meus caros, não acredito nessas coisas de pé-frio, falou vai dar azar, etc. Meu norte é a competência, e em futebol não existe justiça. Apenas a competência.
Nunca vou esquecer da ITALIA de 82, campeã mundial !
COPA do MUNDO é um mata-mata, com o regulamento debaixo do braço. E para tal, precisamos aguardar o sorteio das chaves, para pensar em estratégia.
Sem isso, não dá para imaginar NADA do que poderá acontecer em 2014. De qualquer forma, arrisco semifinais com Brasil, Argentina (sempre), Alemanha e mais um ......
Sds TETRAcolores, porque daqui a pouco tem estresse no pseudo Maraca.
Vejam se é implicância minha, ou se apenas constato uma realidade:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2014/10/elano-faz-de-falta-e-time-de-materazzi-derrota-o-de-zico-em-estreia-na-india.html
O elogio do Zico deu no que deu: 7X1,
Credo!!!
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