Publico esta edição extraordinária porque estou indignado e envergonhado com a atitude de um tolo qualquer, em busca de seus 15 minutos de fama, que multou o jogador Clarence Seedorf, que foi recém contratado pelo Botafogo. Acabo de ler a notícia no site globo.com (07/07/12 16:20 - Atualizado em 07/07/12 16:20)) e transcrevo abaixo um trecho:
"O holandês Clarence Seedorf, que será apresentado à torcida do Botafogo em uma grande festa neste sábado, no Engenhão, mal chegou à cidade e já foi parado por uma blitz da Lei Seca, na madrugada deste sábado, em Ipanema. O jogador estava na Avenida Vieira Souto, próximo a Rua Teixeira de Melo. As informações são da assessoria de imprensa do governo do Estado.
O teste do holandês deu que ele não havia consumido bebida alcóolica. No entanto, Seedorf estava sem a carteira de habilitação e foi multado. Ele ligou para um amigo, que levou a carteira, e foi liberado. "
Notem que o motorista (Seedorf), parado em blitz de Lei Seca, não estava alcoolizado. Estava sem sua carteira de habilitação.
Gente, o cara que chegou no outro dia estava sem a carteira de habilitação e por isso foi multado. Analisemos o caso:
A lei é para todos, claro. E não se pode invocar sua ignorância para não cumpri-la, está certo. Mas o cara chegou na véspera. E não se dar conta de que é essencial portar a carteira de habilitação (que tem) é plenamente admissível.
Ele é habilitado (alguém levou a carteira até onde foi parado), portanto não cometeu uma infração grave que poria em risco potencial a integridade de outras pessoas.
O que deveria ter feito o guarda - "ôtoridade" - que o multou? Ensinar, alertar o condutor do veículo, que o porte da carteira é obrigatório e fazer constar que tal fato originou um antecedente para considerar em casos futuros idênticos ou semelhantes.
O guarda quis aparecer, virar manchete. E conseguiu.
Fico a imaginar qual será o juiz de futebol que, com a mesma motivação, aparecer na mídia, irá expulsar de campo o jogador Seedorf, situação que jamais ocorreu em sua longa e vitoriosa carreira.
Sabendo deste particular, de que ele nunca foi expulso de campo, com certeza haverá árbitro procurando pelo em ovo, uma boa razão para ser o primeiro a expulsar o holandês. Coitado !
5 comentários:
Tenho testemunhas. Se pedir autorização para divulgar seu nome certamente dará, melhor, darão. Trata-se de um casal.
Estávamos em Salvador-BA, década de 1970. Em pleno centro movimentado, 19 horas, entrei numa rua contramão. Um trânsito louco em sentido contrário ao que eu escolhera. Muita buzina. Parei. Apareceu um guarda.Deu uma olhada na placa (era de Niterói, embora eu residisse em São Paulo na época).
Não,pediu documentos. Alertou-me sobre a infração e fez simplesmente o seguinte: apitou algumas vezes, parou o tráfego que vinha no sentido correto de direção a fim de eu pudesse manobrar e voltar, ficando então na direção do fluxo normal.
E concluiu: "Vai com Deus".
Isso é civilidade. Salve a Bahia.
A chuva cai sobre justos e injustos. Quem estiver de guarda-chuva, galocha ou capa certamente escapa, a não ser que caia num buraco ou armadilha preparada.
Entenderam? Seedorf estava sem proteção e o agente da lei cumpriu seu dever, querendo aparecer ou não. E não se tratava de armadilha
preconcebida contra negros nem xenofobia. "É isso aí, seu guarda!"
Da próxima vez o afro-holandês não deve esquecer a carteira de habilitação.
Anonimous
É, você teve sorte. Se contar as vezes que passei pela patrulha rodoviária de Teodoro de Oliveira (alto da serra que vai a Friburgo) deve dar quase 1.000. Sempre tem guardas ali dando serviço, de modo que nos acostumamos a prestar atenção. Inclusive já fui parado 3 ou 4 vezes.
Pois um dia desses recebi uma multa: algum deles achou que eu passei "depressa demais" pelo posto da patrulha.
Como se trata de avaliação pessoal da "otoridade" sem radar nem parada, nem recorri. Seria inútil discutir critérios.
Abraço
Freddy
Não teve nada de racismo. Nossas polícias são compostas de muitos negros e mulatos, numa boa.
Poderia ser inveja da mulher do cara, de nome Luviana, que é uma bela mulata carioca. E o "gringo" ganhou e levou.
Quem sabe se ele tivesse oferecido uma cervejinha seria liberado?
Precisa, ainda, aprender o jeitinho brasileiro, além do idioma (que já arranha).
Abraços
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