22 de maio de 2012

Nomes que viraram adjetivo, apodo ou referência


Alguns escritores, poetas, dramaturgos, cineastas, filósofos e pensadores, por suas teses, obras e conceitos, tão marcantes ou inovadores,  acabaram por virar qualificativo ou apodo para outros personagens, situações e designação para  comportamentos.

Maquiavel
Quem ainda não ouviu dizer que um determinado político ou o diretor de certa empresa é maquiavélico ?

Pois é, para o bem e para o mal, algumas atitudes ou decisões são rotuladas de maquiavélicas, desde que tenha alguma conotação de esperteza, astúcia, artimanha ou  maldade camuflada.

Isto decorre de Nicolau Maquiavel – Niccolò Machiavelli – historiador, poeta, diplomata e músico florentino, tido como criador da ciência política e autor de “O Príncipe” onde se encontram conselhos e sugestões para mandatários, que originaram a expressão maquiavélico.

Os mais novos não sabem, mas num passado não muito remoto, como os anos 1950 e 1960 do século passado, existiam piadas de salão, familiares, e as piadas de “Bocage”, que implicavam necessariamente em serem obcenas, imorais, para os padrões da época.

Bocage
Então quando se anunciava vou contar uma piada de Bocage, sabia-se de antemão que envolveria alguma espécie de sacanagem. Assim como as de papagaio também eram pornográficas.

Estas piadas, “sujas” ou imorais, atribuídas a Bocage, eram uma referência a Manuel Maria de Barbosa  l’Hedois du Bocage, poeta português, cuja obra se situa  na transição do estilo clássico para o romântico. Quem conhece a obra de Bocage há de entender a razão pela qual seu nome rotulava aquele tipo de piada mais picante.

Dante

O Aurélio (dicionário) registra que dantesco remete as coisas horríveis descritas por Dante Alighieri, poeta italiano, na parte relativa ao inferno de sua famosa obra “A Divina Comédia”.

Assim, alguma coisa dantesca, é alguma coisa que causa pavor, pânico, temor, horror.



Fellini
Se você cruza na rua com alguém com fisionomia fora dos padrões estéticos reconhecidos como normais, pessoas como alguma deformidade, ou vestido de forma extravagante, tem logo o impulso de dizer que se trata de um tipo feliniano.

Tal se deve ao cineasta italiano Federico Fellini, que usava arquétipos em seus filmes, personagens comuns, para suas abordagens de inconsciente coletivo.

Sade
E sadismo? Lembram de onde se origina esta expressão, qualificativa do ato de perversão sexual ou  de sentir prazer com a dor física ou moral própria ou alheia?

Donatien Alphonse François de Sade, é o nome completo do Marquês de Sade, escritor francês libertino, tão mencionado e tão pouco conhecido. Estas características e bizarrices estão presentes em seu livro “120 Dias de Sodoma”.

Não pretendi esgotar os personagens e os fatos que se tornaram referência e designação qualificativa para situações do dia-a-dia e para algumas esdrúxulas.

Fica por conta de cada qual lembrar de outros.

2 comentários:

Gusmão disse...

Eu me lembro de kafkiano, que remete a Franz Kafka, escritor nascido na antiga Tchecoslováquia.
E acaciano, associado ao Conselheiro Acacio.
Acho que pessoas mais jovens não utilizam estas referências.
Abraços

Jorge Carrano disse...

Bem lembrado, Gusmão.
Apenas ressalvo que no caso do conselheiro Acácio, trata-se de um personagem e não de seu criador, no caso o Eça de Queiroz.
Abraço