A
crítica esportiva, ou boa parte dela, após o sucesso do Barcelona na competição
nacional (liga espanhola), na europeia do ano passado, e sobretudo após a decisão do título mundial de clubes, quando venceu o
Santos de forma categórica, com Neymar e tudo, se transformou na equipe a ser
imitada. São enaltecidos o sistema de
jogo, a forma de jogar, e também o fato de que a maior parte da equipe foi
formada nas divisões de base do próprio clube. Oito dos jogadores do time
vencedor nas competições que disputou nos últimos três anos, começaram ainda
meninos no próprio clube, inclusive seu
astro maior, o argentino Messi.
Virou
referência.
Aí
veio a Copa dos Campeões da Europa desta temporada e o título ficou com o
Chelsea, da Inglaterra, jogando um futebol pragmático. E agora? Reacende-se a
discussão, eterna, o que vale mais, o jogo bonito ou o futebol de resultado
como o apresentado pelo Chelsea?
Não
esqueçamos que o Chelsea venceu e eliminou o Barcelona, tido e havido como o
melhor do planeta, antes de ganhar do Bayern na final do dia 19, jogando o
mesmo futebol pragmático.
Sabendo-se
inferior tecnicamente, tanto na semifinal contra a equipe catalã, quanto na
final contra o time da Baviera, adotou um sistema defensivo, utilizando-se de
contra-ataque rápido para surpreender o adversário.
E
funcionou. Com uma defesa bem postada (e bom goleiro) e um ataque veloz, onde
pontifica um artilheiro fisicamente forte e de boa mobilidade, que chuta bem, o
marfinense Drogba, conseguiu levar de vencida as equipes reputadas melhores e
favoritas.
 |
| Didier Drogba |
E
cai por terra a tese de que o bom jogador se faz em casa e que a política do
Barcelona é que é a acertada: investir nas categorias inferiores e formar
jogadores.
 |
| FA Cup |
Cabe destacar que é o primeiro clube de Londres a conquistar este troféu, fazendo-o antes do Arsenal e do Tottenham Hotspur, por exemplo. Todos os outros vencedores ingleses da Champions, são sediados em outras cidades do país.
Mourinho
e Guadiola simbolizam, respectivamente, as escolas do futebol de resultado,
competitivo, e o futebol técnico calcado na habilidade de seus jogadores e no
conjunto.
No
Brasil, depois do insucesso da seleção de 1982, começamos a louvar o futebol
competitivo como sendo o que deveríamos adotar. O discurso era, e ainda é um pouco, que é mais importante vencer do que encantar.
Curiosamente, em maio de 2010, publiquei um post logo após a vitória da Internazionale di Milano sobre o Bayern Munchen na final da Champios daquela temporada. E a discussão foi parecida. Relembrem em http://jorgecarrano.blogspot.com.br/2010/05/internazionale-di-milano.html
Curiosidades:
nas oitavas de final, no jogo de ida o Chelsea perdeu para o Nápoles por 3x1.
Admitindo a dificuldade de reverter, praticamente desistindo da competição, o
clube demitiu seu treinador, o português André Villas-Boas e não contratou
outro. Colocou interinamente o assistente técnico e ex-jogador do clube, Roberto
Di Matteo. Levou a equipe ao título.
O blues vanceram os culés duas vezes na fase semifinal, em Londres e em
Barcelona. Neste jogo, o brasileiro Ramires fez o gol que Messi ficou devendo e
com a categoria que o argentino tem. Isto prova a superioridade da aplicação tática sobre a habilidade e arte?
O Chelsea é o campeão com o maior número de jogadores africanos em seu elenco. Quando os africanos se organizarem e passarem a tratar o futebol mais profissionalmente, estarão disputando com chances títulos de campeonatos mundiais. Olímpico já têm.
Imagens Google.
Imagens Google.
18 comentários:
Carrano
Ter vencido a FA Cup e a Liga dos Campeões não torna o Chelsea um paradigma, a meu ver. Extraí da Wikipedia, com ligeira adaptação:
“FA Cup: o torneio se tornou conhecido pela possibilidade de "peixinhos" das divisões inferiores tornarem-se "assassinos de gigantes", eliminando os principais clubes do torneio e, mesmo teoricamente, ganhar a Copa.”
Liga dos Campeões, FA Cup, Copa do Brasil, Copa do Mundo da FIFA (2ª fase), também são torneiros mata-mata. Sem querer comparar, recentemente o Paulista de Jundiaí sagrou-se campeão da Copa do Brasil.
