30 de julho de 2012

London 2012



Às 16:30h, no Brasil, 20:30h em Londres, assistindo pela TV as provas de ontem na competição olímpica de natação, fiquei bastante emocionado com a emoção da nadadora Missy Franklin. Ela conquistara a medalha de ouro na prova do 100m nado de costas e no lugar mais alto do podium, aos primeiros acordes do hino americano, começou a murmurar a letra, numa tentativa clara de não se concentrar no significado do momento. De repente parou o murmúrio e começou a soprar suavemente, soltando o ar, estaria bufando se os movimentos fossem incontroláveis e fortes. Mas não, eram suaves, estava evidente que contralava a emoção. Mas ao final do hino, quando já reiniciara a cantar baixinho, só para ela, as lágrimas brotaram e começaram a escorrer pela sua face. Com as costas das mãos, disfarçando o gesto, tentava inutilmente  seca-las.

Foi aí que me emocionei mais do que ela. Sempre fui emotivo, mas depois do AVC piorou muito a minha emotividade. No caso que narro, emocionou-me a americana ficar emocionada com a conquista do premio maior, representado por uma medalha dourada, vendo a bandeira de seu país subindo no mastro ao som do hino nacional. A emoção transbordante é emocionante.


Na foto abaixo já controlara as lágrimas e sorria ao lado das medalhistas de prata e bronze.


   She won the 100 metres backstroke gold medal at the London Olympics 


Que será que passava na cabeça da Missy? Era orgulho por haver bem representado seu país? Seria pela alegria que estaria propiciando aos seus pais? Ou seria pura alegria por ela mesma, pelo prazer pessoal.


Não importa foi bonito ver.

É verdade que muitos outros vencedores nestas mesmas olimpíadas, extravazaram alegria, sorrisos (e também lágrimas emocionadas) e acenos de mãos  para os parentes e amigos nas arquibancadas, mas foi aquele nadadora ali, no alto do pódio, não conseguindo, malgrado todo o esforço que fez, soltando o ar ou balbuciando a letra de seu hino nacional, que me levou às lágrimas.




A razão principal, imagino, é que em momentos como aquele a gente consegue identificar um ser humano.

3 comentários:

Gusmão disse...

Brasileiros que conquistam medalhas também se emocionam.
E vibram mais, eu acho.
Abraços

Jorge Carrano disse...

É verdade Gusmão. Todavia, a cena que presenciei e relatei, aconteceu com uma americana. Poderia ater sido com brasileira, angolana, ucraniana, enfim um atleta (homem ou mulher) de qualquer outra nacionalidade.
O que chamouu minha atenção e comoveu, não foi o país que a nadadora representava, mas sim a menifestação de seu sentimento.
Até porque para os americanos ganhar medalhas é rotina. Para alguns a felicidade está em superar seus próprios limites. Disputam com eles mesmos.
Abraço

Gusmão disse...

Ainda pouco aconteceu fato semelhante com um nadador sul-africano chamado Chad le Clos.
Os lábios tremiam e as lágrimas corriam pelo rosto. Na aquibancada pai e mãe gritavam e choravam também emocionados. Ganhou do Phelps.
Abraço