7 de maio de 2012

Poema I

Por
                   Jorge Carrano 
                  (www.cavernaweb.com)

Publicado em "Sombras na Sala", em 2001.



Nenhum homem

Nenhum homem vive o bastante para saber tudo
Nenhum homem sabe o bastante para viver mais
Nenhum homem fala mais do que o mundo
Nenhum homem é mudo demais

Nenhuma sabedoria sabe demais
Nenhum homem é sábio o bastante
Nunca a vida é longa demais
Nenhum homem é mais que um instante

Alguns conhecem mais
Alguns ignoram sua ignorância
Alguns matam e morrem
Mas alguns morrem demais

3 comentários:

Jorge Carrano disse...

O título do post é "Poema I", porque se seguirão o II e o III.
Neste, gosto muito do verso: "Nenhum homem sabe o bastante para viver mais".
Senhores poetas, profissionais ou amadores, enviem suas colaborações poéticas.
Caso contrário a série continuará com obras de meu filho e vai parecer coisa de pai coruja ou nepotismo explícito.

Ana Maria disse...

Qualquer comentário será considerado "corujice" de minha parte. Por isso aprecio em silêncio.

Ricardo dos Anjos disse...

Pra mim o verso áureo é:

"Nenhum homem fala mais do que o mudo" - contraponto perfeito. Eu particularmente aprecio antinomias.

Parabéns ao poeta.