Esse formato de disputa não é o melhor para aquilatar qualidade de equipes. A cada jogo há uma inteligência decidindo pela melhor forma de vencer aquela partida em particular. Entram em campo fatores emocionais, espírito de luta, contusões de última hora, exclusão por cartões, até condições meteorológicas.
Repita-se os mesmos torneios com as mesmas equipes e os vencedores serão outros. Eu prefiro, para analisar frutos de um trabalho de base e compará-lo com a prática de aquisições bombásticas, os campeonatos de pontos corridos.
Abraços
Freddy
Caro Freddy,
Não vou defender a política do Chelsea quanto a formação de equipe (comprando jogadores experientes), nem seu atual esquema de jogo.
Mas o fato é que depois que o Clube passou a ater dinheiro para investir (últimos 9 anos), conquistou 3 títulos da Premier League (2005, 2006 e 2009), 4 Copas da Inglaterra( 2007, 2009, 2010 e 2012) e 2 Copas da Liga 2005 e 2007).
As Copas da Inglaterra e da Liga, são competições distintas, como você sabe.
Vale rssaltar que o campeonato inglês (Premier League) o Chelsea não conquistava desde 1955. Com dinheiro tornou-se poderoso e vem acumulando títulos.
Como é sabido não tenho simpatia pessoal pelo Clube, inclusive torço para o rival Arsenal, mas a política de contratar bons técnicos e bons jogadores, já rodados, vem se revelando positiva.
Assim como a do Barcelona de formar em casa seus jogadores.
Esta é a questão, não há receita vencedora.
Abraço
Com dinheiro as coisas ficam mais fáceis.
Mesmo para a política de formar jogadores nas divisões de base, precisa ter dinheiro. Campos de treinamento, assistência médica, alimentação, equipe de treinadores, fisioterapeutas, médicos, etc. Pagamento de uma bolsa ou mesada. E são poucos o que ao final justificam o investimento, dando retorno.
Abraços
Eu acho que formar desde a categoria dente de leite é o ideal.
O menino cresce torcedor do clube e irá defende-lo com paixão no futuro como profissional, o que faz enorme diferença.
Abraço
:D Fernanadez
Sem desmerecer meu próprio comentário sobre mata-mata, admito que o dinheiro passa por cima de todos os outros esquemas.
Até porque se o clube que houver formado um excelente jogador a partir da base não tiver dinheiro para mantê-lo no elenco, ele se vai.
Abraços
Freddy
Sr. Carrano,
Folgo em ver novamente o futebol como tema de seu inteligente e variado blog. Embora lamente a vitória do Chelsea, tendo em vista minha ligeira inclinação pelo Manchester United, como observei em comentário anterior, mas considero justa a conquista dos Blue,não por ela em si,mas, sobretudo, pela soberba que permeou o reduto do Bayern e o coração enganoso de seus torcedores, confiantes por jogarem em casa.
Gostaria também de aproveitar a oportunidade e parabenizar o Ricardo, que não sabia ser neto de um, de fato, grande poeta brasileiro. Lembro de meu pai declamando justamente aqueles versos íntimos que o Sr. postou e que só vi agora ao acessar o blog.
Outro parabém dirijo ao Sr mesmo pela vitória impactante do Vasco sobre o São Paulo Futebol Clube.
Você abordou um excelente ponto Freddy. Veja por exemplo que a política do Arsenal, desde que o francês Arsene Wenger assumiu como técnico, há treze anos, é a de contratar jovens promissores, e aos poucos e com tempo fazendo-os adquirir experiência.
São inúmeros os casos. Mas tem este aspecto perverso da questão, que você salientou. Tomemos o caso do Fábregas como exemplo. Contratado ao Barcelona, revelou-se o melhor meia apoiador no campeonato inglês. Ai recebeu proposta para voltar ao Barça e o Arsenal não teve como segura-lo com um contrato melhor. Aconteceu com um menino de nome Nasri, francês, que apareceu muito bem lançado pelo Wenger. No ano passado foi contratado pelo Manchester City e acaba de se sagrar campeão da Premier League.
As vezes o jovem talento não desabrocha como esperado, como por exemplo o Denilson, meia campista contratado muito jovem ao São Paulo, mas que não se firmou no Arsenal e veio emprestado para o mesmo São Paulo. O empréstimo está terminando agora e ele deve retornara ao Arsenal.
São muitos os casos, para citar somente o Arsenal, que acaba não tendo cacife (leia-se patrocinador bilionário russo) para sustentar na equipe os jovens que chegam indicados por olheiros, se se transformam em bons jogadores.
Eu diria que é uma política intermediária. Nem contrata estrelas formadas, e nem forma nas divisões de base. Contrata talentos promissores. Resta segura-los depois.
