Por Jorge Carrano
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Quando conquistadores ingleses chegaram à Austrália, viram um estranho animal, que pulava em duas patas e carregava seus filhotes numa bolsa na barriga. Perguntaram a um aborígene como se chamava. Resposta: Kan Ghu Ru, que virou “kangaroo”, em inglês, quando os indígenas queriam dizer “não te entendo”.
Se fosse hoje, talvez os conquistadores digitassem “kanghuru” no Google e o capitão usasse o Twitter para pedir resgate, depois de colocar o vídeo do naufrágio no YouTube. Apesar de todos os recursos de comunicação à nossa disposição,temos grande dificuldade de nos entendermos.
Essa falta de entendimento vai desde a sensação de estranhamento numa cidade como Nova York, passa pela dificuldade de fazer a leitura correta no ambiente corporativo, até chegar às guerras de fato, onde a falta de entendimento acaba em armas. Estamos todos “on-line”, mas nos tornando surdos digitais.
Nos relacionamos – seja na vida real ou nas redes sociais – com aqueles que têm as mesmas opiniões, hábitos e gostos. Atravessamos o mundo e acabamos comendo no mesmo fast food, sem curiosidade gastronômica.
As tecnologias hoje nos permitem sair para uma viagem já com muitas providências tomadas, fazer passeios virtuais antes de embarcar, conversar com visitantes que foram antes de nós ou com as pessoas que lá moram. Saber o que se come e que roupa levar.
São informações úteis, mas de nada adiantam se estivermos dispostos a ouvir apenas o que já sabemos, nos tornando refratários ao que é diferente.
Experimente deixar o celular em casa na próxima viagem, esqueça o e-mail e dedique-se a conhecer pessoas e lugares. Seja um estrangeiro assumido. Manter a curiosidade e a capacidade de nos surpreendermos é uma parte interessante de nossa jornada.
Mesmo que a gente se confunda com os lugares, ou batize bichos com nomes estranhos.
Nota do Editor: Artigo publicado no jornal O Vale em 18 de dezembro de 2012.
Nota do Editor: Artigo publicado no jornal O Vale em 18 de dezembro de 2012.
10 comentários:
Ainda de ressaca e preguiça, recorro a matéria da lavra de meu primogênito para dar início as publicações do ano de 2013.
Enquanto esquento as turbinas, irei me socorrer nos amigos colaboradores, pedindo que enviem posts para este espaço de generalidades.
O Carlos March, nosso estimado Freddy, já mencionou na entrada anterior (Teste) que tem dois textos em maturação, o que é alentador.
O Gusmão finalmente deu as caras (ou parte dela) e aparece entre os seguidores com imagem humana e não mais escondido atrás de uma careta que servia de escudo para sua imagem.Imagino que seja foto antiga, eis que ele é sessentão, mas pelo menos dá pista para quem o conhece ou conheceu.
Este texto de meu filho me agradou muito e não apenas pelo laço afetivo. Leiam com atenção e verifiquem as verdades que nele se contém.
Obrigado ao Riv4 e ao Freddy por se manterem fieis leitores, como comprovam as prontas respostas dadas ao meu teste de acessos.
Abraços
Carrano, o conselho ao final é bom. Faz parte inclusive de recomendação médica para estimular o cérebro a se manter ativo: conhecer pessoas e lugares diferentes, fazer as mesmas coisas de um jeito alternativo, etc.
No entanto confesso que adoro ter conhecimento prévio de tudo que vou encontrar. É um vício que tenho desde que nasci e que garante muito de minha segurança emocional.
Para dar um exemplo, minha mulher chega a ficar irritada quando eu, minutos antes de uma refeição, pergunto: "-O que vai ter hoje?".
Ela não entende que eu vou curtir melhor se puder antecipar o gosto, a textura, o cheio... É meu modo de ser.
Apesar disso tudo, quero dizer que reconheço a importância da mensagem do texto.
Abraço
Freddy
E ai, gostou de meu retratinho? Eu tinha 25 anos.
Seja bem-vindo, de volta.
Abraço
Gusmão
Ah! Sobre o post, concordo em parte com as observações do Freddy.
Boa Tarde e um Feliz 2013 a todos. Espero que todos vcs tenham aproveitado bem as festas sem ganhar peso apesar de isso ser quase inevitavel.
Este excelente post, confirma aquilo que as pessoas mais novas em geral nao compreendem, porque acham que a facil conectividade e comunicacao existente hoje lhes garante um status social e comportamental que na verdade nao existe. Quando eu era jovem, morei por um tempo numa casa que nem mesmo tinha telefone. Assim, as pessoas eram obrigadas a lidar com "pessoas de verdade", diretamente como tambem descobrir por si so' seus caminhos...
Olá Ricardo, meu caro primo.
É uma alegria te-lo aqui.
Feliz Ano Novo para toda sua família.
Mande-nos notícias sobre as comemorações aí nos USA.
Abração
Em todas as minhas últimas viagens utilizei profundamente os recursos da web para planejá-las. Sou um chato com planejamento e organização, e as ferramentas de hoje me ajudam demais. Lembro como se fosse hoje quando adentrei a ilha de Hilton Head, na Carolina do Sul, depois de 5h de vg de carro e após um vôo de 8h. Estava indo encontrar um dos meus filhos que trabalhava e residiapor lá. Foi como se estivesse entrando em Niterói. Conhecia tudo, as casas, as ruas ...tudo graças à fantástica ferramenta do GoogleMaps e seu bonequinho andante ! O mesmo ocorreu quando adentrei San Francisco, que ainda não conhecia.
Recentemente, na vg a Portugal, foi a web que me proporcionou uma planejamento super assertivo de rotas, hotéis e até restaurantes.
Não consigo me imaginar, hoje, saindo para uma viagem sem essas consultas todas.
Quanto ao celular, nem pensar viajar sem ele. É através dele que hoje estamos plugados em tempo real com nossos filhos. É super importante em emergências de toda natureza - desde que vc carregue os números importantes com vc.
Nos hotéis, onde fico, não resito a uma fuçada nas manchetes da web disponível. Vai que o FRED é vendido, ou o MESSI assina com o meu FLU e eu não fico sabendo ! Ou a Dilma resolve dar 125% de aumento aos aposentados !
É isso, em resumo ... não vivo sem. Já fiz até um post por aqui, que se chama O iPhone e o vaso sanitário. Leiam, pois complementa esse comentário aqui.
Abraços, e sejam todos bem vindos ao nosso querido blog em 2013.
Sds TETRAcolores, trabalhando num upgrade. E estaremos no Marrocos em dezembro !!!
Tb sou controladora e procuro planejar tudo em minha vida. Uma simples ida ao Rio de Janeiro me leva a procurar no Google maps as alternativas de transito, imagine viagens maiores.
Mas só considero que conheci um lugar, se caminhei por suas ruas e interagi com moradores. Isso é fácil para mim que nunca viajei ao exterior.
Interagir com moradores não é meu forte, mas confesso que o que mais me encanta em Gramado é justamente isso: a receptividade do povo local para com os turistas. Senti o mesmo em Bariloche, podem cair de pau.
No mais, apesar de ainda não ser tão meticuloso quanto Riva mas gostar de antecipar o que vou encontrar, acho que consegui conhecer bem algumas cidades sem a necessidade de interagir com seu povo.
Meu melhor exemplo é Munique, onde morei por 7 meses e me sinto em casa, sem saber falar muito mais que Auf Wiedersehen. Isto devido à clareza com que as coisas locais são colocadas para os moradores, nativos ou eventuais.
Só que confesso que pesquisas antecipadas na Internet facilitam demais sua vida hoje em dia. Não dá mais para viver sem a tecnologia.
Abraços
Freddy
Os aficionados por tecnologia (high tech), iriam se sentir como pintos no lixo se fossem a Las Vegas para acompanhar a Consumer Electronic Show, onde estão sendo exibidas parafernálias e artefatos incríveis, tais como automóveis que prescindem de motoristas (trabalha com sensores e câmeras), sendo que um dos modelos é capaz de achar vaga para estacionar.
No campo dos smartphones as novidades também são muitas e grandes: telas flexíveis e dedais e "nanounhas" para escrever na tela e muitas outras coisas mais.
Enjoy!
Procuro sempre interagir com a população local, quando viajo. Às vezes até a Isa me chama a atenção numa loja qualquer, porque ela está olhando as coisas, e quando percebe, eu estou do outro lado da loja conversando com alguém. Gosto de saber detalhes do dia a dia das pessoas nas cidades que visito. E devoro livros com esse foco também.
Carrano, nem me fale dessa tradeshow de Las Vegas ! Deve estar sendo demais !!!!
Sds
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