Abraço
Obrigado Luvanor. O Ricardo deve estar contente com seu comentário sobre o avô.
Acontece que ele próprio, Ricardo dos Anjos, é um bom poeta, festejado e admirado nos meios.
A poética dele, o estilo, entretanto, é diametralmente oposto ao do avô, sem que um invalide o valor do outro.
Obrigado pela visita virtual.
Abraço
Sr. Luvanor, o Vasco venceu o Grêmio de Futebol Portoalegrense e não o São Paulo Futebol Clube.
Quem venceu o São Paulo foi o Botafogo.
Abraço
:D Fernandez
Sr. Fernandez,
Perdão pela falha, ou melhor, pelo ato falho em favor do proprietário deste blog.
E aproveitando o momento e o tema, informo que o Águia Negra, de Rio Brilhante, conquistou o troféu do campeonato estadual sul-mato-grossense. Aliás, bicampeonato.
O Naviraiense foi o vice.
Já o meu Corumbá começa a disputar o certame da série B em breve, ou seja, em julho.
Para encerrar, quero deixar registrada minha opinião que o Chelsea era o pior time dos quatro semifinalistas. Os outros 3: Barcelona, Real Madrid e Bayern, nesta ordem, eram superiores tecnicamente.
E, também, lembrar que o Bayern foi incompetente ao extremo. Fez seu gol aos 37 minutos do segundo tempo, portanto quase ao final do jogo, e cedeu o empate. Depois, na prorrogação, perdeu um penalti. E na disputa das penalidades perdeu dois outros.
Ou seja, o Chelsea não venceu. O Bayern perdeu.
Acho que vcs já esgotaram o assunto. Isso é o futebol ! E por isso tudo, apaixonante. Vencem os fracos, dá a lógica, o forte massacra o fraco, uma expulsão muda o destino de um jogo, etc ...
Mas uma questão quero levantar : o juiz e seus bandeiras.
É um crime permitir que esses caras estraguem um espetáculo que não lhes pertence. Pertence à torcida e aos jogadores.
Sou combatido há décadas por defender :
- a extinção da regra do impedimento, inexistente na areia da praia, no salão, no society, no racha de rua .... quantas vezes, mal marcado, roubou a alegria de milhares de pessoas, causou revolta, brigas entre torcidas, entregou a taça para o time errado
- a inserção de tecnologia para os árbitros, durante o jogo, tirarem sua dúvida, e a anunciarem para a torcida, como fazem os árbitros do futebol americano.
Joguei bola de 60 até 2008 ; sem impedimento. Não dá pra entender.
E o pior foi um imbecil chamado Arnaldo César Coelho me responder, ao vivo, que era justamente essa revolta de uma torcida com um impedimento mal marcado, que dava graça a esse esporte, adrenalina na arquibancada.
Respondi pra ele : é porque na arquibancada não está a sua mãe ou a sua filha ..... !!!
E ele virou as costas e foi embora ....
Sds TRIcolores
Também sou favorável a extinção da regra do impedimento.
Abraço
Olhem isso ..... essa eu ainda não tinha visto .....
Torcedores armados do Racing Club ameçaram atirar nas pernas do meia colombiano Giovani Moreno caso o time não vença o próximo compromisso, contra o Belgrano, domingo, pela 16ª rodada do Torneio Clausura, revelou em entrevista a uma rádio o atacante paraguaio da equipe, Frederico Santander. Giovani Moreno e Frederico Santander deixavam o centro de treinamento do clube de carro na terça-feira quando um outro veículo fechou a passagem, forçando-os a parar. Segundo Santander, dois homens desceram e ameaçaram Moreno com uma arma.
— Eles disseram que atirariam nas pernas de Moreno e arruinariam a carreira dele — afirmou Santander.
Caro Riva,
Se bem me lembro assassinaram o irmão de um jogador da Colombia, porque ele fez um gol contra numa partida válida por uma Copa antiga, que não me lembro.
Não teve este episódio? Ou estou enganado?
Abraço
O próprio foi assassinado, quando chegou na Colombia, depois da Copa do Mundo (EUA, se não me engano).
Times mais ricos:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/noticia/2015/01/pelo-decimo-ano-consecutivo-real-madrid-lidera-lista-de-clubes-mais-ricos.html
Os clubes mais ricos:
http://globoesporte.globo.com/futebol/futebol-internacional/futebol-espanhol/noticia/2016/01/real-segue-na-ponta-do-ranking-dos-mais-ricos-e-barca-sobe-para-segundo.html
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